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Nikão, jogador do Atlético, vítima de racismo. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Nikão, jogador do Atlético, vítima de racismo.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A manifestação racista de torcedores do Sportivo Luqueño, na segunda-feira (26), provocou revolta na família do atacante atleticano Nikão. A mulher do jogador promete uma ação penal contra os autores da ilustração (e quem a difundiu) que comparava o jogador a um macaco.

“Houve uma tremenda falta de respeito com o ser humano. Ele não é só um atleta, é uma pessoa que fica triste, sofre, tem fraquezas. Isso não se faz com ninguém. Vamos processar criminalmente os responsáveis por essa comparação maldosa e cruel”, diz Izabela Luz Sampaio da Cruz, esposa do meia-atacante.

Meu prazer maior e ver ele [o autor] tendo de fazer trabalhos comunitários e se possível só no meio de negros

“A falta de respeito foi sem limite. Essa pessoa deve ser punida para aprender a respeitar os outros”, prossegue. A intenção é processar os autores por injúria racial, além de cobrar danos morais. “Meu prazer maior e ver ele [o autor] tendo de fazer trabalhos comunitários e se possível só no meio de negros”, desabafa.

Torcedores de Atlético e Luqueño trocam ofensas racistas na web

A batalha entre Atlético e Sportivo Luqueño, pela Copa Sul-Americana, já começou nas redes sociais. Torcedores dos dois clubes passaram a trocar insultos e ofensas racistas

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Izabela garante que Nikão, apesar de chateado, reagiu bem ao episódio. “Ele é muito tranquilo e soube assimilar. Mas queremos respeito e vamos exigir isso na Justiça”. O atleta está no Paraguai, junto com a delegação rubro-negra.

A postagem – já retirada da rede social – foi feita pela página La Voz del Hincha Luqueño. Na imagem, o atleta é comparado com um macaco e traz a mensagem “encuentra la diferencia”.

“A diferença, eu posso dizer, é que ele é um ser humano. O animal e o ser humano são criados pela mão de Deus. Quem fez isso com o meu marido, infelizmente, não tem cultura, nem Deus, é um miserável”, completou Izabela, bastante abalada.

Outras mensagens de cunho racista foram proferidas pelos paraguaios. Torcedores do Furacão também publicaram ofensas. Há postagens de atleticanos chamando os rivais de “índios” de forma pejorativa. Uma mensagem faz menção à Guerra do Paraguai e diz: “Paraguai, nosso quintal desde o século XIX”.

As ofensas via internet são um novo capítulo do confronto, conturbado desde o jogo de ida entre os dois clubes, vencido por 1 a 0 pelo Atlético. Jogadores do Luqueño reclamaram de uma cotovelada de Walter na jogada que originou o gol isolado do embate de quartas de final.

O técnico da equipe paraguaia, Eduardo Rivera, acusou o Furacão de “jogo sujo”. De acordo com o treinador, o Atlético não permitiu que o Luqueño fizesse o reconhecimento do gramado da Baixada. Além disso, segundo Rivera, torcedores atleticanos teriam soltado foguetes em frente do hotel do adversário na madrugada da véspera da partida.

As duas equipes se enfrentam nesta quarta-feira (28), às 20 horas, em Luque.

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