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J. Malucelli e Arapongas, um dos piores públicos do certame regional | André Rodrigues/ Gazeta do Povo
J. Malucelli e Arapongas, um dos piores públicos do certame regional| Foto: André Rodrigues/ Gazeta do Povo

Arquibancada

Voltas de Alex e Paraná fazem média de público ser melhor do que em 2012

Mesmo com ingressos mais caros em 3 dos 12 clubes, as arquibancadas receberam mais público no Paranaense 2013 do que no ano passado. Nas cinco primeiras rodadas, os 30 jogos disputados tiveram média de 2.663 torcedores, enquanto em 2012 os estádios abrigaram cerca de 2.343 pessoas em média no mesmo período.

Mesmo sendo no meio de semana, a quarta rodada – com Londrina e Paraná disputando a liderança na Vila Capanema (com vitória do Tricolor por 2 a 1), e a reestreia de Alex em uma competição oficial pelo Coritiba, contra o J. Malucelli, no Couto Pereira – foi a que mais atraiu o público: ao total, 23.845 pagantes em seis jogos.

Perfil

Em 30 jogos do Paranaense, 40.040 ingressos foram comprados na bilheteria dos estádios. O número corresponde a 50% do total de espectadores no certame. Operário, Londrina, Paranavaí, Arapongas, Cianorte, Nacional, Rio Branco, Toledo e J. Malucelli são responsáveis por 85% da venda de tíquetes (34.155 ingressos). O Paraná vive uma situação híbrida (5.012). Atlético (230) e Coritiba (643) praticamente eliminaram a figura do bilheteiro.

Sobe e desce

Conheça os cinco melhores e os cinco piores públicos em cinco rodadas

Coritiba x J. MalucelliPúblico pagante: 10.077

Coritiba x ParanavaíPúblico pagante: 7.705

Paraná x CoritibaPúblico pagante: 6.409

Paraná x LondrinaPúblico pagante: 5.670

Operário x CoritibaPúblico pagante: 5.103

Paranavaí x OperárioPúblico pagante: 648

Paranavaí x ToledoPúblico pagante: 436

J. Malucelli x CianortePúblico pagante: 122

J. Malucelli x ArapongasPúblico pagante: 117

J. Malucelli x NacionalPúblico pagante: 115

As bilheterias dos estádios paranaenses sofrem com a ociosidade. A baixa procura de ingressos no dia dos jogos é reflexo do novo perfil que cresce nas arquibancadas: 50% do público no Estadual 2013 é formado por sócios.

A dupla Atletiba puxa a fila da aposta na fidelização dos torcedores – assim como da cobrança de valores bem mais expressivos para a compra avulsa. O retorno do Paraná à elite também contribui para a queda porcentual dos ocupantes eventuais.

Nem mesmo o fato de 7 dos 12 integrantes do Pa­­ra­na­ense terem mantido os mesmos valores de 2012 serviu para seduzir os fãs de ocasião: a média de tíquetes vendidos nas cinco primeiras rodadas é de apenas 1.334 por jogo (de um total de 2.663 por jogo).

Apenas três clubes majoraram os preços nesta temporada: Atlético (de R$ 60 pa­­ra R$ 100), Londrina (de R$ 30 para R$ 40) e Operário (de R$ 30 para R$ 60).

Tamanho reajuste, contudo, está sendo revisto nos Campos Gerais. Ontem, um dia após o empate por 2 a 2 com o Rio Branco, o presidente do Fantasma, Laurival Pontarolo, estudava uma promoção para as próximas partidas, apesar de ser o recordista em venda avulsa, com uma média de 4,3 mil entradas negociadas nos dois jogos disputados no Germano Krüger.

"O time é o que motiva o público. Se não tiver resultado, não vem. O torcedor é exigente e se for muito caro vai reclamar. Depois de ontem [domingo] conversei com o pessoal da L.A. Sports [gestora do Operário] para reduzirmos para R$ 40 [hoje custa R$ 60] o valor para quem levar um quilo de alimento no próximo jogo [amanhã, contra o Paraná]", explicou o dirigente, que ainda se considera um privilegiado no Es­­tadual. "Nossa bilheteria corresponde a cerca de 20% do orçamento", contabiliza.

Lanterna do Estadual, o Cianorte nem sequer considera a venda de ingressos como um reforço de caixa. "Nosso estádio tem 2 mil lugares com ocupação de uns 800 torcedores. Contando os custos do jogo, o que se arrecada dá no máximo para pagar um bicho [premiação por desempenho] ou outro", reconhece o gerente de futebol Adir Kist.

Até por isso o Leão do Vale manteve os R$ 20 praticados em 2012 – menor valor do campeonato e o mesmo cobrado por Paranavaí, Nacional, Toledo e Rio Branco –, com possíveis aumentos em jogos de maior apelo, como contra os clubes da capital.

Já o presidente do Lon­­dri­­na, Cláudio Canuto, afirma que o aumento de R$ 30 para R$ 40 no bilhete para esta temporada é um repasse ao público para ajudar a cobrir os custos de um time mais forte do que o de 2012. "Também tem o fator de querer somar mais sócio-torcedores, mas como não temos ainda calendário para o segundo semestre, não podería­mos subir muito o valor da entrada para o torcedor ocasional", afirma.

A presença dos grandes, entretanto, não é uma segurança para incrementar a venda no dia dos jogos no Interior, aponta o economis­ta da Pluri Consultoria, Fer­­nando Ferreira.

"Os clubes estão fazendo o que sempre pediram para as federações e a CBF fazerem, que era rever o calen­dário. Como não conseguiram, estão colocando os times sub-23, sub-20 e sub-aquilo para jogar. Estamos brincando de fazer futebol por quatro, cinco meses. E o torcedor não é trouxa e não vai pagar para ver jogadores desconhecidos", comenta, sobre a estratégia do Atlético e o início do Coritiba.

Sem torcedores, Jotinha reduz o valor da entrada

Único clube a reduzir os valores dos ingressos do ano passado para este Estadual, o J. Malucelli não viu a medida surtir efeito em cifras e fãs, mas vê um ganho a médio prazo. O clube baixou de R$ 40 para R$ 30 o preço cobrado na bilheteria. "Estamos empregando todos os esforços para voltarmos a ser um clube simpático como já fomos, algo que se perdeu um pouco por causa da história do Corinthians. Esse esforço passa também pelo preço do ingresso", explicou o presidente de honra do clube, Joel Malucelli. O Caçula conta com um plano de sócios modesto, com certa de 400 participantes – basicamente integrantes do grupo J. Malucelli e suas 73 empresas. Não há, contudo, registro de sócios nos borderôs deste ano.

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