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Veterano global desafia o ‘vovô’ mais nacional

Veterano global contra velhinho estritamente nacional. O confronto entre Atlético e Botafogo pode colocar frente a frente os tarimbados meias Clarence Seedorf e Paulo Baier, ambos próximos da aposentadoria, mas que ainda cumprem papel de destaque em seus clubes.

Seedorf, 37 anos, nasceu em Paramaribo, no Suriname. Sua carreira de sucesso internacional, no entanto, começou em 1992, quando se mudou para a Holanda, onde defendeu o Ajax. Já naturalizado, venceu sua primeira de quatro Liga dos Campeões da Europa em 1995, ainda pelo clube de Amsterdã.

Após uma temporada na italiana Sampdoria, o jovem chamou a atenção do poderoso Real Madrid. Com longos dreads no cabelo e camisa dez nas costas, foi figura chave na campanha do título merengue da Champions League, em 1998. Transferido para a Inter de Milão, em 2000, o holandês trocou os Nerazzurri pelo rival Milan dois anos depois.

A mudança foi definitiva. Seedorf passou uma década no clube do ex-primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi antes de ir ao Botafogo. Foram dez títulos pelo Milan, incluindo duas Liga dos Campeões (2003 e 2007).

Prestes a completar 39 anos de idade (25 de outubro), Paulo Baier pode dizer que é o senhor Brasileirão.

O artilheiro da era de pontos corridos – 95 gols – tem no currículo passagens por 11 clubes nacionais. O gaúcho iniciou no São Luiz (RS), mas se destacou mesmo no Criciúma, como lateral-direito.

Então conhecido como Paulo César, ele passou por Atlético-MG, Botafogo, Vasco, América-MG e Pelotas até chegar ao Goiás, em 2004. Do Esmeraldino, rodou por Palmeiras e Sport, antes de desembarcar em Curitiba, há quatro anos, já consagrado pelos passes precisos.

Os títulos do Maestro, ao contrário de Seedorf, não passam de três estaduais e uma Série B.

A décima quinta rodada do Brasileiro reserva hoje, a partir das 18h30, o primeiro grande momento de decisão do Atlético no campeonato. A chance de debutar no G4 e grudar nos líderes está atrelada a uma vitória sobre o Botafogo, na Vila Capanema.

Bater o ponteiro da competição até o início da rodada, com 29 pontos, seria representativo demais para um time que até o mês passado estava empacado na penúltima colocação. Demonstração de força de um elenco questionado e consolidação de uma reação tão veloz quanto surpreendente. Algo como sair do inferno e alcançar o céu em 35 dias.

"[O Botafogo] vem liderando e traz muitos atrativos para o Atlético tentar superá-los e diminuir a desvantagem [na tabela]", prega o técnico Vagner Mancini.

Para brecar o líder e se aproximar da ponta, no entanto, os atleticanos precisarão de um salto de qualidade em confrontos diretos. Contra Cruzeiro, Grêmio e Internacional, as três equipes que começaram a rodada à frente do Furacão, não passaram de empates – os dois primeiros em casa.

A invencibilidade perdida na última quarta-feira, contra o Palmeiras, pela Copa do Brasil, também não pode interferir diante do time que mescla a experiência de Seedorf, a juventude de Vitinho e a boa fase de Rafael Marques. Apesar da primeira derrota sofrida com Mancini no banco de reservas, o Rubro-Negro continua a demonstrar evolução. Só não pode abdicar da dedicação.

"É fundamental que o time brigue por cada ponto, cada bola, cada centímetro do campo. Esse é o espírito que nos fez ficar dez jogos invictos. É exatamente a entrega dos jogadores", ressalta o treinador, que espera um "jogo duríssimo" no Durival Britto.

Com a segunda e a terceira linhas ofensivas mais positivas do Nacional, respectivamente, Botafogo (27 gols) e Atlético (26) devem travar uma batalha prioritariamente ofensiva. Caso esteja recuperado das dores no joelho direito, Seedorf será a principal opção criativa dos visitantes. Mas a exigência do treinador atleticano é não dar espaço nem para ele, nem para Lodeiro e Vitinho, que compõem a trinca de meias-atacantes.

Nesta temporada, o Alvinegro perdeu apenas quatro vezes (Flamengo, Figueirense, Grêmio e Bahia), e em nenhuma delas com placar superior a dois gols de vantagem para o rival.

Mas enfrentar um adversário que joga e deixa jogar também pode representar vantagens. "Tem tudo para ser um jogo com atrativos diferentes dos últimos, quando pegamos times mais fechados [Bahia, Goiás e Criciúma]. O Botafogo vai jogar mais aberto e vai buscar o gol, então isso acaba gerando espaço dentro de campo", lembra.

Paulo Baier, poupado da partida do meio de semana, volta ao time. Já o volante Bruno Silva briga com João Paulo por uma vaga no meio. Suspenso, o lateral-direito Léo dá lugar a Jonas.

Os recém-contratados Wil­­liam Rocha e Marco Antônio também ficam à disposição para o Atlético tentar a terceira vitória consecutiva como mandante, onde normalmente leva a melhor diante do Botafogo. Nos últimos dez anos, foram cinco vitórias, dois empates e duas derrotas.

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