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Para ajudar o Paraná a sobreviver ao cenário atual de calamidade financeira, os membros do Conselho Deliberativo do clube terão a obrigação de contribuir com um valor monetário mensal extra, que vai além da mensalidade de sócios.

A iniciativa, segundo o atual presidente do Deliberativo paranista, Rodrigo Vissotto Junkes, será apresentada em reunião extraordinária do conselho, marcada para o dia 5 de março. Segundo Junkes, os valores individuais de contribuição por conselheiro ainda não foram definidos. No entanto, a expectativa é de que a arrecadação geral atinja a meta de R$ 40 mil mensais.

“A iniciativa partiu dos próprios conselheiros. Nosso estatuto prevê a possibilidade de instituir uma mensalidade extraordinária dos conselheiros, com o objetivo de ajudar o clube quando há dificuldades financeiras. Quero levar isso em virtude de nossa grave situação econômica”, explica Junkes, para quem, caso aprovada, a prioridade de destinação da verba será o pagamento de salários atrasados de atletas e funcionários.

“Discutiremos a instituição desta taxa para que nosso querido clube possa dar uma resposta. Sobretudo em relação à questão salarial, que incomoda a todos”, prossegue o conselheiro, que ainda estuda o estatuto do clube para determinar valores individuais de cobrança e possíveis decorrências do não-pagamento da taxa.

“Estou estudando o estatuo para levar uma proposta para a plenária, mas preciso ver com mais cautela, até mesmo para [o valor extra] contemplar as diferentes categorias de sócios dos conselheiros. E também para determinar o efeito do não pagamento dessa taxa. Não queremos que a questão dos valores prejudique categorias de conselheiros”, afirma Junkes, que afirmou ainda não precisar o número exato de conselheiros atualmente participantes no deliberativo.

Uma das inspirações para a ideia foram as ações recentes da associação de torcedores Patronos da Gralha Azul. Além de arrecadar R$ 6 mil para a instalação de um túnel inflável na saída dos vestiários da Vila Capanema, os Patronos lançaram campanha de arrecadação de doações para pagamentos de salários do clube.

“Temos uma série de trabalhos sérios por parte da Patronos, de arrecadações interessantes, e decidimos internalizar isso em nosso deliberativo. Estamos verificando que é uma proposta saudável. Ex-conselheiros e ex-sócios, gente que estava afastada do clube, está voltando para ajudar”, complementa Junkes.

Dívida

Além da apresentação de proposta da cobrança de taxa extraordinária aos conselheiros, a reunião do próximo dia 5 irá revelar o número exato da dívida do Paraná.

“Vamos apresentar o valor exato da dívida. A auditoria que fizemos já terminou e o valor é o resultado dessa auditoria. Inclusive já tenho conhecimento deste número, mas não posso ainda revelar, por causa de um acordo de confidencialidade. Foi um trabalho criterioso que fez um raio-X do clube”, diz Junkes, para quem a divulgação do valor do débito abrirá caminho para propostas concretas de reestruturação do Tricolor.

“Propostas têm sido conversadas sempre, mas a propositura, pela condição estatutária, depende da caneta do [presidente] Rubens Bohlen. Eu não sei se a diretoria já conseguiu costurar estratégias para que fossem levadas ao deliberativo. Agora, aparecendo essa proposta, convoco imediatamente nova reunião”, finaliza o conselheiro.

Em entrevista à Gazeta do Povo nessa segunda-feira (23), o presidente Rubens Bohlen foi indagado sobre o total de débitos do Tricolor, mas não quis falar sobre o assunto. “Temos o valor desta dívida, mas trato dentro dos poderes internos do clube”.

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