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Marcão vibra após marcar diante do Ceará | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Marcão vibra após marcar diante do Ceará| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Personagem

Atletas esperam homenagear colega morto em acidente

A promoção para a Série C não é o único objetivo do Cianorte no confronto com o Mogi, hoje. Os atletas também encontram motivações fora de campo.

Um triunfo servirá para homenagear o volante Marcos Tora, falecido em julho em um acidente de carro. No vestiário principal do Albino Turbay, embaixo das arquibancadas, um cartaz não deixa ninguém esquecer do pacto firmado pelo grupo quando o colega morreu. "Ele era um guerreiro. Vamos correr pelo Marcos", conta capitão Alexandre.

O outro incentivo é financeiro. O prêmio pelo acesso deve alcançar R$ 200 mil, para ser rateado entre os jogadores e membros da comissão técnica.

Quantia bem superior ao que os jogadores estão acostumados a repartir. Durante a primeira fase da competição, o bicho por vitória era de cerca de R$ 6 mil. Já para os confrontos eliminatórios, alcançou em torno de R$ 20 mil.

Cianorte treina para "jogo da vida"O Cianorte enfrenta o Mogi Mirim neste domingo (23), às 15h30, no Está­­dio Albino Turbay, na partida mais importante da história do clube Após vencer o confronto de ida por 2 a 1, até uma derrota por 1 a 0 promove o Leão do Vale da Série D à Série C do Brasileiro.

Pode parecer pouco garantir uma vaga na Terceira Divisão nacional. Mas não é para uma instituição nascida há apenas 10 anos e que, caso triunfe diante dos paulistas, desfrutará de uma nova realidade.

Algo bem mais consistente do que o brilhareco dos 3 a 0 sobre o Corinthians de Carlitos Tevez em 2005, pela Copa do Brasil, e o título estadual do interior no ano passado, feitos que enfeitam com destaque a antessala da modesta sede do clube, localizada no centro da cidade.

A começar pela garantia de, no mínimo, dois anos de calendário anual completo – Paranaense e Brasileiro. "Só isso já alteraria todo o nosso planejamento. Poderíamos atrair mais jogadores e fechar contratos longos", avalia Adir Kirst, ex-goleiro diretor de futebol e "faz-tudo" do Cianorte.

Subir de categoria também repercutiria nos acertos de patrocínio e de uma eventual cota de televisão. Atualmente, o clube gasta R$ 220 mil com a folha salarial do elenco. Uma conta que não fecha.

Os atletas também vislumbram a possibilidade do incremento. "Tive propostas para sair [o Paraná foi um dos interessados], mas preferi esperar. Um acesso no currículo, se acontecer, seria ótimo", comenta o atacante Henrique, revelação do time que deve arrumar as malas ao término da temporada.

Discurso idêntico tem o técnico Paulo Turra, um ex-zagueiro xerifão de somente 38 anos. "Passar de divisão não é nada fácil. É um trabalho longo, concorrido e desgastante, valoriza todo profissional. Vamos fazer de tudo para conseguir", diz o discípulo de Luiz Felipe Scolari e Tite.

Além disso tudo, representaria um chamariz para engrossar a torcida. Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos são os preferidos entre os torcedores locais, mas a camisa do Leão vem ganhando espaço nas vitrines da capital do vestuário do Brasil. A expectativa para hoje é de estádio lotado, com cerca de 1.700 pessoas.

Entretanto, não basta consolidar-se como a quarta força do futebol do estado – deixando para trás, definitivamente, os tradicionais Londrina e Operário. O desejo é alcançar a Série B até 2015.

Uma façanha e tanto considerando a última vez que um time fora da capital integrou a Segundona: em 2004, com o Tubarão. "É um projeto ousado, mas temos forças para conquistar", acredita Kirst.

O impulso vem, primordialmente, da Morena Rosa, uma das principais marcas de roupa do país, propriedade de Marco Antônio Franzato, presidente do clube. O faturamento da grife bateu na casa dos R$ 300 milhões em 2011.

Trajetória bem sucedida no mundo da moda que os cianortenses esperam ver repetida com a bola nos pés.

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