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Sebastian Vettel “passeia” com sua Red Bull pelo Circuito de Suzuka, no Japão: alemão só precisa de mais um ponto para ser bicampeão mundial | Toshigumi Kitamura/ AFP
Sebastian Vettel “passeia” com sua Red Bull pelo Circuito de Suzuka, no Japão: alemão só precisa de mais um ponto para ser bicampeão mundial| Foto: Toshigumi Kitamura/ AFP

Solidariedade

Capacetes especiais, adesivos nos carros e convidados das áreas atingidas nas arquibancadas. Foram essas as maneiras que a F1 encontrou para homenagear as vítimas do terremoto seguido de tsunami que atingiu o Japão em março. O mais engajado é Kamui Kobayashi, único japonês do grid.

Cerca de 100 mil fãs da Fór­­mula 1 vão lotar as arquibancadas do autódromo de Su­­zuka, amanhã (3 horas, no horário de Brasília), para assistir à provável definição do campeonato entre o alemão Sebastian Vettel, da Red Bull, e o inglês Jen­­son Button, da Mc­­Laren. Apesar de toda a fidelidade à competição, porém, não deverão se comportar com a mesma tensão e semblante carregado de emoção de outras decisões épicas do Mundial de Pilotos na mesma pista.

Há, hoje, bem menos calor da torcida a seus ídolos. A própria cidade de Suzuka se preparou bem menos, pois quase não há cartazes chamando para o evento no autódromo da Honda. Exemplos dessas disputas memoráveis no GP do Japão: o brasileiro Nelson Piquet e o inglês Nigel Mansell, da Williams, em 1987; o brasileiro Ayrton Senna e o francês Alain Prost, da McLaren, em 1988 e 1989; e o alemão Mi­­chael Schu­­macher, da Ferrari, e o finlandês Mika Hakkinen, da McLaren, em 1998.

Por mais competência que Vettel e Button tenham, parece haver um descompasso entre o carisma dessas duas gerações, representantes de um presente hiper tecnológico e um passado mais humanitário. Não se vê mais em Suzuka tantos grupos ruidosos com camisetas, bonés e bandeiras apoiando este ou aquele piloto. Mais: são bem poucos, agora, os fanáticos capazes de permanecer sentados nas numeradas em frente aos boxes até tarde da noite apenas para acompanhar, à distância, o trabalho das equipes.

As 53 voltas do GP do Japão não representam também, na realidade, a disputa do título entre Vettel e Button. O jovem talentoso alemão necessita de uma décima colocação para celebrar o bicampeonato. Já Button, para evitar a conquista de Vettel, tem de vencer e torcer para o adversário não marcar nenhum pontinho. Missão difícil.

Outro aspecto importante que rouba parte da dramaticidade de decisões anteriores em Suzuka é o fato de, neste ano, não ser a última ou penúltima etapa do calendário. Serão disputadas ainda, depois, os GPs da Coreia do Sul, Índia, Abu Dabi e Brasil. Vettel tem, portanto, todo o tempo do mundo para garantir o bi, que, não há como deixar de admitir, está fácil por tudo de extraordinário que fez neste ano e mais para a frente será melhor reconhecido. A saber: em 14 provas na temporada, obteve nove vitórias, quatro segundos lugares e uma quarta colocação.

Se o desafio de Button já era grande, depois das simulações de corrida tornou-se ainda maior. "Mas vou procurar fazer a minha parte", garantiu o técnico e rápido inglês, campeão do mundo de 2009, pela Brawn GP.

Portanto, as portas para uma nova dobradinha da Red Bull estão abertas. Lembrando que nas duas últimas edições do GP do Japão, Vettel largou na pole position e recebeu a bandeirada em primeiro, sem resistência maior da concorrência. "É verdade, mas ainda há 53 voltas entre largarmos e pensar em comemorar alguma coisa", afirmou Vet­tel, cada vez mais ma­­duro e me­­recedor da conquista.

Ao vivo

GP do Japão, às 3 horas (de amanhã), na RPC TV.

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