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Levir Culpi aboliu a concentração para o jogo contra o Atlético. Treinador diz que medida é uma reação ao calendário brasileiro | Beto Magalhães/ Estado de Minas
Levir Culpi aboliu a concentração para o jogo contra o Atlético. Treinador diz que medida é uma reação ao calendário brasileiro| Foto: Beto Magalhães/ Estado de Minas

Escalação

A saída de Éderson abre uma lacuna no Atlético caso o técnico Doriva mantenha o sistema com três atacantes. Sem o camisa 77, emprestado por um ano ao Al Wasl, dos Emirados Árabes Unidos, o treinador tem cinco opções para uma vaga ofensiva: Cléo, Dellatorre, Bruno Mendes, Bruno Furlan e Mosquito. Outra opção de Doriva é manter o setor ofensivo com Marcelo e Douglas Coutinho – dupla responsável por 9 dos 19 gols da equipe no Brasileiro – e escalar outro meia para dividir a função com Marcos Guilherme. Neste cenário, Bady é nome mais forte para ganhar a posição. Mas por enquanto, a disputa deve ficar entre Cléo e Dellatorre.

O técnico paranaense Levir Culpi reencontra o Atlético hoje, às 18h30, em Belo Ho­­rizonte, dez anos após levar o clube ao vice-campeonato brasileiro de 2004. Aos 61 anos, o atual técnico do Galo ficou marcado no Furacão tanto por montar uma equipe ofensiva e técnica, com nomes como o meia Jadson e os atacantes Dagoberto e Washington, quanto por uma frase polêmica nas últimas rodadas do campeonato.

Uma década depois, porém, a declaração de que o time – então líder do torneio faltando cinco jogos – estaria em modo ‘piloto automático’ já não faz parte da lembrança do curitibano. O Santos de Vanderlei Luxemburgo, no fim das contas, aproveitou tropeços do Atlético no momento decisivo e levantou a taça.

"Eu nem lembrava disso", afirmou um incisivo Culpi à Gazeta do Povo. "Mas qual o problema da frase? Piloto automático quer dizer continuar o que está sendo bem feito, manter uma trajetória regular...", explicou, para então completar. "Sempre tem um filho da mãe que interpreta diferente. Nesse meio [do futebol] então... Mas é uma coisa que para mim passou", garantiu o treinador, que deixou o clube com rusgas até hoje não desfeitas com o presidente Mario Celso Petraglia. O dirigente atribuiu ao técnico boa parte da responsabilidade pelo título perdido.

Para Levir, aquela temporada realmente representou mais do que um caso isolado de controvérsia. Marcou seu último grande trabalho no Brasil antes de partir para o Japão, onde permaneceu por sete anos comandando o Cerezo Osaka. Retornou em abril para sua quarta passagem no Atlético-MG e, mesmo tanto tempo após deixar o CT do Caju, consegue ver semelhanças entre as gerações do Furacão.

"A gente tinha Fernandinho, Jadson, Dagoberto e eles têm uma equipe muito jovem também, com um futuro muito legal. A fase é meio parecida com a minha", diz o paranaense, que não esconde como se sente por reencontrar, como adversário, um clube da terra natal.

"Não tenho prazer nenhum em jogar contra times de Curitiba. Não me sinto bem, me sinto desconfortável. Não dá para explicar, mas faz parte do trabalho. Tenho de levar as coisas e conseguir o resultado", lembra, o técni­co, que encarou o Rubro-Negro quando comandava o São Caetano, em 2005.

Para o duelo desta tarde, o treinador curitibano acabou se envolvendo em uma polêmica. Na sexta-feira, anunciou que o time não iria se concetrar. Atacou o calendário e até liberou uma "taça de vinho" para os jogadores. A atitude, no entanto, acabou reprovada pela diretoria do Galo. O time se apresenta hoje, às 11 horas, para o almoço, antes de ir até o Independência.

A partir de hoje, Culpi não terá o nome mais conhecido do elenco para ajudar. O meia Ronaldinho Gaúcho, que não renovou contrato com o Atlético-MG, está fora do duelo com o Rubro-Negro. Fato que, segundo ele, pode ser ruim para a equipe de Doriva.

"Vou ser sincero com você. A saída dele [Ronaldinho] acaba causando até um impacto positivo no time. É aquela história de quando um jogador sai, chega a vez de o outro tomar o seu lugar. É uma oportunidade", fecha Culpi, que treinou com o meia Guilherme na função de R10.

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