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A ausência de dois dos principais skatistas do Paraná na categoria street, durante a última edição dos X-Games, nos Estados Unidos, expôs uma possível filosofia mercadológica do renomado torneio de esportes radicais. Na opinião da Confederação Brasileira de Skate (CBSk) e dos excluídos Ferrugem e Wágner Ramos, o critério financeiro tende a sobrepor o técnico na escolha dos participantes.

A intenção de valorizar os atletas norte-americanos e seus respectivos patrocinadores de alcance mundial definiriam a lista de integrantes da edição encerrada domingo, em Los Angeles, na avaliação dos brasileiros.

O vice-presidente da CBSk, Ed Scander, encara a postura dos organizadores do evento como uma indelicadeza. "Deixar de fora um competidor como o Ferrugem, ganhador de três medalhas de ouro numa só etapa, é indelicado. Fica claro que não é um campeonato de skate, é um programa de tevê", afirmou. O X-Games não vale pontuação para o ranking mundial.

A façanha do Rodil de Araújo, o Ferrugem, aconteceu em 2002 – ele tem ainda outros três primeiros lugares. Aquela edição teve ainda a dobradinha com o cascavelense Wágner Ramos, com três medalhas de prata. "O critério de escolha é uma incógnita", disse Ramos, cujo irmão Rodolfo disputou a edição 2006 dos X-Games e ficou em 10.º lugar. O convidado terminou a temporada passada em 28.º, enquanto o Wágner ficou em 8.º.

Proprietário da empresa Drop Dead, patrocinadora dos irmãos (e de cerca de outros 30 atletas), Carlos Eduardo Dias aponta uma nova tendência entre os alguns patrocinadores e organizadores de eventos. Hoje o importante seria avaliar o profissional de uma forma mais completa, não só apenas os resultados.

"No caso do X-Games, conta muito a audiência e nem sempre o vencedor dá mais ibope. Às vezes não é interessante levar o melhor atleta da Europa, mas o mais louco do continente", avaliou.

Para Ferrugem, bicampeão mundial e oito vezes brasileiro, o X-Games mudou a filosofia nos últimos anos. "Antes era para reunir os melhores do mundo, agora ganhou outra dimensão e se tornou uma vitrine. E por movimentar muito dinheiro se opta por ídolos americanos", disse o atleta, que apontou o fim das seletivas sul-americanas para no novo cenário. "Os brasileiros estavam tirando o brilho dos anfitriões", reforça Ed Scander. "Não dá para negar que existe também muita panelinha", acrescenta Carlos Eduardo Dias.

O evento é organizado pela emissora ESPN Internacional. A reportagem entrou em contato com a filiada brasileira, mas não foi possível intermediar um contato como os representantes norte-americanos.

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