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Primeira linha: Érika, Bebel, o técnico Edson Valente, Daiane Moretti, Adriane Nenê e Bia, da seleção brasileira para Foz do Iguaçu | Cristhian Rizzi/ Gazeta do Povo
Primeira linha: Érika, Bebel, o técnico Edson Valente, Daiane Moretti, Adriane Nenê e Bia, da seleção brasileira para Foz do Iguaçu| Foto: Cristhian Rizzi/ Gazeta do Povo

Desabrigado

Sem estádio, time cancela amistoso

O segundo amistoso do Foz Cataratas, marcado para hoje, teve de ser suspenso e ainda não tem data certa. Motivo: o Estádio ABC, onde deveria ser realizada a partida beneficente em prol das vítimas do terremoto no Chile, em fevereiro, está interditado desde o início do mês por não oferecer segurança para jogadores e torcida. A administração do estádio garantiu que as obras necessárias para a liberação já estão sendo providenciadas.

A interdição foi anunciada logo após o primeiro amistoso do time, no dia 7, contra o Universidad, do Paraguai, partida vencida pelo time da fronteira pelo placar de 2 a 1, com gols de Bia e Bebel, pelo Foz, e de Dulce Maria, pelo elenco adversário. O próximo jogo será contra a equipe do Everton, de Viña Del Mar, no Chile. A partida servirá de preparação para o Campeonato Paranaense, que deve começar em maio. (FW)

Foz do Iguaçu - Com base campeã nacional e jo­­gadoras experientes em seleção brasileira, patrocínios de fazer inveja aos principais clubes do estado e um padrinho famoso, Foz do Iguaçu entrou para o mapa do futebol feminino com a ambição de se tornar referência nacional. Há pouco mais de um mês treinando, o Foz Cataratas Futebol Clube pretende formar a base do Bra­­sil para a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.

O grupo foi montado cuidadosamente. Auxiliar-técnico da seleção brasileira, Edson Va­­lente, o Essinho, foi contratado como treinador. Do Santos, ven­­cedor da Copa do Brasil, o campeonato nacional da modalidade, chegaram seis jogadoras, entre elas a atacante Érika, vice-campeã olímpica nos Jogos de Pequim, em 2008. As meias Bebel, Daiane Moretti e Bia e a ata­­cante Adriane Nenê também defendem o time nacional.

Destaque do Novo Mundo na Copa do Brasil do ano passado, Daiane Moretti é, por enquanto, a única paranaense do elenco. Ela deve ganhar conterrâneas nas próximas semanas. Nos dias 1.º e 2 de maio será realizado um peneirão com meninas entre 16 e 20 anos. Até junho deve começar a funcionar uma escolinha de futebol para meninas entre 11 e 14 anos.

"Ainda não temos certo quantas jogadoras serão selecionadas. Isso vai depender do resultado, da qualidade das meninas e se têm um perfil que se encaixe com o perfil das ou­­tras atletas", comentou o pre­­parador físico e dirigente Aleks­sandro Fogagnoli.

A identidade ainda pequena com o estado – "Não temos li­­ga­­ção com nenhum time daqui. Todos serão nossos adversários", define Essinho – é explicada pela origem do projeto. O trabalho foi idealizado pelo narrador esportivo Luciano do Valle, da Rede Bandeirantes. "Foi dele toda a iniciativa, as ne­­gociações e a escolha da cidade, na fronteira com o Paraguai e a Argentina, que também estão investindo no futebol feminino", comentou Essinho.

A emissora paulista transmitiu, inclusive, o jogo de estreia, dia 6 de março, em Foz, contra a Universidad Autonoma, atual vice-campeã da Liberta­­dores. No uniforme, a equipe paranaense estampava a marca da Cai­xa Econômica Federal. Outro apoio de peso é da Itaipu Bina­cio­nal, responsável por toda a estrutura de treinamento e preparação física das atletas, que treinam nas dependências da hidrelétrica. Ao todo, o projeto recebe R$ 200 mil mensais de investidores privados.

A longevidade da iniciativa, porém, está ligada a diversos fatores. Especialmente resultados e a captação de novos patrocínios.

"Em princípio, o objetivo é o Campeonato Paranaense e a Li­­bertadores. Se trouxermos títulos para a cidade, os patrocinadores manterão os recursos e o time se manterá por mais tempo que os cinco ou seis anos previstos inicialmente", afirma o treinador.

Ambição olímpica

As chances de o elenco fronteiriço obter sucesso em campo são grandes. "Temos jogadoras muito boas. O time é jovem, com média de idade de 21 anos e algumas delas com experiência em mundiais", destaca o técnico. Das 22 jogadoras, duas fazem parte da seleção brasileira sub-17, três do sub-20 e cinco foram convocadas para a seleção principal. "Unindo essa experiência e o talento de jogadoras novas, teremos um bom equilíbrio", completa.

Por isso a ambição de ter uma participação expressiva no grupo que tentará obter o ouro olímpico no Rio de Janeiro, em 2016, soa um pouco menos utópica que o natural. "Queremos montar aqui a seleção olímpica para 2016", diz Essinho.

Amanhã, cinco jogadoras do Foz Cataratas viajam para Te­­resópolis (RJ), onde se juntam a outras 18 atletas convocadas pe­­lo técnico Kleiton Lima. To­­das ficarão concentradas na Gran­ja Comary até o dia 12 de abril, em preparação para o Sul-Americano de futebol feminino, que ocorre entre setembro e outubro, no Equador. A competição garante duas vagas para a Copa do Mundo de 2011.

Para a capitã Érika, não vai demorar muito para a participação do Foz na lista de Lima au­­mentar. "Várias jogadoras têm a mesma capacidade (mi­­nha) ou até mais de jogarem pela seleção. Exemplo disso é que além de mim, outras quatro foram convocadas. Uma jogadora sozinha não faz nada. O futebol é coletivo e os bons resultados são alcançados em conjunto, com todo o grupo", afirmou.

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