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Fluminense e Atlético são duas exceções à regra nacional | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Fluminense e Atlético são duas exceções à regra nacional| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A relação cifras x resultados expõe um cruel determinismo financeiro no futebol nacional. De 2010 para cá, a cobiçada primeira classe – leia-se os melhores classificados da Série A – não permite muito acesso a ‘penetras’ sem grana.

INFOGRÁFICO: Confira a receita dos clubes brasileiros

Se cofres robustos podem até sucumbir diante de gestões temerárias, o contrário dificilmente premia boas intenções com pouco investimento.

"Futebol é dinheiro. Quem ganha mais, investe mais e tem chances maiores de alcançar o resultado", afirma o consultor Amir Somoggi, sobre um decreto monetário raramente transponível nas quatro linhas.

A tabela do Brasileirão apresenta poucas oportunidades para os pobres. Apenas quem faz parte do G8 monetário briga pela taça.

O Fluminense, duas vezes campeão – em 2010, com o título bancado pelo 11.º orçamento entre os 20 participantes do Brasileirão; e em 2012, com a 9.ª posição em arrecadação – indica um sucesso irreal, a grande exceção à regra.

"Um olhar simples quebraria a análise e mostraria que o Fluminense foi bicampeão com pouco dinheiro. Mas não é isso. O aporte do investidor, a Unimed, é muito maior e não reflete no resultado do balanço. É o único caso em que o faturamento não condiz como investimento", traduz Somoggi.

Todos os demais campeões estavam – sempre – na parte superior da tabela de classificação de recursos.

O Corinthians em 2011 equacionou receitas e os R$ 290,5 milhões arrecadados na temporada se materializarem no pentacampeonato nacional.

Mesma colocação do Cruzeiro, atual campeão nacional e que lapidou o campeonato 2013 com receitas de R$ 187,9 milhões – a sétima maior verba.

A ambição dos clubes nem sequer precisa ser o título. Alcançar a almejada Libertadores e com ela o pacote calendário internacional-visibilidade-premiação também se restringe a um grupo endinheirado.

Nos últimos quatro campeonatos, a principal exceção a reforçar a regra foi o Atlético. Com apenas o 13.º orçamento nacional, R$ 92,3 milhões, a equipe conquistou a passagem para a América, com a terceira posição no Nacional.

A temporada rubro-negra ainda foi marcada pelo vice-campeonato da Copa do Brasil, perdida para o Flamengo. De acordo com o economista Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria, o clube bem organizado e sem dívidas conseguiu amenizar esse abismo financeiro entre os times nacionais.

Com R$ 80,2 milhões arrecadados – 11.º colocado nesse critério –, o Flu também assegurou um lugar no G4 em 2011 (além da vaga decorrente título de 2010).

Todas as outras 13 classificações para o torneio continental no período ostentavam receitas valoradas em, no mínimo, três dígitos. O mais "humilde" na Libertadores foi o Cruzeiro com R$ 101,1 milhões arrecadados em 2010.

Se ter dinheiro não é garantia de êxito, não ter é praticamente um passaporte ao fracasso. Os gigantes Vasco (R$ 159,7 milhões) e Palmeiras (R$ 244,6 milhões) enfiaram no ralo seus robustos orçamentos e despencaram à Segundona em 2013 e 2012, respectivamente.

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