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Na largada Jenson Button (direita), da McLaren, tomou a ponta, seguido por Sebastian Vettel (centro), da Red Bull, e o companheiro de equipe Lewis Hamilton (esquerda). Mas seria o terceiro colocado ao fim da primeira curva que levaria a melhor no GP da China | AFP
Na largada Jenson Button (direita), da McLaren, tomou a ponta, seguido por Sebastian Vettel (centro), da Red Bull, e o companheiro de equipe Lewis Hamilton (esquerda). Mas seria o terceiro colocado ao fim da primeira curva que levaria a melhor no GP da China| Foto: AFP

Massa volta a ser competitivo, mas perde rendimento no fim

O primeiro sinal de que Felipe Massa voltou a ser o piloto rápido e de quase nenhum erro, como na temporada de 2008, foi dado no GP da Malásia, na semana passada – no qual ficou em quinto lugar. Ontem, a etapa de Xangai confirmou sua nova realidade: com uma corrida irrepreensível, chegou a acompanhar o ritmo do alemão Sebastian Vet­­tel, da Red Bull, na luta pela se­­gunda colocação, mas, diante do fraco desempenho da Ferrari com pneus duros, já no final, perdeu posições para Jenson Button (McLaren), Nico Rosberg (Mercedes) e Mark Webber (Red Bull), terminando em sexto.

"Vimos hoje a Ferrari manter a velocidade da Red Bull e da McLaren durante a corrida. Ainda temos de evoluir com os pneus duros e principalmente na classificação", disse Massa. Ele também questionou a estratégia da sua equipe no GP da China: "Não sei se duas paradas era mesmo a melhor opção".

Curiosamente, seu companheiro de equipe, o espanhol Fernando Alonso, reclamou sem piedade do carro. "Mesmo que eu tivesse feito três pit stops, o resultado não seria muito diferente", afirmou o sétimo colocado, 14 segundos atrás de Massa.

Pat Fry, o novo estrategista da Ferrari, que veio da McLaren, optou por duas paradas para os dois pilotos, enquanto o inglês Lewis Hamilton, da McLaren, que venceu a prova, e os pilotos que passaram Massa nas últimas voltas, por estarem com os pneus menos desgastados, fizeram três.

Rubens Barrichello até teve um resultado melhor do que os treinos indicavam. A Williams usou em Xangai um novo posicionamento dos canos de escape, que não funcionou. Assim, voltou atrás na classificação e na corrida, adotando o dispositivo antigo. Rubinho largou em 15.º lugar e terminou em 13.º.

  • Lewis Hamilton faz a festa com os mecânicos da McLaren: eles tiveram um trabalho inesperado com o vazamento de combustível no carro do inglês minutos antes da largada

Xangai - O GP da China, vencido ontem pelo inglês Lewis Hamilton, da McLaren, foi a corrida mais espetacular dos úl­­ti­­mos tempos na Fórmula 1. Em uma rara disputa, outros quatro pilotos lutaram intensamente pela vitória ao longo das 56 voltas em Xangai: o alemão Sebastian Vettel, da Red Bull, o inglês Jenson But­­ton, da McLaren, o alemão Nico Rosberg, da Mercedes, e o brasileiro Fel­­ipe Massa, da Ferrari. Isso sem contar a incrível recuperação do australiano Mark Webber, que largou em 18.º com a sua Red Bull e terminou em terceiro.

Assim, na terceira etapa da temporada, a mensagem foi dada: na nova F1, as ultrapassagens são possíveis e a posição de largada, em circuitos onde há pelo menos uma reta lon­­ga, como em Xangai, é menos importante do que manter um ritmo veloz na corrida. Mais ainda: é fundamental acertar a hora do pit stop – uma volta a mais ou a menos do pneu pode fazer toda a diferença.

"Eu não acreditei quando alcancei Sebastian. Aproveitei cada se­­gundo da prova, cada uma das muitas batalhas em que me envolvi", disse Hamilton, que não esquecerá a etapa tão cedo. Um problema de vazamento de combustível, detectado um pouco antes da lar­­gada, quase o fez partir dos boxes. "Vi os mecânicos trabalhando rápido e procurei passar calma. Apenas perguntei quantos minutos faltavam e me responderam: ‘seis’", contou.

O inglês deixou a área dos boxes apenas 30 segundos antes do fechamento. E os técnicos da McLa­­ren con­cluíram os trabalhos com o carro já no grid. "Diante da possibilidade de nem largar e de dispor de um carro que era um desastre e não conseguia completar 20 voltas na pré-temporada, ganhar hoje [ontem], superar Vettel, me dá uma alegria impensável", disse Hamilton, vice-líder do Mundial, com 47 pontos, diante dos 68 de Vettel, vencedor das duas primeiras provas, na Austrália e na Malá­sia, que terminou em segundo ontem, após ser ultrapassado pelo rival a cinco voltas do fim.

Atual campeão, Vettel não escondeu a decepção. "Hoje erramos, o que é normal. Eu não larguei bem, usando o Kers [sistema de recuperação de energia, capaz de disponibilizar 80 cavalos extras de potência], e nossa estratégia é algo para ser estudado", admitiu, insatisfeito por não emplacar a terceira vitória seguida.

"Velocidade nós tínhamos, basta ver o que fez Webber", falou Vettel, claramente criticando a escolha da equipe de fazer duas paradas e andar com pneus mais desgastados, en­­quanto o seu companheiro, com três pit stops, ganhou 15 colocações na corrida. Hamilton também parou três vezes. "Apren­­demos muito aqui", completou o alemão, que só utilizou o Kers – que não é confiávelnos carros da Red Bull – em cerca de metade da prova.

Ele também lamentou ter perdido alguns preciosos segundos ao alinhar o carro para a primeira parada, na 13.ª volta de um total de 56, e ver a McLaren de Button no lugar errado, na sua vaga. "Precisamos rever isso de outros pilotos estacionarem no meu time. Uma Toro Ros­­so já fez o mesmo", comentou Vettel, lembrando do espanhol Jaime Alguersuari, no GP de Abu Dabi de 2009. O primeiro lugar de Hamilton na China quebrou uma série de quatro vitórias de Vettel – nas duas últimas provas de 2010 e nas duas primeiras deste ano. Assim como fez do inglês o primeiro a ganhar a etapa de Xangai duas vezes desde a entrada do GP no calendário, em 2004.

A próxima corrida será na Tur­quia, no dia 8 de maio, quando as equipes vão apresentar uma nova versão de seus carros, baseada na experiência das três etapas já disputadas em 2011.

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