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PM instaura inquérito

O Comando do Policiamento da Capital (CPC) instaurou nesta segunda-feira um inquérito militar para investigar possíveis excessos dos policiais militares contra torcedores do Coritiba. Um tenente-coronel será designado para comandar as investigações, e as fitas brutas com as imagens da confusão já foram requisitadas. O inquérito deve ser concluído e divulgado dentro de 40 dias, segundo a PM.

Dentre os feridos, o cabo Odacir Correa corre o risco de perder a visão do olho direito. O policial tomou uma pedrada no confronto com os torcedores e segue internado no Hospital Cajuru, sem previsão de alta. Os demais policiais feridos já tiveram alta. Quem quiser denunciar ou colaborar com as investigações pode procurar o quartel do CPC, que fica na Avenida Marechal Floriano Peixoto, 1401, no bairro Rebouças, em Curitiba.

Do outro lado, a torcida organizada Império Alviverde promete entrar na próxima semana com uma ação contra a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, responsável pela operação antes, durante e depois da partida. Segundo o presidente Luiz Fernando Corrêa, o Papagaio, os exames de lesões corporais já foram feitos, e depois de obter o Boletim de Ocorrência, a torcida entrará com a ação. "Não queremos declarar guerra contra a polícia, mas queremos sim respeito por parte deles", declarou.

Enquanto isso, como elemento neutro no caso, o Ministério Público do Paraná (MP-PR), através do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção aos Direitos Humanos, instaurou um processo para averiguar a eventual conduta abusiva da polícia e a responsabilidade do estado pelo incidente. "Acompanhamos na imprensa várias notícias de pessoas que teriam sido agredidas de forma gratuita, inclusive mulheres. Com o procedimento pretendemos esclarecer de fato o que aconteceu", disse o promotor de Justiça Sylvio Roberto Kuhlmann.

Denúncias podem ser feitas ao MP-PR pelo telefone (41) 3250-4039 ou pelo e-mail direitoshumanosmppr@pr.gov.br.

A confusão que envolveu torcedores e policiais militares na noite de sexta-feira (16) nos arredores do Estádio Couto Pereira, onde o Coritiba foi derrotado pelo Marília, iniciou-se fora do estádio, com torcedores que não conseguiram comprar ingressos. Disso não há dúvida. Entretanto, mesmo que não haja ligação direta entre os dois fatos, a polícia e mesmo torcedores questionam a grande presença de público no estádio e a possível superlotação do Alto da Glória. Alguns indícios apontam para um público acima do permitido, ainda que o clube negue.

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De acordo com o diretor de marketing do Coxa, Osvaldo Dietrich, o clube tinha autorização para vender mais de 38 mil ingressos – quando a capacidade do Couto, segundo o próprio site do Coritiba, é de 37.182. Os números oficiais dão conta que a partida contou com um público de 38.689 pagantes, com 43.649 como total de pessoas no estádio, entre imprensa, seguranças e funcionários do Verdão.

"Na verdade nós tínhamos (além do que foi vendido) um extra de 1 mil lugares que não usamos, no setor das cadeiras inferiores, que estava destinado à torcida visitante. Como não havia ninguém ali, a área ficou vazia. O estádio com certeza não estava superlotado, nós tínhamos a liberação (dada antes da Série B)", afirmou Dietrich à Gazeta do Povo Online.

De fato, o Couto Pereira possuía autorização da PM e do Corpo de Bombeiros para receber a partida diante do Marília, mas não para o número de torcedores que compareceram ao jogo. "Não houve qualquer liberação nesse sentido, até porque quinta-feira (véspera do jogo) foi feriado. Durante a semana passada ninguém entrou em contato conosco para esse tipo de procedimento, que precisaria ter passado por nós", garantiu o capitão Vladimir Donati, do Corpo de Bombeiros. Segundo ele, a capacidade do Couto Pereira nos registros da corporação é para 35.759 torcedores.

Questionado a respeito das afirmações de Donati, o dirigente do Coritiba tentou explicar. "O setor liberado que aumentou a capacidade encontra-se em uma área do 1.º, 2.º e 3.º anéis, onde geralmente é feito a separação entre as torcidas", disse Dietrich, complementando que obras no estádio estão em andamento para confirmar oficialmente o aumento da capacidade, atendendo alguns pedidos justamente dos Bombeiros. O diretor ainda afirmou que "um coronel da PM" autorizou o Couto a receber um público maior do que a capacidade oficial na manhã de sexta-feira, ainda que ele não lembrasse do nome desse policial.

A Polícia Militar, por meio da sua assessoria de imprensa, não confirmou a informação do dirigente do Coxa.

Há dois anos, diretoria confirmou capacidade de 35 mil

Em 2005, o Atlético Paranaense chegou à final da Taça Libertadores, e sem poder mandar o jogo de ida na Arena da Baixada, a cúpula rubro-negra chegou a consultar o Coritiba sobre a possibilidade do rival ceder o seu estádio para a final diante do São Paulo. Ouviu como resposta que o Couto Pereira não comportaria os 40 mil lugares necessários para a realização da final do torneio. Na ocasião, a diretoria assegurou que a capacidade máxima do reduto coxa-branca era de 35 mil.

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