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Neymar ainda não aconteceu, mas tem contrato com a Nike, salário de R$ 80 mil e status de craque | Maurício Lima/AFP
Neymar ainda não aconteceu, mas tem contrato com a Nike, salário de R$ 80 mil e status de craque| Foto: Maurício Lima/AFP
  • Taison (à dir.), aposta que virou promessa e hoje uma realidade com a camisa colorada

Raul (19 anos, Atlético), Leandro Silva (21, Coritiba), Aislan (21, São Paulo) e Everton Silva (20, Flamengo); Bernardo (19, Cruzeiro), Paulo Henrique (19, Santos), Boquita (19, Corinthians), Douglas Costa (18, Grêmio), Giuliano (19, Inter) Neymar (17, Santos), Ciro (20, Sport) e Maicon (19, Fluminense); Wallyson (20, Atlético), Taison (21, Inter)...

A lista de possíveis revelações do Nacional, prêmio da CBF dado para Keirrison no ano passado, reforça a precocidade crescente da competição. Alguns dos candidatos iniciais, mesmo com a pouca idade, já disputaram com desenvoltura o campeonato de 2008.

Um agravante parece reforçar a tendência de craques-juvenis: a escassez de dinheiro nos clubes. Fora a temida janela de transferências para a Europa (entre 1/7 a 31/8), quando os melhores trocam salário em real por euro, o mercado se inflacionou até para a contratação dos jogadores "meia-boca".

O início da temporada confirmou a tendência. Raul e Wallyson se destacaram no Atlético durante o desfecho do Paranaense; o flamenguista Everton Silva ganhou espaço na decisão do Carioca. Já Ciro é tratado como a joia da coroa do Sport, vencedor do Grupo 1 da Libertadores.

Mas nenhum nome chama mais a atenção do que o adolescente Neymar. Em março, o Peixe acertou a renovação de contrato do garoto até 2014. A DIS, braço esportivo do Grupo Sonda, comprou os 40% dos direitos econômicos que pertenciam ao jogador por quase R$ 6 milhões.

A assinatura do contrato de cinco temporadas com o Peixe foi uma imposição do parceiro. Para isso, o clube teve utilizar uma brecha na lei esportiva.

Com o acerto, o time da Vila Belmiro estipulou uma multa rescisória de 30 milhões de euros (cerca de R$ 90 milhões) em caso de rescisão por parte do menino. A promessa recebe de salários R$ 80 mil. Até Pelé disse, publicamente, que era exagero.

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Caso prático

Com 21 anos, Taison é uma das promessas do Brasileirão. Mas até que ele chegasse ao time principal do Inter, muita coisa aconteceu. Acompanhe a trajetória da aposta gaúcha.

O início – Taison começa a treinar no Progresso, pequeno time de Pelotas. O Inter paga uma quantia mensal para o clube, que só tem categorias de base, revelar jogadores. "Nessa parceria, nós damos um valor mensal e o Progresso, quando das negociações, fica com um percentual do atleta", conta Newton Drummond, diretor de futebol do colorado.

A descoberta – Ao se destacar nos treinos, Taison é levado ao Beira-Rio. "Ele foi avaliado por fisiologistas, nutricionistas, preparadores físicos", disse Drummond. Taison tinha entre 14 e 15 anos.

O apoio – Selecionado para ir a Porto Alegre, Taison passa a ganhar uma pequena bolsa-auxílio. Não há benefícios extras para a família, como casas ou empregos para os pais. É feito um acompanhamento psicológico. "Eles têm uma expectativa de arrumar mais dinheiro jogando futebol do que trabalhando. Mas o funil é pequeno", explica o dirigente.

O contrato – Com os meninos, incluindo Taison, se aproximando dos 16 anos, o Inter se obriga a fazer um contrato profissional com os atletas. A praxe serve para qualquer clube que não queira perder um talento da base para outros rivais. "A gente peca por excesso, para evitar que um dos meninos vá para outro clube", diz Drummond. Para ele, vale fazer o contrato com todos. "Quem não se tornar um craque, pode ser um atleta de sucesso pelo esforço."

A promessa – Cinco a seis jogadores no ano vão para o profissional, atualmente, no Inter. Taison, campeão gaúcho, marcou um dos gols na decisão contra o Caxias – vitória por 8 a 1.

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