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Hamilton, no carro à esquerda, se envolveu em várias batidas na prova de Mônaco | Max Rossi / Reuters
Hamilton, no carro à esquerda, se envolveu em várias batidas na prova de Mônaco| Foto: Max Rossi / Reuters

A nuvem que se instalou sobre Lewis Hamilton ainda não se dissipou um dia depois de terminado o GP de Mônaco. As críticas ao seu comportamento dentro e fora da pista prosseguiram nesta segunda-feira (30). E até mesmo um de seus maiores fãs, o ex-piloto escocês Jackie Stewart, que foi três vezes campeão da Fórmula 1, questionou a legalidade das ultrapassagens do piloto inglês da McLaren sobre o brasileiro Felipe Massa e o venezuelano Pastor Maldonado, ambas punidas pelos comissários da corrida de domingo.

Na última quinta-feira, depois do primeiro treino livre do GP de Mônaco, Hamilton, que é seguramente o piloto mais combativo e um dos mais competentes da Fórmula 1, deu o primeiro sinal de estar com a língua solta e com a sua capacidade de interpretar as coisas perturbada. "A Toro Rosso e a Red Bull são o mesmo time, não?", perguntou o inglês aos jornalistas. Na sequência, ele afirmou que foi atrapalhado pelo suíço Sebastien Buemi, da Toro Rosso, na sua volta lançada, dando a entender que o rival estaria ajudando o alemão Sebastian Vettel, da Red Bull. Mas aquela era apenas uma sessão livre.

Nunca é demais lembrar que Hamilton desembarcou em Mônaco tendo recebido na Espanha, dias antes, uma reprimenda por não ter reduzido a velocidade sob bandeira amarela. E na Malásia recebeu uma punição de "drive through" por fazer zigue-zague na frente do espanhol Fernando Alonso, da Ferrari.

Nas ruas de Mônaco, já no treino de sábado, Hamilton errou durante a disputa da sessão de classificação e seguiu reto na chicane da Piscina, mas os comissários detectaram a manobra: retiraram seu tempo e ele perdeu duas colocações no grid de largada, caindo de sétimo para nono lugar.

Mas foi na corrida, no domingo, que seu espírito indomado mais se manifestou, ao ter responsabilidade no acidente de Massa, da Ferrari, e por ter colocado Maldonado, da Williams, para fora da pista. Duas novas punições, com "drive through" e acréscimo de 20 segundos ao tempo de prova. Mas, ao deixar o cockpit, Hamilton disse ser perseguido pelos comissários. "Talvez por eu ser negro", acusou. Outro escocês de longa trajetória na Fórmula 1, o ex-piloto David Coulthard, seguiu a mesma linha de Jackie Stewart. "Se ele assistir à corrida de novo vai mudar sua visão do ocorrido", disse. E o também ex-piloto Martin Brundle, inglês que trabalha atualmente como comentarista de TV, engrossou o coro: "Hamilton se excedeu. Sabia que tinha carro para vencer, mas, pelos mais distintos motivos, não estava no lugar certo na hora certa. Devia estar frustrado".

Se Hamilton se sente perseguido, é bom estar bastante atento ao que fará no GP do Canadá, no dia 12 de junho. Os comissários não gostaram nem um pouco das declarações dele depois da prova de Mônaco. Agora, ele deverá ser punido exemplarmente ao menor deslize. E na pista de Montreal é fácil provocar um acidente com envolvimento dos adversários.

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