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Presidente da Federação, Hélio Cury, conversa com o mandatário do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade: negócios à parte | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Presidente da Federação, Hélio Cury, conversa com o mandatário do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade: negócios à parte| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Base

Sucesso da nova safra anima o clube

Os bons resultados do Coritiba nos torneios de base trazem ao clube, ao mesmo tempo, esperança de novos craques brilhando no time profissional e motivos para acreditar que a crise do futebol pode passar pelo Alto da Glória sem deixar estragos.

Campeão da Copa Votorantim (sub-15) e semifinalista da Copa São Paulo (sub-18) no início deste ano – os piás alviverdes também chegaram à semifinal do Brasileiro sub-20 e da SC Cup (sub-16) em 2010 –, o Coxa tem grande expectativa sobre a nova safra de atletas. Até 2014, o clube quer que pelo menos três jogadores se tornem destaques do time principal.

"Acho que nos próximos três anos vamos revelar três ou quatro grandes talentos. Pelo menos essa é a minha expectativa", afirmou o presidente do clube, Vilson Ribeiro de Andrade, à Gazeta do Povo.

O dirigente explica que o investimento na formação de atletas não é gratuito. Ao contrário, faz parte da estratégia em longo prazo do clube. E como, segundo Andrade, o futebol atual apresenta valores "absurdos", a melhor maneira para se manter competitivo é revelando os próprios craques.

"O futebol ficou muito caro. O tamanho das receitas não é compatível com as despesas e por isso temos de ter essa visão de investir na base. É uma forma de vencer todas essas batalhas [do futebol moderno]", argumentou o presidente, que destaca os investimentos na categoria de base feitos desde 2010.

"Reformamos o alojamento dos jovens jogadores no Couto Pereira, o espaço Dirceu Krüger, e também alugamos o Sportsville [centro de treinamentos], em Quatro Barras. Antes não tínhamos campos suficientes. É com esse tipo de investimento no prata da casa que vamos crescer", concluiu.

Fernando Rudnick

Quem viu a conversa animada ontem do mandatário alviverde, Vilson Ribeiro da Andrade, com o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Hélio Cury, pode até esquecer que os dois estão em lados opostos na disputa no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para ceder o Couto Pereira ao Atlético.

No lançamento da campanha coxa-branca "Amo minha terra, torço pelo meu Estado", os dirigentes afinaram o discurso na busca por uma valorização do futebol paranaense – sem incluir o estádio nesse pacote.

"As pesquisas indicam que o Paraná tem regiões muito definidas em relação às torcidas. O Norte é mais São Paulo, o Litoral é Rio de Janeiro e o Sudoeste é Rio Grande do Sul. Nós temos de mudar este conceito", disse An­­drade, que fez questão de ressaltar no seu discurso que não acredita no propagado autofagismo paranaense.

"Talvez o nosso grande defeito seja exigir muito", argumentou para cerca de 120 pessoas presentes em um hotel da capital.

Já o presidente da FPF fez questão de valorizar a iniciativa coxa-branca. "Lógico que o Coritiba vai trabalhar no seu interesse, mas demonstrou a grandeza de colocar todo o estado do Paraná envolvido", destacou Cury, ressaltando o pensamento da FPF de, com os pontos corridos em turno e returno no Estadual, levar os grandes de Curitiba para o interior.

"Se o garoto não torcer para o time da cidade, torcerá por um da capital, ou seja, do estado", prega.

Quando o assunto foi a disputa por emprestar ou não Couto Pereira, os dois lados, que mantêm tentativas de transformar o Pinheirão na nova casa alviverde, tentaram não entrar em conflito. "Isso não tem nada a ver. Esta é uma questão de posição de defesa de direito. Aqui é uma campanha institucional inédita para o futebol paranaense", ressaltou o presidente coxa-branca que apelou à Justiça Desportiva para não ceder seu imóvel ao rival.

"Eu converso direto com o presidente [do Coritiba]. Lógico que tem uma área da torcida que é mais afoita. Se eu não fizesse isso [requisitar o Couto], não seguisse o regulamento [da FPF], eu seria omisso", justificou Cury. "Temos de esclarecer até a última instância da Justiça Desportiva qual é a definição. Aí todo mundo ficará contente. Essa é a nossa obrigação", completou.

Apesar do racha deflagrado pelo imbróglio do uso do Alto da Glória, o presidente da FPF prometeu promover a bairrista campanha coxa-branca. O apoio veio também do vice-governador e secretário de Educação, Flávio Arns, e do secretário de Esportes, Evandro Rogério Roman, presentes no evento.

"Nós temos um longo caminho para discutir, onde nós podemos atingir as escolas, os doze núcleos regionais", acredita Roman. "Como diria Paulo Le­­minski, o Paraná não pode ser uma ostra que esmaga suas pérolas. Pode ter certeza que o estado estará envolvido, isso não é uma campanha isolada", prometeu.

A esperança é contagiar os torcedores e principalmente os em­­presários paranaenses.

"Existe uma simpatia pela campanha. Acho que esse foi o pontapé inicial para que nós possamos ter um diálogo. Associações comerciais, entidades públicas, privadas, em­­presariais, governo, Fe­­dera­­ção. Se todos estiverem unidos o resultado da campanha vai ser extraordinário", aposta o presidente coxa-branca, em um dia que disputas judiciais não eram o assunto preferido.

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