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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Já virou rotina no Brasileirão 2016 o autoritarismo dos árbitros chamar mais a atenção do que os próprios jogos. Nas 13 primeiras rodadas da Série A, 18 partidas tiveram expulsões por reclamação. Treinadores, atletas e membros da comissão técnica foram excluídos de campo por falarem demais. Essa rigidez extrema da arbitragem ganhou até nome de campanha da Confederação Brasileira de Futebol (CBF): “Cruzada pelo Respeito”.

Criada pela Comissão de Arbitragem da CBF, a medida da entidade para “melhorar o futebol” começou na edição de 2015 do maior torneio nacional. Em seu site oficial, argumentou que o rigor dos árbitros teve resultado positivo. No ano passado foram 54min6s de tempo médio de bola rolando contra 52min27s em 2014, o que resulta em uma diferença 1min39s por partida.

Por outro lado, o número de cartões amarelos específicos por reclamação pulou de 184, em 2014, para 337, no ano passado. Média de 0,88 cartão por jogo no quesito. Procurado pela reportagem da Gazeta do Povo, Sérgio Corrêa, chefe da Comissão de Arbitragem da CBF não atendeu às ligações.

Os comandantes de Atlético e Coritiba já experimentaram da intolerância dos homens do apito. O técnico rubro-negro Paulo Autuori foi expulso na partida do Furacão contra o seu xará mineiro na 2ª rodada após um escanteio marcado para o Atlético-MG, aos 35 minutos do primeiro tempo.

“Vocês são uns mer...do car..., não marca uma para mim”, relatou o árbitro aspirante Fifa Flávio Rodrigues de Souza (SP). O Galo ainda decretou o empate ao converter um pênalti mal marcado na etapa final, quando a bola bateu involuntariamente no braço do zagueiro Cleberson. “Quero desafiá-lo. Ele mentiu quando disse que eu xinguei. Já chegou dizendo que ia me expulsar”, rebateu o treinador na época.

No Coxa, o técnico Gilson Kleina, já demitido, foi expulso na 2ª rodada pelo árbitro Fifa Ricardo Marques Ribeiro (MG) no fim da partida contra o Santos – que terminou com derrota alviverde com gol santista último minuto – por reclamar do tempo de acréscimo. Já Pachequinho foi excluído no empate por 0 a 0 contra o Figueirense, pela 11ª rodada, e que impossibilitou o treinador de comandar a equipe na beira do gramado no clássico contra o Atlético, na rodada seguinte.

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“Aos 10 minutos do segundo tempo, expulsei o treinador da equipe Coritiba FC Sr. Erielton Carlos Pacheco [Pachequinho], por seguidamente (reincidir) pedindo aplicação do cartão aos atletas da equipe adversária quando da marcação de faltas, contestando acintosamente as decisões da arbitragem”, diz o relato na íntegra do árbitro Elmo Alves Resende Cunha (GO).

Caso a caso

Confira todas as expulsões por reclamação na Série A e os relatos da arbitragem na súmula da CBF até a 13ª rodada:

Cuca, técnico do Palmeiras. 2ª rodada – Ponte Preta 2 x 1 Palmeiras: “Por gesticular de forma acintosa (dando soco no ar) contra decisão do árbitro” relatou Leandro Pedro Vuaden (Fifa/RS).

Paulo Autuori, técnico do Atlético. 2ª rodada – Atlético 1 x 1 Atlético-MG: “Reclamou de forma ostensiva contra a equipe de arbitragem dizendo as seguintes palavras: ‘vocês são uns m... c..., não marca uma para mim’”, relatou Flavio Rodrigues de Souza (ASP-Fifa/ SP).

Gilson Kleina, técnico do Coritiba. 2ª rodada – Santos 2 x 1 Coritiba: “por me aplaudir de forma irônica e ainda dizendo as seguintes palavras: ‘você é um f.. d. p..., vai comemorar agora junto com o Santos!’”, relatou Ricardo Marques Ribeiro (Fifa/ MG).

Vander, atacante do Vitória. 2ª rodada – Vitória 3 x 2 Corinthians: “Expulsei, por dupla advertência: 1ª- aos 42 minutos por gesticular contra decisão da arbitragem. 2ª- aos 42 minutos por gesticular contra decisão de arbitragem”, relatou Heber Roberto Lopes (Fifa/ SC).

Alex, meia do Internacional. 2ª rodada – São Paulo 1 x 2 Internacional: “Proferiu as seguintes palavras: ‘acidente de trabalho o c..., você quer me f..., não f...’; imediatamente apresentei-lhe o cartão vermelho direto”, relatou Péricles Bassols (Fifa/ PE).

Fabiano Barboza, massagista do Figueirense. 3ª rodada – Figueirense 2 x 2 Santos: “Por reclamar de forma acintosa e com gestos de abrir e fechar os braços discordando da decisão do árbitro, falando as seguintes palavras: ‘Lá tu deu a falta, aqui foi e tu não deu, porra’”, relatou Wagner do Nascimento Magalhães (ASP-Fifa/ RJ).

Paulo Bento, técnico do Cruzeiro. 4ª rodada - Cruzeiro 1 x 1 América-MG: “Por sair da sua área técnica e ir em direção ao 4ºárbitro da partida, Sr. Igor Junio Benevenuto reclamando de maneira acintosa da arbitragem, proferindo as seguintes palavras: ‘Só 4 minutos de acréscimos, ele está louco’”, relatou Dewson Freitas da Silva (Fifa/ PA).

Vanderlei Belarmino, massagista do Coritiba. 6ª rodada – Corinthians 2 x 1 Coritiba: “Por dizer as seguintes palavras ‘esse juiz tá roubando a gente’ abrindo os braços”, relatou Anderson Daronco (Fifa/ RS).

Ramiro, meia do Grêmio. 7ª rodada – Fluminense 1 x 1 Grêmio: “Expulsei do campo de jogo, com o cartão vermelho direto [..] após ter passado próximo a mim, gesticulando com os braços, proferindo as seguintes palavras: “você não marca uma pra nos, você está roubando, vai se f..., vai tomar no c..., vai tomar no c..., vai se f...’”, relatou André Luiz de Freitas Castro (GO).

Ricardo Martins Peres, auxiliar técnico do Cruzeiro. 7ª rodada. Atlético-MG 2 x 3 Cruzeiro: “por não respeitar os limites da área técnica, informo que já havia sido advertido e orientando anteriormente”, relatou Marcelo Aparecido de Souza (SP).

Gatito Fernandéz, goleiro do Figueirense. 8ª rodada – Santa Cruz 1 x 0 Figueirense: “Expulso por, após receber o cartão amarelo ao reclamar das decisões da arbitragem gesticulando acintosamente, bater palmas em protesto e apontar agressivamente com o dedo indicador o escudo de sua equipe em seu uniforme, proferindo as seguintes palavras: ‘dá pra nós, dá pra nós, só dá pra eles, só apita pra eles, dá pra nós!’”, relatou Marcelo Aparecido de Souza (SP).

Calleri, atacante do São Paulo. 9ª rodada – Flamengo 2 x 2 São Paulo: “1º cartão reclamação/2º Cartão amarelo por reincidir em reclamar contra a arbitragem, em dedo em riste dizendo a seguintes palavras: ‘esta de marcação comigo, c...!; só porque sou argentino?!; essa arbitragem é uma vergonha’”, relatou Elmo Alves Resende Cunha (GO) .

Lugano, zagueiro do São Paulo. 11ª rodada - Santos 3 x 0 São Paulo: “O atleta referido veio em minha direção, me entregou a bola, e me dirigiu as seguintes palavras: ‘foi falta aqui e você não deu, lá não foi e você me deu cartão, você está mal intencionado’. Recebendo assim sua segunda advertência”, relatou Raphael Claus (Fifa/ SP).

Pachequinho, técnico do Coritiba. 11ª rodada – Figueirense 0 x 0 Coritiba: “por seguidamente (reincidir) pedindo aplicação do cartão aos atletas da equipe adversária quando da marcação de faltas, contestando acintosamente as decisões da arbitragem”, relatou Elmo Alves Resende Cunha (GO).

Oswaldo de Oliveira, técnico do Sport. 12ª rodada – Vitória 3 x 2 Sport: “proferiu as seguintes palavras: ‘seu filho da p... vagabundo’ posteriormente se dirigindo ao vestiário do mesmo proferiu as seguintes palavras ‘filho da p..., filho da p..., filho da p...’ e seguiu em direção ao seu vestiário”, relatou Leonardo Garcia Cavaleiro (RJ).

Ednilson Góes, preparador físico do Botafogo. 12ª rodada – Atlético-MG 5 x 3 Botafogo-RJ: “Por gesticular de forma agressiva e desrespeitosa contra a decisão da arbitragem”, relatou Raphael Claus (Fifa/ SP).

Edgardo Bauza, técnico do São Paulo. 13ª rodada – Ponte Preta 1 x 0 São Paulo: “Invadir o campo contestando com gestos e palavras (não compreendidas) a expulsão do seu atleta”, relatou Vinicius Furlan (ASP-Fifa/ SP).

Zé Ricardo, técnico do Flamengo. 13ª rodada – Corinthians 4 x 0 Flamengo: “por desaprovar com gestos persistentemente minhas decisões”, relatou Heber Roberto Lopes (Fifa/ SC).

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