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O piloto Felipe Massa, da Ferrari, tem mais dificuldades para superar a perda do Mundial de Fórmula 1 em 2008 do que o grave acidente que o impediu de completar a temporada passada.

O brasileiro perdeu o título de 2008 para Lewis Hamilton por um ponto, na prova final, em Interlagos. Massa venceu a corrida, mas na última curva Hamilton conseguiu a quinta colocação, que lhe dava o título. Massa provavelmente teria vencido o campeonato se não fosse a manipulação de resultados promovida pela Renault no GP de Cingapura daquele ano, que só veio à tona em 2009.

No ano passado, o piloto da Ferrari foi atingido na testa por uma mola que se soltou do carro de Rubens Barrichello, durante treinos para o GP da Hungria, em julho. Desmaiou na hora, bateu o carro na barreira de pneus e teve de ficar o resto da temporada afastado.

"Fisicamente, me sinto melhor agora do que antes do acidente", disse ele a jornalistas na estação de esqui de Madonna di Campiglio, onde a Ferrari realiza anualmente um evento de pré-temporada. "O acidente não mudou minha vida, não mudou a forma como eu penso ou trabalho."

Ele contou que inicialmente não percebeu a gravidade do acidente. "Eu tinha certeza depois do acidente, quando estava no hospital na Hungria, que estava em posição de não perder nenhuma corrida. Uma vez quase briguei com a minha mulher porque ela disse que eu não correria em Valencia (quatro semanas depois da Hungria)."

Se ele superou esse trauma, o de 2008 foi reavivado por dois fatos recentes. Um deles foi o banimento da F1 imposto pela FIA ao dirigente da Renault Flavio Briatore (medida revertida no mês passado pela Justiça francesa).

No GP de Cingapura em 2008, Briatore ordenou que o também brasileiro Nelsinho Piquet provocasse um acidente para causar a entrada do safety car e facilitar a vitória do outro piloto da equipe, Fernando Alonso.

Massa não tira da cabeça a ideia de que os resultados daquela prova poderiam ser corrigidos, para lhe assegurar o título de 2008. "Honestamente, se você vê algo que não está certo no esporte e é feito de forma que vai contra as regras, não acho que seria difícil mudar o resultado, mesmo que isso não fosse ótimo para o esporte", disse Massa. "Mas todo mundo sabe o que aconteceu em 2008, não vamos ganhar nada olhando para trás."

O outro fato que fez Massa lembrar o escândalo foi a chegada de Alonso à Ferrari. Mas o brasileiro disse acreditar que Alonso não sabia da manipulação, e garante que um atrito entre ambos em 2007 já foi esquecido.

"Tivemos uma discussão em 2007 na Alemanha. Depois ele pediu desculpas e a coisa passou. Não tenho problemas com o Fernando", disse Massa. "Já falei mais com o Fernando (desde a contratação dele) do que em três anos com o Kimi (Raikkonen, seu ex-colega de Ferrari)."

Outro ex-companheiro de equipe, o heptacampeão Michael Schumacher, surpreendeu recentemente os comentaristas ao anunciar que estava deixando a aposentadoria e o cargo de consultor da Ferrari para correr pela nova equipe Mercedes nesta temporada, que começa em 14 de março no Barein.

"O Michael estava mais feliz correndo do que quando saiu. É difícil dizer se ele fez a coisa certa. Ele pode ser competitivo imediatamente, ou pode levar um tempo para que ele chegue onde esteve, mas é interessante para o esporte", acrescentou Massa, que acaba de ser pai.

"É claro que o Michael é um amigo. Longe das corridas, a amizade vai continuar."

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