Final pode transformar ex-boleiros em astros

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Dallas - Eles dificilmente estão entre os jogadores mais idolatrados da NFL, mas em um jogo como o Super Bowl 45 – no qual há um grande equilíbrio entre as equipes do Green Bay Packers e Pittsburgh Steelers –, o título pode ser garantido graças à precisão e potência do chutador, seja para ganhar um ponto extra após um touchdown ou para garantir três pontos com um field goal.

É comum que a maioria dos kickers (os atletas responsáveis pelos chutes ao "gol") da NFL tenha alguma relação com o futebol que é popular no Brasil, chamado pelos americanos de soccer. Mason Crosby, do Green Bay Packers, é considerado um dos melhores em sua posição, e começou sua vida esportiva chutando a "gorduchinha".

Crosby praticou o esporte bretão até o segundo ano do ensino médio, quando foi chamado para ser kicker na equipe de futebol americano. "Eu jogava na escola, meu irmão também, e gostava muito. Acho que é algo que está no sangue da família", conta. Segundo ele, levou um bom tempo para se adaptar à nova modalidade. "O jogador de soccer, quando tenta chutar uma bola de futebol americano, sempre tende a bater com tudo, para lançá-la para frente", explica. "Mas o jeito aqui é diferente, parece mais com a técnica de um cruzamento, e não de finalização."

O kicker rival, do Pittsburgh Steelers, teve uma trajetória semelhante. O canadense Shaun Suisham disputou vários campeonatos de futebol em Ontario, e decidiu abandonar o esporte quando recebeu uma bolsa de estudos para chutar no futebol americano. "Sempre que posso bato uma bolinha, mas com uma diferença: apesar de ser destro, chuto sempre com a esquerda", confessa Suisham. Ele explica que faz isso para não destreinar sua perna direita, que já está adaptada para chutar a bola oval.

Mason Crosby, que veste o verde e amarelo do Packers, disse que também tem uma admiração pelo futebol do Brasil. "Pode parecer uma resposta óbvia, mas quando era pequeno ganhei de meus pais uma bola que tinha a assinatura do Pelé, e isso me marcou muito."