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Sebastian Vettel, campeão antecipado da temporada, sobe ao pódio pela última vez em 2011: rotina de vitórias | Marcelo Sayao/ Efe
Sebastian Vettel, campeão antecipado da temporada, sobe ao pódio pela última vez em 2011: rotina de vitórias| Foto: Marcelo Sayao/ Efe

"Valeu aí..." fecha o show da Red Bull

Ao receber a bandeirada do diretor da prova em Interlagos, o australiano Mark Webber foi parabenizado via rádio pela equipe Red Bull e respondeu com algo que po­­de ser traduzido como um contido "Valeu aí".

Reflexo de um campeonato vencido quatro etapas antes por seu companheiro de equipe Sebastian Vettel e de uma corrida morna. Nem a chuva, que rondou Interlagos durante todo o dia, apareceu para trazer emoção. Webber largou em segundo e passou Vettel na 29.ª das 71 voltas. Uma ultrapassagem estranha, aliás. O alemão perdeu velocidade e abriu caminho. A Red Bull informou que ele estava com problemas no câmbio. Porém seguiu normalmente até o fim da corrida.

O resultado foi uma espécie de "gol de honra" de Webber. Ele chegou à primeira vitória no campeonato, contra 11 de Vettel, e fechou em terceiro na classificação. O in­­glês Jenson Button, da McLaren, as­­segurou o vice-campeonato ao completar o pódio.

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Homenagem

Foto: Ricardo Moraes/ Reuters

Uma hora antes da largada, o tricampeão Nelson Piquet (foto) foi para a pista com a Brabham do título de 1981 para comemorar os 30 anos da conquista. O carro faz parte da coleção de Bernie Ecclestone, diretor comercial da Fórmula 1. O ex-piloto, de 59 anos, deu três voltas. "Muito legal, meus filhos aqui me vendo correr de F1", disse. Na terceira volta, ele provocou ao puxar uma bandeira do Vasco, em meio à tensão pela disputa do título brasileiro com o Corinthians. "Achei que ia tomar uma vaia tremenda. Devo ter tomado. Mas sou assim. Gosto do risco", brincou. Na verdade, a reação do público foi um misto de vaias, aplausos e risos. Aos 59 anos, Piquet deixou a Brabham bastante satisfeito com seu desempenho. "O carro foi bastante rápido, lembra bastante o que guiei há 30 anos. Mas já passou o meu tempo", disse. Ele garantiu, porém, que não cogita outra homenagem daqui a dois anos, quando completará 30 anos de seu segundo título mundial. "Nem pensar, já corri hoje para a família ver e foi o suficiente", afirmou ele que conquistou o bi em 1983, também pela Brabham, e o tri em 1987, pela Williams.

Retrospectiva

O momento mais emocionante do GP Brasil de Fór­­mula 1 foram as voltas rápidas de Nelson Pi­­quet com a Brabham de 1981, com a qual ele conquistou seu pri­­meiro título mundial, há 30 anos. Impossível não se lembrar de uma época em que nossos pi­­lotos protagonizavam a disputa pelo campeonato.

Leia na íntegra a coluna de Rodrigo França

  • Veja a tabela de classificação

São Paulo - "É muito legal que tenha acabado 2011", desabafou Felipe Massa logo após o GP do Brasil disputado ontem no Autódromo de Interlagos – corrida novamente dominada pela Red Bull, com vitória do australiano Mark Webber e o alemão Sebastian Vettel, bicampeão mundial, completando a dobradinha. A frase pode ser estendida para toda a participação brasileira na Fórmula 1 neste ano. O piloto da Ferrari terminou em quin­­to lugar pela sexta vez na temporada, o mais perto que um representante do país chegou do pódio em 2011. A bandeira nacional não tremular em nenhuma festa da vitória era algo inédito desde 1998.

Além dele, Rubens Barrichello (Williams) e Bruno Senna (nas últimas oito etapas, pela Lotus Renault) representaram o Brasil. Mas passaram ainda mais longe do top 3 nas corridas.

"Foi uma das minhas piores temporadas, não tenho problema em dizer. Agora, vamos pensar em 2012, trabalhar forte com a equipe para fazer um carro bem mais competitivo do que vimos hoje [ontem]. Espero muito chegar aqui no final do ano e vencer de novo", disse Mas­sa, ganhador do GP do Brasil em 2006 e 2008.

Pelo menos, ele tem emprego garantido por mais um ano em uma equipe de ponta, situação diferente da dos outros brasileiros. Isso mesmo com o rendimento bem abaixo do companheiro de Ferrari, o espanhol Fernando Alonso – que venceu o GP da Inglaterra, além de somar cinco segundos e quatro terceiros lugares –, e de ter se tornado o primeiro piloto titular da escuderia italiana a não subir ao pódio desde 1981.

Rubinho finalizou a prova em 14.º. Mais do mesmo em um ano no qual conquistou apenas quatro pontos (dois nonos lugares). "A performance do carro era mesmo essa. On­­tem [sábado] é que jogamos um pouco para frente [fez o 12.º tempo no treino de classificação]. Acho que nem largando em oitavo conseguiríamos coisa melhor", admitiu.

Pode ter sido a última corrida do piloto de 39 anos na F1, apesar de ele ter deixado no ar a possibilidade de concretizar nos próximos dias a permanência na Williams. "Falei no rá­­dio para eles [equipe]: ‘Valeu por tudo, agradeço o esforço de vocês. Mas vamos tentar fazer um carro um pouquinho melhor para o ano que vem’", contou.

A Lotus Renault também seria uma possibilidade. Mas remota. A equipe espera que o piloto leve um polpudo patrocínio. "Estou em paz, tran­­quilo. Volto a dizer que não estou pedindo favor. Vão querer que eu guie por opção. Se não, tive meus adoráveis 19 anos na F1. Mas acredito que há boas possibilidades."

Atualmente na Lotus Renault, Bruno Senna queria mostrar serviço para assegurar lugar no grid em 2012. Mas, após um treino classificatório surpreendente, que o permitiu largar em nono, o toque com o alemão Michael Schumacher na 11.ª volta colocou tudo a perder. Além de o carro ter sido danificado, o brasileiro foi penalizado com um drive-through – passagem obrigatória pelos boxes – e terminou apenas em 17.º.

Ao cumprir a punição, gesticulou que não concordava. Depois da prova, continuava irritado. "Me surpreendeu", respondeu brevemente ao ser questionado sobre a decisão dos comissários. "Foi um acidente de corrida, ele me espremeu, tocamos", explicou.

Sobre a temporada 2012, o otimismo dos dias anteriores deu lugar a um carrancudo "Vamos ver..."

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