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Para o superintendente da Federação de Automo­bi­lis­mo de São Paulo, Carlos Mon­­tagner, "Interlagos é como uma casa em reforma". Foi o que ele respondeu após ser questionado sobre o fato de Bernie Eccles­tone, presidente-executivo da Fórmula 1, considerar o autódromo brasileiro o pior da categoria.

Envolvido com o GP do Brasil desde 1973, ano da primeira corrida oficial no país, Montagner afirma que "não se pode comparar as mudanças em uma casa já construída com as vantagens de uma casa nova".

A comparação é com o circuito supermoderno erguido para a temporada 2010 na Coreia do Sul, enquanto Interlagos completa sete décadas neste ano. "Yeongam foi construído com tudo de mais moderno. Quando é que poderíamos fazer algo assim aqui? A única maneira é derrubar tudo e construir novamente", pontua o superintendente, que é também arquiteto por formação e explica: "Aquilo que a FIA [Federação Internacional de Automobilismo] pediu foi feito, principalmente em relação às exigências de segurança."

Para receber o 39.º Grande Prêmio do Brasil, R$ 20 milhões foram investidos em reformas no circuito. "Interlagos possui pontos fracos, como o paddock, com espaços muito pequenos para a quantidade de material que as equipes carregam hoje em dia. Tudo fica muito apertado lá", diz Chico Rosa, administrador do autódromo há mais de 20 anos. A área dos boxes, que em 2009 suportava apenas as dez equipes da disputa, precisou de duas novas vagas para 2010: "No ano passado, os três últimos boxes armazenavam pneus, que hoje foram realocados para containers na parte de trás e assim deram espaço para mais equipes trabalharem."

De acordo com o administrador, as críticas de Ecclestone são pedidos velados de mudanças: "Ele é extremamente inteligente e costuma fazer esses comentários ou ameaças quando quer que o circuito seja modernizado", interpreta. Rosa cita como exemplos Imola, na Itália, que sediou por muito tempo o GP de San Marino, fora do calendário desde 2006; e Silverstone, circuito inglês que precisou se adequar para manter a etapa de 2010 sobre seu asfalto. Em 2004, o chefão da F-1 avisava: "Imola é como uma velha casa, como é o caso de Silverstone também. Eles precisam dar uma chacoalhada. Vamos ver o que acontece."

"Obviamente a declaração de Ecclestone é um aviso e uma forma de pressionar os dirigentes. Mas, ainda que seja antigo, Interlagos é muito seguro", defende Rosa. Ele enumera algumas mudanças realizadas para a corrida de domingo, que pode definir pela sexta vez consecutiva o campeão mundial: "As arquibancadas móveis foram reinstaladas, colocamos novas zebras, pintamos as faixas com tinta antiderrapante, a barreira de pneus foi renovada e a pista conta agora com 220 metros quadrados de grama sintética nas áreas de escape. Caso algum piloto erre nesses trechos ele pode voltar à corrida."

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