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Opinião

Na pressão

Robson Martins, repórter

No que diz respeito à conquista do Paranaense, nenhum time começa o segundo turno mais pressionado do que o Coritiba. O clube iniciou o Estadual como favorito e precisa ter um desempenho exemplar para não correr o risco de perder o campeonato sem ao menos disputar a final.

Resta agora ver como o técnico Marcelo Oliveira e os jogadores alviverdes reagirão a esta cobrança. Não bastará mais apenas ser invicto. O primeiro turno mostrou que o Coritiba precisa vencer a todo custo, já que alguns empates podem colocar o título em risco.

Com uma pressão dessas, é difícil imaginar que os jogadores mais jovens, como Rafael Silva e Luccas Claro, terão oportunidades. O problema é que o Estadual é justamente a hora de dar chance aos novatos. A única solução é fazer sempre como contra o Roma: garantir a vitória cedo e colocar os mais novos no segundo tempo. Haja eficiência.

Os cerca de 7 mil pagantes que foram ao Couto Pereira ontem saíram do estádio com uma mistura de alegria e tristeza após o jogo com o Roma. Apesar da goleada por 5 a 0, os coxas-brancas tiveram de engolir a conquista do primeiro turno pelo Atlético, acabando um ponto atrás do rival. Com isso, cresce a pressão dos torcedores para que o atual bicampeão paranaense conquiste o turno final, provocando uma final em dois Atletibas.

Antes do confronto, os alviverdes ainda tinham alguma esperança – não muita, tanto que o público foi o segundo pior do Coxa como mandante neste Estadual – de conquistar o turno caso Cianorte e Atlético tropeçassem. Porém, mesmo com o Arapongas empatando com o Leão do Vale, o Rubro-Negro já começou marcando logo aos 3 minutos. Quando Rafinha abriu o placar para o Coxa, aos 10, todos no Couto Pereira já sabiam que o rival também estava vencendo.

E o confronto no Alto da Glória continuou neste mesmo clima. Rafinha marcou um gol de letra ainda no primeiro tempo. Na etapa final, com Gil se destacando na lateral-direita, Luís Paulo fez contra, Lincoln anotou de cabeça e Emerson fechou a goleada.

Mesmo com o placar dilatado, a torcida ensaiou algumas vaias, principalmente direcionadas ao meia Lincoln. Resultado da grande expectativa gerada pela campanha invicta do Coritiba no ano passado e do favoritismo com que o time começou 2012. No entanto, com o gol, até mesmo o camisa 10 acabou aplaudido quando saiu.

"Eu fico feliz pela boa atuação, mas triste porque não conseguimos levar o primeiro turno. Agora é levantar a cabeça e tentar ter um melhor aproveitamento na sequência", resumiu Gil, admitindo que é uma questão de honra a conquista do returno.

O Coritiba teve nesta metade inicial do campeonato sete vitórias e quatro empates. Um aproveitamento de 82,5%. Com a vitória sobre o Roma o Coxa ainda chegou a 44 jogos de invencibilidade no Parana­­ense. Ótimo desempenho, mas insuficiente para terminar na ponta.

Já o técnico Marcelo Oliveira preferiu lamentar, após a goleada, os empates com Cianorte, fora de casa, e principalmente contra o Rio Branco, no Couto Pereira. "Fica aquela sensação que uma bola em um daqueles empates mudaria a situação", admitiu o comandante alviverde. "O Rio Branco vai ficar engasgado, mas serve de fortalecimento", completou o treinador.

Para Oliveira, pelo menos a vitória de ontem criou uma boa perspectiva para a sequência do Para­­naense. "O Coritiba perdeu o turno, mas não perdeu o seu caminho", avisou o treinador, consciente que enfrentará Cianorte e Atlético entre os cinco jogos que fará em casa no segundo turno. "Já tem um finalista. Nós vamos brigar para sermos o outro e buscar o tricampeonato", finalizou o técnico.

Coxa reafirma força ofensiva dentro de casa

Com o placar elástico da vitória sobre o time de Apucarana, o Coritiba fechou o primeiro turno dono do melhor ataque do campeonato e voltou a mostrar que a sua força ofensiva ocorre principalmente no Couto Pereira. Dos 28 gols marcados no primeiro turno, 21 – ou 75% deles– foram anotados jogando em casa.

"No ano passado estávamos sendo campeões do primeiro turno neste momento e não tínhamos tantos gols como tivemos agora", lembrou o técnico Marcelo Oliveira.

Este retrospecto é resultado das goleadas que o Alviverde conseguiu como mandante. Primeiro foi o Iraty, que foi superado por 5 a 1. Depois o Arapongas, encarado como principal adversário até aquela rodada, perdeu de 4 a 1. O mesmo resultado da vitória coxa-branca sobre o Operário. Por fim, os 5 a 0 sobre o Roma. Segundo o treinador poderia ser ainda mais.

"Neste jogo [contra o Roma] fizemos 5, mas poderíamos ter feito 10 que seria normal", analisou Oliveira. O comandante alviverde ainda reclamou que o adversário de ontem teve muito espaço para contra-ataques e resumiu a lição do primeiro turno do Estadual.

"O time foi inconstante coletivamente e às vezes individualmente", admitiu. "Temos que estar indignados também por aquilo que fizemos, pois podemos fazer mais", avisou o treinador.

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