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Comparação

O primeiro mês depois do 7 a 1 foi de penúria nos gramados. O Brasileiro voltou da Copa sem brilho. Veja:

Público: 53,5 mil x 16,9 mil

A média de público do Brasileirão pós-Copa é um terço da média do Mundial. Em 13 rodadas, o BR-14 tem pouco mais de 13 mil torcedores por jogo. O melhor público (46.512 de São Paulo x Criciúma) ficaria em 42º no ranking da Copa. Já o menor público do Mundial (37.603 em Rússia x Coreia do Sul) seria o quinto do Nacional.

Gols: 2,7 x 2,2

O brasileiro sofre de abstinên­cia de gols pós-Copa. Se o Mundial teve a maior média de gols da história , as 40 partidas do Nacional depois do tetra da Alemanha produziram uma média de gols igual à da Copa de 90, a pior da história. Ao menos no número de 0 a 0 o BR-14 leva vantagem — 10% das partidas, contra 11% do torneio Fifa.

Faltas: 30 x 33

Ao menos no jogo bruto os torneio se equiparam. A volta do Brasileiro tem, em média, três faltas a mais do que a Copa. Uma diferença artificial, considerando que o Mundial teve 5 jogos de 120 minutos. O jogo mais faltoso da Copa supera o seu similar no Brasileiro: 54 em Brasil x Colômbia; 47 em Flamengo x Botafogo.

Bola rolando: 57 minutos x 52 minutos

A bola rola pouco no Brasilei­­ro. A Série A tem 52 minutos de bola rolando, enquanto a Copa registrou 57 minutos. A pior marca do Brasileirão é de Sport x Vitória, antes do Mundial, com 37 minutos de tempo líquido. Como consolo, nem mesmo a Copa cumpriu a recomendação da Fifa, de ter dois terços dos 90 minutos com jogo efetivo.

A seleção brasileira não jogará mais em casa em 2014. Mesmo com 12 estádios novos e de ponta no país, a CBF preferiu manter a estratégia dos últimos anos e anunciou, ontem, o amistoso com o Japão para o exterior, em Cingapura (14/10). Antes, pega Colômbia (Mia­­mi), Equador (Nova Jérsei) e Argentina (Pequim); depois, visita a Turquia (Istambul). Manutenção de um velho hábito na véspera de uma data simbólica.

Hoje completa um mês a maior derrota da história do futebol nacional. O 7 a 1 para a Alemanha varreu o Brasil na semifinal do Mundial em casa e deu a esperança de uma reformulação dentro e fora dos gramados. Trinta dias depois, o balanço indica revoluções que morreram na casca e a sensação de que apenas alguns móveis foram mudados de lugar — a começar pela seleção.

A comissão técnica encabeçada por Luiz Felipe Scolari foi demitida — com uma generosa rescisão de R$ 4,1 milhões para o técnico. A substituição foi tão surpreendente como frustrante. Nada de treinador estrangeiro ou de nomes consolidados no mercado nacional, como Tite ou Muricy Ramalho. O escolhido foi Dunga, o mesmo da Copa de 2010. Acima dele, o coordenador de seleções Gilmar Rinaldi. Ambos com pouca ou nenhuma experiência na função e histórico de atuação como empresário no futebol.

De novo mesmo, apenas a maior proximidade entre as seleções olímpica e principal. O plano da CBF é organizar amistosos das duas equipes nas mesmas datas. Cada convocação passaria a ter 46 nomes, o dobro do atual. Problema em dobro para os clubes, que viram o calendário para 2015 manter as partidas da seleção encavaladas com as das equipes.

Tema de debates desde o outubro do ano passado, o calendário aproveitou mal as seis semanas a mais em relação ao da temporada atual, cortado pela Copa. A pré-temporada será de 25 dias, cinco a menos do que o pretendido pelos jogadores. O Brasileirão seguirá em andamento mesmo durante a Copa América, primeira competição oficial da seleção depois do Mundial.

Na série de frustrações no primeiro mês após o "Mineirazo", até os dirigentes tiveram a lamentar. A redação da Lei de Responsabilidade Fiscal do Es­­porte (LRFE) aprovada pelos clubes nem sequer foi para votação no Congresso. O governo federal pediu uma semana para elaborar um novo texto incorporando as reivindicações dos jogadores e a matéria vai a plenário depois das eleições. Até lá, os clubes vão conviver com o novo padrão de exigência do torcedor.

"O pessoal está pensando na Copa. Todo jogo agora é ruim. Não estamos mais jogando a Copa. A Copa reuniu os melhores jogadores, os melhores tudo do mundo. A preparação para essa competição é diferente", reclamou Mano Menezes, técnico do Corinthians, após o 0 a 0 com o Coritiba, no domingo.

Uma preparação diferente para um futebol que, ao menos no primeiro mês após sua maior tragédia, continua exatamente o mesmo.

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