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Estádio de Brasília com boa presença de público na Copa das Confederações: conforto, bons jogos e serviço qualificado | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Estádio de Brasília com boa presença de público na Copa das Confederações: conforto, bons jogos e serviço qualificado| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Organização

Fifa anuncia ingressos mais baratos da história no Mundial do Brasil

Após ser alvo de protestos nas ruas devido ao alto gasto do governo para organizar a Copa do Mundo de 2014, a Fifa afirmou ontem que o Mundial terá os ingressos mais baratos de sua história.

O secretário-geral da entidade, o francês Jérôme Valcke, disse que 70% das partidas do torneio terão preços "realmente baixos". A tendência é que os mais baratos custem R$ 30 ou menos. Na África do Sul, em 2010, alguns custavam cerca de R$ 35, mas apenas para moradores locais.

O desconto vai apenas contemplar os jogos da primeira fase do campeonato. A divulgação sobre a venda e valores foi adiada para o dia 19 e a comercialização deve começar em agosto. O custo total da Copa 2014 deve chegar a R$ 33 bilhões, e a maior parte do montante virá de dinheiro público.

A recém-encerrada Copa das Confederações, no Brasil, foi considerada um sucesso de público. Com 49.753 pagantes por jogo, teve a segunda melhor média da história da competição – perdendo apenas para a do México, em 1999, com 60.625. Deixou no ar também um grande desafio para os clubes do país: manter essa alta ocupação das arquibancadas. Algo que exige mais do que estádios novos.

"Tivemos futebol de qualidade, serviços de primeira e uma promoção alta da competição, o que motivou os torcedores", enumera o especialista em marketing esportivo Amir Somoggi, que divulgou ontem o estudo do público nas sete Copas da Confederações já disputadas. Para valorizar ainda mais o resultado nos campos brasileiros, ele lembra que no México, em 99, foram organizadas rodadas duplas nas quais o público foi somado duas vezes, maquiando os dados.

"Não vamos ter esta média de 50 mil pessoas daqui por diante, mas 30 mil poderíamos ter", opina Somoggi. Como referência, a atual média do Campeonato Brasileiro é de apenas 13.670 pagantes.

Mas o que precisa ser fei­­to para atrair o público? Na opinião de Fernando Ferreira, sócio-diretor da Plu­­ri Consultoria, muita coisa. Des­­de uma mudança do calendário do futebol brasileiro – que inclui jogos que não interessam aos torcedores –, passando por um pay per view muito barato, ingressos altos, segurança, conforto, até a falta de craques nos times. Dos titulares da seleção, apenas o atacante Fred jogará no país neste segundo semestre.

"No momento nós estamos igual a uma cidade do interior quando inaugura um shopping. Tudo é novidade. Só que, depois que isso passa, ninguém vai ao cinema, por exemplo, por causa do conforto. Depende do filme que está passando", compara. É o que se espera que ocorra com os elefantes brancos – arenas de Brasília, Manaus e Cuiabá – no futuro, quando jogos como o Flamengo x Coritiba do próximo sábado, no Distrito Federal, não forem mais novidades.

No caso da Copa das Con­­federações, o fato de o brasileiro poder ver ao vivo estrelas que nunca aparecem por aqui contribuiu para mobilizar um bom público. "Era como se fosse um show, um espetáculo, com um padrão de qualidade da Fifa", ressalta Ferreira, lembrando que, mesmo sem toda esta qualidade, aqui cobra-se o ingresso mais caro do mundo em relação à renda per capita do país.

Um tiro no pé, segundo Ferreira, porque o público de elite tem outras opções de entretenimento, como shows, viagens, baladas e restaurantes. "Se elitizar, vai faltar público", aposta o economista, argumentando que o melhor plano de sócios que existe é do Corinthians pois dá uma milhagem se o torcedor vai ao jogo, evitando que ele pague e compareça apenas nas partidas mais importantes.

Os principais clubes paranaenses têm suas teses de como encher os estádios. Para o superintendente-geral do Paraná, Celso Bittencourt, tudo passa inicialmente por resultados positivos em campo, o que leva a um ciclo produtivo. "Uma coisa puxa a outra", diz, admitindo também que o conforto no estádio e o preço do sócio-torcedor são fatores importantes.

Já para o presidente do Co­­ritiba, Vilson Ribeiro de An­­drade, um sucesso de público depende de três fatores: "melhorias nos estádios, com mais conforto; criar condições de disputar títulos com times com­­petitivos e ajuda da imprensa em valorizar o espetáculo", opina. A reportagem não conseguiu contato com nenhum dirigente do Atlético.

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