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Douglas Coutinho, 20 anos, foi a principal aposta de mercado do clube; Marcos Guilherme, 19 anos, foi preservado para ganhar experiência | Albari Rosa/Gazeta do Povo; Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Douglas Coutinho, 20 anos, foi a principal aposta de mercado do clube; Marcos Guilherme, 19 anos, foi preservado para ganhar experiência| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo; Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Categorias de base deixam 2014 em alta

O Atlético fecha o ano de 2014 com cinco jogadores convocados para as categorias de base da seleção, além do surpreendente 2.º lugar no Campeonato Brasileiro sub-20 e o título estadual sub-15, 17 e 18.

Assim como Marcos Guilherme, Leo Pereira e Nathan, trio que disputará o Sul-Americano sub-20 em janeiro; no time sub-17 da seleção brasileira, Juliano (goleiro) e Zé Carlos (zagueiro) encaram a mesma competição a partir de fevereiro.

O desempenho em convocações e em campo pode ser encarado como resultado de um trabalho de reestruturação a que o clube se submeteu em suas categorias de base.

Após a tentativa frustrada de criar um diretor de base com o ex-jogador sérvio Petckovic, o Furacão apostou em Marcelo Vilhena, um profissional de mercado e experiência na base do Cruzeiro, para comandar a formação do clube.

Doutorando em Ciência do Esporte pela UFMG e professor da escola de técnicos da CBF, Vilhena chegou em agosto. Partiu dele e do departamento de futebol, por exemplo, a decisão de brecar as primeiras convocações que Marcos Guilherme teve para a seleção sub-20. Uma das principais apostas do clube para os próximos anos, o jogador precisou ser paciente.

Marcos Guilherme é o "caso de sucesso" que o Atlético apresenta. Antes de receber a oportunidade de jogar no time principal, roeu o osso no Campeonato Paranaense com a equipe sub-23 e só depois disso teve mais chances no profissional.

"A convocação veio para coroar o ano que eu fiz e que começou desde o Paranaense. Fiz um bom campeonato e encarei como a minha oportunidade de ouro. Se fosse bem sabia que teria chance no profissional", festeja o meia.

No Paranaense-2015, o ciclo ganhará novas apostas, como o goleiro Lucas Macanhan, além de Cryzan e Bruno Mota, destaques do time que perdeu o Brasileiro sub-20 para o Corinthians.

O Atlético traçou caminhos distintos para as duas principais revelações do clube. Um foi preservado; o outro, colocado na vitrine.

Em processo de amadurecimento, Marcos Guilherme, 19 anos, fez a primeira temporada como titular do Atlético. Anotou 11 gols e foi o atleta que mais vestiu a camisa do clube em 2014 (47 jogos). Rodagem calculada para acelerar a maturação.

Com a intenção de privilegiar seu desenvolvimento como jogador, o clube chegou a brecar algumas convocações que ele teria para a seleção brasileira de base (sub-20).

Em outra frente, Douglas Coutinho, aos 20, ganhou uma estratégia completamente distinta. Depois de um grande 2012, teve dificuldades em 2013 e voltou a chamar a atenção em 2014. Fez ao todo 39 jogos e marcou sete gols. Era a aposta para se valorizar e ajudar as finanças do Furacão neste fim de ano.

Marcos Guilherme reconhece que teve dificuldades para entender a opção do clube, mas aceitou a decisão tomada pela cúpula atleticana. "Soube assimilar bem isso. Na hora você fica chateado, mas depois pensa que você está jogando uma Série A e eu sabia que isso poderia voltar a acontecer. Foquei meu trabalho no Atlético e com isso a oportunidade voltou" ,diz.

Ele se apresenta dia 26, em Teresópolis, para o Sul-Americano sub-20 (de 14/1 a 7/2), no Uruguai. Fica no Rio até 12 de janeiro – quando haverá quatro cortes. O Brasil estreia apenas dia 15 na competição.

O técnico Alexandre Gallo, da seleção júnior, apoiou a decisão técnica adotada pelo Atlético. Para ele, foi interessante para o desenvolvimento do jogador aliar o trabalho do clube com as oportunidades dadas pela CBF.

"O Atlético não o liberou duas ou três vezes, mas nem por isso deixamos de observá-lo. Tem um potencial muito grande", garantiu Gallo, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo.

O meia foi convocado junto com Leo Pereira e Nathan para a disputa continental.

Já a carreira de Coutinho foi desenhada nesta temporada com outro viés, bem menos cautelosa.

Mesmo titular em vários jogos pelo Rubro-Negro, o atacante foi liberado para servir à seleção sempre que acionado por Gallo. Seu trabalho no clube, contudo, não teve o retorno esperado – de acordo com avaliações internas.

O próprio técnico Claudinei Oliveira relacionou a ida para a seleção com a perda de rendimento do atacante para o time durante o Brasileirão.

"Ir para a seleção é bom, mas em termos de elenco, o Coutinho perdeu treinos importantes na transição. Então é normal que fique atrás dos outros, que foram jogando, foram fazendo gols, foram fazendo a equipe subir na competição", disse ele, em outubro.

Naquela época, Coutinho perdeu a posição de titular no Atlético ao defender a seleção sub-23 (a olímpica) em amistosos no início daquele mês (marcou, inclusive, o gol da vitória sobre os EUA).

Gallo considera que ser titular nos clubes de origem é importante para continuar sendo chamado para a seleção. "Estar jogando é ter um passo à frente, tem-se mais ritmo de jogo e visibilidade até para a nossa análise. É importante cavar o seu espaço para ser visto", comentou.

Na Baixada, Coutinho perdeu espaço e parou de render o que rendia durante aos jogos. Mas a vitrine de vestir a amarelinha surtiu efeito.

Contra o Palmeiras – 38.ª rodada do Brasileirão – Coutinho fez sua última partida com a camisa do Furacão. Vendido a um grupo de investidores, o atacante rendeu aproximadamente R$ 10 milhões.

Internamente, o Atlético avaliou que o ano com muita rodagem de Marcos Guilherme serviu para amadurecer seu futebol. A ideia é que ele se valorize em 2015, agora com portas abertas para servir a seleção.

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