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Piloto mais experiente da história da Fórmula 1, com 270 GPs disputados, Rubens Barrichello ficou surpreso com a suposta farsa da Renault no GP de Cingapura de 2008, quando o também brasileiro Nelsinho Piquet teria sofrido um acidente para favorecer seu companheiro de equipe, o espanhol Fernando Alonso. "Eu nunca ouvi nada parecido, um piloto provocar um acidente", disse Rubinho.

Apesar de quase ninguém desejar abordar publicamente o delicado assunto nesta quinta-feira, em Monza, onde acontece o GP da Itália, a maior parte das conversas no paddock foi sobre a suposta farsa da Renault. E a principal pergunta era: o que acontecerá se tudo for realmente comprovado?

"Será difícil provar a culpa da equipe. A telemetria não é, nesse caso, evidência concreta de culpa do piloto, bem como as conversas por rádio, até onde se sabe, não são comprometedoras", diz um integrante da Ferrari, que não quis se identificar. "E não havendo provas, ficará a palavra do piloto, bastante atingido emocionalmente, contra a de Flavio Briatore (diretor da Renault). Não é difícil imaginar quem ganha."

Por questões éticas, e também para obedecer à Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que solicita isenção de todos na Fórmula 1 até o veredicto final de um julgamento, pilotos e diretores das equipes não abordaram o tema nesta quinta-feira - ao menos de forma oficial.

"Não acredito que Bernie Ecclestone (promotor da campeonato) vai aceitar a perda de mais um time. A BMW já avisou que vai deixar a Fórmula 1. A Toyota pode seguir o mesmo caminho e agora a Renault, se for punida", diz o dirigente de uma importante escuderia.

O mais comentado nesta quinta-feira, em Monza, era uma saída negociada ao menos para manter a Renault na competição. Uma punição exemplar levaria a montadora a deixar a Fórmula 1. "Acredito que vão centralizar a culpa nos dois envolvidos, Flavio Briatore e Pat Symonds (diretores da Renault). Serão suspensos por bom tempo", comenta outro integrante de equipe.

Os dois principais envolvidos não se pronunciaram. "A Renault distribuiu comunicado segunda-feira e não há nada de novo", afirmou a assessora do time francês, Clarisse Hoffmann. Briatore e Symonds, ao menos na aparência, sugerem estar tranquilos. "Somos vítimas dos Piquet", definiu Briatore no comunicado.

Nelsinho Piquet, por sua vez, não deverá ser punido pela FIA, como parte do acordo para dar todos os detalhes do ocorrido, a exemplo do que fez o espanhol Fernando Alonso em 2007, quando disponibilizou para a FIA o relatório da espionagem da sua equipe na época, a McLaren, sobre a Ferrari.

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