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Guerrero é uma das apostas do Flamengo tanto dentro de campo quanto fora, na captação de novos sócios. | Pilar Olivares/Reuters
Guerrero é uma das apostas do Flamengo tanto dentro de campo quanto fora, na captação de novos sócios.| Foto: Pilar Olivares/Reuters

Um estudo do Itaú BBA, banco de investimentos do grupo Itaú, apontou o Flamengo como dono do maior rendimento do futebol brasileiro em 2015. Segundo a projeção, o lucro EBTIDA (que é a diferença entre receitas e despesas antes do pagamento de impostos, juros, depreciações e amortizações) do rubro-negro este ano será de R$ 89 milhões. O valor não apenas é o maior entre os grandes clubes do país como equivale à soma dos lucros de Palmeiras (R$ 63 milhões), Corinthians (R$ 17 milhões) e São Paulo (R$ 9 milhões).

Na análise do resultado, o Itaú BBA ressalta que o Flamengo obteve aumento de 20% nas receitas, com destaque para o crescimento com publicidade (50%) e bilheteria (9%), ao mesmo tempo em que conseguiu controlar os custos, que subiram apenas 6% em relação a 2014: “Percebe-se na relação entre folha de pagamento e receitas a forma austera como o Flamengo vem sendo administrado. Mesmo com o salto de receitas, esta relação se manteve inalterada, na casa dos 36%”, diz o estudo.

Para o diretor financeiro do Flamengo, Paulo Dutra, os números são fruto do rígido controle orçamentário praticado pelo clube na atual gestão. “Quando falamos em austeridade financeira, o nosso desafio é continuar mantendo os custos controlados ao mesmo tempo em que aumentamos nossas receitas. Os próximos anos seguem desafiadores, mas vamos manter esse caminho”, disse Dutra ao site do Flamengo.

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O Palmeiras é o segundo colocado na projeção do Itaú BBA, com lucro de R$ 63 milhões, segundo pelo Grêmio (R$ 42 milhões). Os outros três times cariocas também têm projeção de lucro para 2015: o Fluminense é o quarto da lista (R$ 29 milhões), o Vasco vem em oitavo (R$ 7 milhões), e o Botafogo é o nono (R$ 3 milhões).

Se não têm, até o momento, resultados consistentes nos gramados, Flamengo e Palmeiras dividem este ano os holofotes quando o assunto é o trabalho no campo das finanças. O clube paulista, que inaugurou ano passado seu novo estádio, tem a melhor média de público do Campeonato Brasileiro (34.275 pagantes por jogo, quase quatro mil a mais que o rubro-negro, segundo colocado) e é o vice-líder no ranking de sócio-torcedores, com 129 mil adeptos, segundo o site do Movimento por um Futebol Melhor. O Flamengo aparece em sétimo, com 70 mil.

Flamengo em 2016

Novo vice-presidente de finanças do Flamengo, Claudio Pracownik comemora o crescimento do programa sócio-torcedor após as contratações dos atacantes Emerson e Paolo Guerrero, mas admite que o ritmo de adesão ainda está abaixo do planejado para o ano. Dos 70 mil associados, 62,5 mil contribuem mensalmente com o programa – os demais são sócios do clube que têm direito ao plano básico do sócio-torcedor, sem custo adicional. Segundo Pracownik, para fechar a temporada com a arrecadação líquida prevista para o sócio-torcedor, de R$ 27 milhões, o clube precisa continuar crescendo.

“A gente não teve um primeiro semestre dentro do orçado. Estamos, teoricamente, acima do orçado no segundo semestre, mas ainda devendo. Então, a torcida vai precisar ajudar para a gente conseguir completar o orçado para o sócio-torcedor. Precisamos chegar a 66 mil [contribuintes], e manter esse nível até dezembro para alcançar o projetado”, comentou Pracownik, que vê relação entre o sucesso em campo com o crescimento do programa. “As chegadas do Guerrero e do Sheik deram uma alavancada no programa. O sócio-torcedor cresce por causa do Guerrero, e o Guerrero veio para o Flamengo porque hoje o clube paga em dia. Então, as coisas estão interligadas.”

O orçamento rubro-negro para 2015 prevê uma receita recorde no futebol brasileiro de R$ 265 milhões. Além do sócio-torcedor e das receitas com bilheteria, o Flamengo prevê a entrada de recursos com transferência de jogos para fora do Rio – um já está confirmado, contra o Avaí, na próxima quarta-feira, em Natal – e a venda de jogadores (a saída do volante Cáceres, vendido por R$ 3,5 milhões ao Al Rayyan, do Qatar, rendeu apenas R$ 1,5 milhão ao rubro-negro, por causa da amortização de dívidas com o paraguaio).

Para Paulo Dutra, é possível alcançar a meta projetada no orçamento mesmo que não alcance as receitas nestes itens. “A gente foi além em outras áreas, como pay-per-view e cota de tevê, que passaram do orçado. A gente vai equilibrando dessa forma.”

O Flamengo começa a se movimentar em busca de patrocinadores para 2016 – os três contratos atuais, com Caixa Econômica Federal, Jeep e Guaraviton, terminam no fim do ano. Apesar da conjuntura econômica instável do país, Pracownik está otimista para a próxima temporada. “A prioridade é dos atuais patrocinadores. Mas já fomos procurados por outras empresas interessadas em associar sua marca ao Flamengo”, disse o vice de finanças.

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