Caminhos opostos

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A final do Campeonato Pa­­ra­­naense confrontará dois es­­tilos, a partir das 15h50, no Couto Pereira. Coritiba e Atlético chegam à decisão movidos por estratégias diferentes na formação dos seus times. Enquanto o Alviverde tentará o tricampeonato com um método enraizado há dois anos por meio de parcerias que deram certo, o Rubro-Negro, sob nova direção, quer alavancar a sua recuperação com um título construído por um time caseiro.

Maneiras distintas que traçaram um caminho semelhante no Estadual. Cada um levou um turno, ambos marcaram duas vezes na primeira partida decisiva. Uma vitória simples hoje confirma a taça – nova igualdade leva a decisão para os pênaltis.

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Com cinco pontos a mais durante a disputa, o Coxa ganhou o direito de fazer o jogo derradeiro como mandante. A equipe será praticamente a mesma do último domingo e conta com jogadores garimpados fora do Alto da Glória. Angariados com a ajuda de parceiros.

Quatro dos titulares têm alguma forma de ligação com a mesma empresa, a L.A. Sports, ao lado do clube desde 2010: Gil, Emerson, Junior Urso e Roberto. No clássico passado, o grupo teve ainda relacionado Eltinho, no banco de reservas, e Rafinha, que acabou cortado por contusão. Referência técnica e ídolo, a presença do camisa 7 é a grande expectativa dos coxas-brancas hoje. Prata da casa no time principal, nesta tarde, só Lucas Mendes.

"Temos muitos parceiros e quem conduziu o sucesso do Coritiba não é esse ou aquele. Um dirigente ou um treinador. É um conjunto. Não analiso essa final como um retrato. E sim como parte de um filme que começou em dezembro de 2009, com 213 jogos, sete campeonatos e cinco finais", defende o superintendente de futebol do Alviverde, Felipe Xi­­menes.

No Furacão, circunstâncias construíram um cenário diferente. Rebaixado no Nacional e conduzido por uma nova diretoria desde o início do ano, a aposta se concentrou na base. O técnico Juan Ramón Carrasco não confirmou a escalação, mas seis atletas da casa devem tentar o título hoje: Ro­­dol­­fo, Manoel Bruno Costa, Heracles Deivid e Ricardinho.

"Desde o primeiro jogo do Atlético neste ano, de oito a nove jogadores que entraram [titulares ou nas substituições] são formados aqui. Estamos implantando essa filosofia de trabalhar com o potencial para formarmos o produto final", explica o diretor de futebol, Sandro Orlandelli, que reconhece o risco da aposta.

"Pode faltar a experiência em uma jogada, na hora de fazer um gol. Mas haverá o comprometimento", ressalta. O dirigente atribui à ousadia do treinador parte do êxito da proposta. "Ele é arrojado e passa confiança para o jogadores. Aqui não temos medo, porque o medo é a certeza do desastre no futebol", explica. "Eles [jovens] têm o disco limpo. Tudo o que se ensina, eles captam e gostam", justificou Carrasco, na última terça-feira.

À margem dessa ou daquela construção das equipes, quem levantará o troféu hoje será um dos veteranos de cada lado – claras exceções as estratégias administrativas. Capitães adorados pelos fãs, respeitadíssimos nos clubes e no limiar das carreiras.

"O Tcheco é um modelo de tudo que é desejado para o Coritiba. Comprometimento e entrega, com o pensamento no clube acima dos projetos pessoais. Tomara que a história dele no clube continue por muito e muitos anos", elogia Ximenes, que deve contar com o jogador como braço-direito após a aposentadoria, marcada para o fim da participação coxa na Copa do Brasil.

No Atlético, Paulo Baier é definido o como o pilar capaz de sustentar a presença de atletas menos tarimbados. "Ele é uma referência de caráter e também técnica. Para mim, se ele tivesse 25 anos estaria entre os 30 melhores jogadores do planeta na sua posição", completa Orlandelli, sobre o meia que ficou na Baixada para garantir o acesso à elite nacional e pode premiar sua permanência com a taça do Estadual como bônus.