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A diretoria do Atlético foi acionada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) nesta sexta-feira (21) em ação civil pública por não oferecer condições básicas de higiene, educação e assistência médica aos garotos da base em período de avaliação. O MPT também fez constar na ação que o clube tem garotos menores de 14 anos em seu elenco de formação, o que é proibido por lei no Brasil.

O clube, por sua vez, garantiu através de nota publicada em seu site no início da noite que "sequer foi citado em suposta ação do referido órgão".

O Atlético se vale de uma terceirização, usando o clube parceiro Andraus para fazer o trabalho de avaliação das categorias de base. Mesmo assim, o MPT entende que o Rubro-Negro é responsável pela garotada. A blitz dos promotores constatou falta de papel higiênico e sabonetes, sujeira, umidade e fungos por todos os alojamentos onde os meninos dormem e se concentram, além da falta de infraestrutura generalizada. Até chuveiros faltavam nos banheiros.

Durante a inspeção, 29 garotos, entre 14 e 16 anos, estavam no clube fazendo testes, e apenas três deles eram de Curitiba, de acordo com o relato dos promotores. "Adolescentes são pessoas cujo intelecto, afetividade, valores morais e caráter estão em formação, e por isso são muito mais frágeis e suscetíveis a sofrer danos irreparáveis quando em situação de risco", declarou a autora da ação, Cristiane Lopes. A magistrada ainda ressaltou que o Atlético já havia sido notificado das más condições com os garotos em ocasiões anteriores, e que nada foi feito.

O Atlético e seu parceiro também são apontados por cometer irregularidade ainda mais grave com os garotos reprovados nas "peneiras". Segundo a procuradora Cristiane Lopes, para esses meninos é oferecido um mês de "clínica" com a finalidade de uma nova chance em outras avaliações. Só que para isso é cobrado da família do garoto R$ 1.500, o que também é proibido por lei.

O MPT, na ação, cobra que todas essas irregularidades sejam corrigidas imediatamente. Há ainda o pedido de uma multa pecuniária de R$ 500 mil.

No início da noite o clube divulgou uma nota alegando não ter sido citado na ação. No texto, passa toda a responsabilidade ao clube parceiro: "O convênio prevê que a responsabilidade pelas instalações desportivas, fornecimento de treinamentos, alimentação de qualidade e hospedagem durante o período de avaliação dos atletas são de responsabilidade única e exclusiva do Andraus. Também é de obrigação do Andraus manter uma infraestrutura de alto nível para estes atletas".

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