Inquilino, Rubro-Negro sofre com escassez de torcida

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O aluguel da Vila Capanema pe­­lo Atlético foi cercado de polêmicas. Discutiu-se intensamente qual seria o valor justo para a cessão do estádio – acertado por R$ 50 mil por jogo – e o fato de a casa do Paraná, disponível para 9.999 pessoas, não comportar os mais de 17 mil sócios rubro-negros.

Passados quatro jogos do Furacão por lá, a preocupação com a capacidade parece ter sido, pelo menos por enquanto, em vão. Até agora, a média de público do clube é de apenas 4.955. Baixo comparecimento que deve se repetir no confronto com o Cianorte, hoje, às 18h30.

A média é menos da metade da verificada nos jogos em que o Furacão foi mandante nos últimos quatro anos. Considerando todas as partidas da equipe na tem­­porada, em 2008 foi de 13.286; em 2009, 15.377; em 2010, 13.978; e em 2011, 12.500. Apenas no Estadual de 2011, 9.618 torcedores compareceram em média à Arena.

Diante desse cenário, uma pergunta é inevitável: por que o torcedor atleticano não tem acompanhado sua equipe em 2012? O fechamento da Arena para as obras da Copa do Mundo é uma justificativa óbvia. Mas, o que mais está provocando o afastamento?

Os atleticanos apontam algumas causas para o divórcio atual: torcida mal acostumada com o conforto da Baixada, resultados ruins em série, má administração e brigas políticas, entre outros.

"Acho meio generalizante, mas creio, sim, que há uma nova geração de torcedores que ficou mal acostumada. A administração do clube também não é transparente com o torcedor, não gera confiança", afirma o torcedor Flávio Ja­­cobsen, escritor e compositor.

Outro atleticano, o consultor previdenciário Oscar Henrique Coelho, acrescenta: "São vários fatores e coisas que acontecem há anos. Brigas políticas, investimentos mal feitos etc. Há também a facilidade de assistir ao jogo pela televisão. É mais cômodo ficar em casa tomando uma gelada", declara.

Na tentativa de "segurar" o torcedor, especialmente o associado, o Atlético lançou no início do ano a campanha "Eu te sigo em toda parte". O número de sócios, de acordo com a diretoria, tem sido mantido. Atualmente, gira em torno de 17 mil rubro-negros comprometidos com a sua paixão.

"Eu acredito que a falta da Arena é, sem dúvida, o principal motivo. A Baixada é um templo para o torcedor atleticano, o estádio mais moderno do Brasil. Não podemos esconder que o time caiu para a Segunda Divisão, está sendo refeito, mas o mais significativo é a mudança de estádio", comenta Mauro Holzmann, diretor de marketing do Furacão.