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Douglas Coutinho foi indicado à equipe de Drubscky quando havia deixado o Cruzeiro | Giuliano Gomes/ Gazeta do Povo
Douglas Coutinho foi indicado à equipe de Drubscky quando havia deixado o Cruzeiro| Foto: Giuliano Gomes/ Gazeta do Povo

Quando Ricardo Drubscky, atual técnico do Goiás, assumiu a direção das categorias de base do Atlético no fim de 2008, apenas as equipes sub-17 e sub-20 treinavam no CT do Caju. O Rubro-Negro possuía quatro centros de captação de atletas — dois no Nordeste do país, um em Curitiba e o outro em Londrina, no parceiro PSTC. Ele então implantou uma reformulação que agora dá frutos como os meias Marcos Guilherme (19 anos) e Nathan (18), o atacante Douglas Coutinho (20) e o zagueiro Léo Pereira (18), todos na equipe principal que disputa o Brasileirão.

As principais medidas do então diretor foram reativar as categorias menores e ampliar a rede de clubes parceiros. "Assim que chegamos, remontamos desde o sub-13. Tínhamos de retomar a cadeia de formação para dentro do clube. Com a estrutura que havia, não poderíamos permitir que os atletas fossem formados fora de nosso canteiro", explica Drubscky.

Seis anos depois, o alto aproveitamento dos jovens mostra que a aposta foi acertada. "Fui feliz de essa safra toda ter sido captada na minha época", comemora. Apesar de ter sido contratado no final da gestão de João Augusto Fleury da Rocha como presidente, que na prática tinha como homem-forte Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo, o maior período de Drubscky na base atleticana coincide com a gestão de Marcos Malucelli, entre 2009 e 2011. No ano seguinte, já com Petraglia de volta, foi o técnico que reconduziu o time principal à Série A.

Também fizeram parte da empreitada nomes como Ernesto Damiani (atual coordenador da base do Palmeiras) e André Leite (hoje coordenador da base do Joinville). "O setor de captação de talentos era comandado pelo Damiani. Ele tinha contatos, saía para ver alguns jogos e foi através desse sistema que os atletas chegaram", conta Leite.

"O Nathan veio através de uma observação no futebol de Blumenau. O Léo Pereira e o Marcos Guilherme jogavam no Trieste. O Douglas chegou por indicação de um empresário, quando estava sem clube após deixar o Cruzeiro", explica Damiani. "Todas as indicações iam para o departamento de captação, e eles buscavam as informações para ver se eram compatíveis ou não", complementa.

Mesmo longe, Drubskcy não deixa de acompanhar a evolução dos pupilos. Em especial os destaques na campanha do Furacão no Brasileiro. "O Marcos Guilherme chegou e demonstrou ser um camisa 10 diferente, de qualidades absurdas. É muito sério, trabalhador e correto, talhado para ser um grande jogador. Desde muito novo, um menino com luz diferente", define. "O Coutinho demonstrava talento, dinamismo. Já era um menino rápido, esguio, de boa técnica e passos largos. Um atacante que demonstrava poder realizar coisas diferentes e o que faz hoje não é surpresa", elogia.

O atacante, aliás, tem uma história curiosa, relembrada pelos ex-gestores. Pouco tempo após chegar ao clube, ganhou folga para visitar a família no Rio de Janeiro e se atrasou dez dias na reapresentação. No retorno, disse que abandonaria o futebol para ser torneiro mecânico, como o pai, dono de duas oficinais em sua cidade natal Volta Redonda. "No dia em que me disse isso, ele estava de calça branca e eu disse que, se parasse de jogar, não ia mais poder usar essa calça, porque ia sujar de graxa. É uma anedota. Mas no final convencemos ele a continuar", narra Pedrinho Maradona, então treinador da base atleticana.

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