• Carregando...
Crianças posam para foto com quadro de Ayrton Senna: herói nacional | André Rodrigues/ Gazeta do Povo
Crianças posam para foto com quadro de Ayrton Senna: herói nacional| Foto: André Rodrigues/ Gazeta do Povo

Idolatria

Tricampeão mundial de F1 virou nome de ruas e até bairros

Assim como a Escola Municipal Ayrton Senna da Silva, muitos outros locais públicos foram (re)batizados com o nome do piloto a partir de sua morte, como forma de homenageá-lo. No Paraná, seis ruas e duas avenidas ganharam o nome de Senna. Em Pinhais, a avenida até então modestamente chamada apenas de "Rua Marginal" e que passa ao lado do Autódromo Internacional tornou-se Avenida Ayrton Senna. São José dos Pinhais, Almirante Tamandaré, Campo Largo, Pato Branco, Londrina, Apucarana e Umuarama também têm seus logradouros que homenageiam o ídolo do automobilismo.

No Brasil todo, segundo levantamento feito pelos Correios, 24 dos 26 estados, além do Distrito Federal, prestaram sua homenagem cravando o nome do piloto em placas pela cidade. São 160 endereços com a alcunha do tricampeão mundial, entre ruas, travessas, praças, rodovias e vias expressas.

34 ruas

São Paulo, estado de origem de Ayrton, é onde se tem mais chances de trafegar por uma via com o nome "Ayrton Senna": são 34 logradouros em 28 cidades. Há ainda sete bairros que ganharam o nome do piloto pelo Brasil.

Eles estampam no peito o nome de Ayrton Senna diariamente. Os alunos da Escola Municipal Ayrton Senna da Silva, no bairro Cajuru, em Curitiba, sabem, como todo brasileiro, quem foi o piloto de Fórmula 1 que morreu há exatos 20 anos. Mas são de uma geração para quem a comoção gerada após a batida do carro da Williams na curva Tamburello não passa de História.

Os mais velhos estão na faixa dos 11 anos e nasceram bem depois do 1.º de maio de 1994, quando o país parou para acompanhar o noticiário sobre o estado de saúde de Senna até a confirmação da sua morte. No uniforme escolar, além do nome do piloto, carregam um logotipo que representa o ídolo de seus pais, uma bandeira do Brasil com um capacete. "Foi um ex-aluno da escola quem desenhou. Parece que teve um concurso na escola anos atrás para escolher o desenho e este foi o vencedor", aponta Patrick, 11 anos, um dos alunos do 5.º ano.

O que eles conhecem de Ayrton Senna é, em boa parte, ensinado na própria escola: começou no kart, foi tricampeão mundial, tinha as melhores performances na chuva, batalhou por melhores condições de segurança nas pistas e que em 2014 completaria 54 anos. "Meu pai me falou que era um bom piloto", conta Camila, 10 anos.

Do automobilismo, os alu­­nos têm mais afinidade com os nomes de Felipe Mas­­sa, Sebastian Vettel e Rubens Barrichello do que o de Senna, e pouca proximidade com o esporte. "Sabemos que é uma modalidade à qual poucos terão acesso, mas achamos importante ressaltar a imagem do ídolo e também da fundação social criada a partir da sua morte, visto que estamos em uma população que tem muitas carências", destaca a diretora da escola, Wilza Bueno de Oliveira de Jesus.

Os professores são incentivados a, anualmente, contar a história do piloto, festejado a cada aniversário da instituição, comemorado em 15 de maio. Na data, um dos alunos, escolhido por sorteio, veste-se com um macacão e representa o corredor. Os estudantes assistem a documentários, leem textos e acompanham a sina trágica que mobilizou o país há 20 anos. "Nos primeiros anos, as crianças se emocionavam junto porque viviam aquela dor da perda. Hoje, é algo distante para elas. Fui daquelas que assistia cada corrida aos domingos e quando vou contar a história do Senna, às vezes saio um pouco do texto, me vem muito a emoção", diz a professora Beatriz Salles de Oliveira, que desde 1996 repete esse ritual.

O colégio foi inaugurado em 1995 e foi batizado em homenagem ao piloto, via decreto municipal, em dezembro de 1994, pelo então prefeito Rafael Greca. Hoje atende cerca de 600 crianças de 5 a 11 anos do Jardim Acrópole, região pobre do bairro Cajuru.

Exposição para fãs em Ímola

Uma exposição (foto acima, no box) sobre a carreira de Ayrton Senna está sendo organizada em Ímola para lembrar os 20 anos da morte do ídolo da Fórmula 1. A expectativa é de que muitos fãs aproveitem a data especial para visitar o local. A mostra tem enormes pôsteres do piloto brasileiro, capacetes usados por ele na categoria e até carros guiados por Senna. O evento também homenageia o piloto austríaco Roland Ratzenberger, que morreu no mesmo fim de semana de prova do brasileiro, após uma batida. Ontem, Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, divulgou nota oficial garantindo que o tricampeão do mundo iria para a escuderia italiana se o acidente não tivesse ocorrido. "Ele me deixou claro que queria encerrar sua carreira na Ferrari. Concordamos em nos encontrar novamente, porque acreditávamos que a Ferrari era o lugar ideal para ele dar sequência à sua trajetória. Infelizmente, o destino tirou de nós Ayrton e Roland Ratzenberger, num dos fins de semana mais tristes da história da Fórmula 1."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]