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O Brasileirão-2013 é um campeonato hostil aos mais badalados técnicos do ­país. Vanderlei Luxemburgo, Mano Menezes, Muricy Ramalho, Abel Braga, Paulo Autuori e Tite somam 67 partidas no comando da seleção, 11 títulos nacionais, quatro de Libertadores e dois mundiais de clubes. Currículos estrelados, que rendem salários milionários, mas não impedem que o grupo seja o alvo principal da ciranda de treinadores. E simbolize um momento em que a guilhotina volta a ficar afiada no mais importante campeonato de futebol do Brasil.

Levantamento feito pela Gazeta do Povo de 2003 para cá, período em que o Brasileirão é disputado por pontos corridos, indica que a edição deste ano contraria uma tendência de queda nas trocas de treinador. O pedido de demissão de Mano, após a derrota do Flamengo para o Atlético, na quinta-feira, determinou a 19.ª mudança no banco de reservas do Brasileirão-2013.

Se mantiver a média, a competição chegará ao fim com 32 substituições de comando. É mais do que nas duas últimas edições (30 e 26, respectivamente). Desde que a competição passou a ter 20 clubes, há sete anos, somente em duas houve índice maior de trocas: 33, em 2006, e 38, em 2010.

A rotatividade acelerada deve derrubar, também, o número de treinadores que trabalharam o campeonato inteiro no mesmo time. Até a rodada deste fim de semana, oito clubes preservavam o mesmo técnico desde a estreia. No entanto, a metade deles tem a comissão técnica sob forte pressão: Bahia, Corinthians, Coritiba e Internacional.

No Corinthians, uma demissão antes do término do campeonato impedirá Tite de se tornar o técnico mais longevo nos pontos corridos. O gaúcho tem 107 partidas seguidas de Brasileirão à frente do clube que dirige desde 2010. Somente Muricy Ramalho tem uma sequência maior: 120 partidas no São Paulo, entre 2006 e 2009.

Muricy é, também, o técnico na era dos pontos corridos com mais campeonatos inteiros. Além das três edições pelo São Paulo em que acabou campeão (2006 a 2008), foi da primeira à última rodada com Internacional (2003 e 2005), Fluminense (2010) e Santos (2011 e 2012). Retrospecto que não o impediu de ser demitido pelo Peixe, este ano, e ficar sem emprego até reassumir o Tricolor paulista, três rodadas atrás.

Autuori (São Paulo), Luxemburgo (Grêmio) e Abel (Fluminense) também foram dispensados durante o Brasileirão-2013. Antes, Autuori havia pedido demissão do Vasco. Luxemburgo já foi contratado pelo Fluminense. Abel é cotado para assumir o Flamengo.

Fora do alcance dos tops, a estabilidade tem sido uma característica de técnicos com história tímida no pontos corridos. Líder com o Cruzeiro, Marcelo Oliveira fez apenas um trabalho de campeonato inteiro, com o Coritiba, em 2011. Antes, tinha passagens com interino pelo Atlético-MG. Ano passado ainda sofreu duas demissões, no Coxa e no Vasco.

Vice-líder com o Botafogo, Oswaldo de Oliveira tem até participação em campanha de rebaixamento. Em 2004, pegou o Vitória em décimo e, 14 rodadas depois, entregou o time em 17.º – o Leão fecharia o ano entre os quatro piores do Brasileiro.

Enderson Moreira, que dirigiu o Goiás durante toda a Série B de 2012 e se encaminha para repetir o feito na Série A de 2013, tem um currículo apenas de técnico tampão no Brasileirão por pontos corridos. Em 2008, trabalhou nas sete últimas partidas do já rebaixado Ipatinga. Em 2010, dirigiu o Inter por três rodadas, entre a saída de Jorge Fossati e a chegada de Celso Roth.

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