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Os jogadores do Atlético se abraçam para comemorar o gol marcado por Bruno Furlan no segundo tempo | Marco André Lima/Gazeta do Povo
Os jogadores do Atlético se abraçam para comemorar o gol marcado por Bruno Furlan no segundo tempo| Foto: Marco André Lima/Gazeta do Povo

Opinião

Falta equilíbrio defensivo

Gustavo Ribeiro, repórter

Ainda é cedo para dizer que o Atlético tem condições de brigar de igual para igual com o Coritiba no Estadual. Seria temeroso fazer tal afirmação, ainda mais tratando-se de um time em formação, que vive à mercê de insights de Juan Ramón Carrasco. O treinador, aliás, tem cumprido o time ofensivo que prometeu, só que está longe de encontrar equilíbrio na defesa.

E é exatamente o setor defensivo que pode pesar contra o Rubro-Negro na esperança de chegar empatado com o rival no Atletiba da 10ª rodada. Muito permissivo, contou com a sorte e com a deficiência ofensiva de Londrina, Operário e Rio Branco. Carrasco precisa olhar para trás da mesma forma que pensa o ataque. Caso contrário, pode ser tarde.

Apesar disso, o técnico uruguaio tem surpreendido. Era difícil imaginar, mesmo em um campeonato tecnicamente ruim, que o combalido Furacão largaria com três vitórias. Carrasco ganhou crédito.

O desafio dele é manter essa confiança, inclusive da torcida, impondo limites. Nele mesmo.

Adeus, Nillo

O Atlético enfrentou o Rio Branco ontem de luto. Por isso, entrou em campo com o terceiro uniforme, todo preto, como forma de homenagem a Nillo Biazzetto, ídolo atleticano que entrou para a história do clube como capitão do Furacão de 1949. O Capitão Furacão faleceu na última sexta-feira, aos 89 anos, vítima de câncer no sistema linfático. Ele ainda foi lembrado na entrada dos atletas do Atlético, que carregaram uma faixa em agradecimento ao ex-jogador. Além disso, as camisas de todo o elenco estampavam o nome de Nillo nas costas, acima do número.

  • O presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, assistiu à vitória do time no meio da torcida, no Caranguejão
  • Confira a ficha técnica da partida

Sob os olhos do presidente Mario Celso Petraglia, que se misturou com a torcida e teve de suportar um calor de mais de 35ºC graus nas arquibancadas do Gigante do Iti­­berê, em Paranaguá, o Atlético en­­caixou a terceira vitória no Cam­­peonato Paranaense. O triunfo sobre o Rio Branco, por 2 a 0, mantém a equipe dividindo a liderança da competição com Coritiba e Cia­­norte, todos com 9 pontos – o Ru­­bro-Negro só perde nos critérios de desempate.

O Furacão, aliás, não sabia o que era largar no Estadual com três vitórias consecutivas desde 2008, ano em que encaixou 12 resultados positivos em sequência – no final, po­­rém, viu o Alviverde sagrar-se campeão. Com apenas uma contratação confirmada e um time repleto de jo­­vens, nem o torcedor atleticano imaginaria que o início da temporada seria dessa forma.

As vitórias não rendem apenas os pontos que entram na conta do Fu­­racão, mas, principalmente, a mo­­tivação que se espalha pelo CT do Caju, ainda na tentativa de apagar o péssimo 2011.

"Cumprimos quase um mês de trabalho à frente do Atlético e as vi­­tó­­rias nos dão confiança e solidez pa­­ra seguir crescendo. A equipe vai se encontrando aos poucos e nos traz mais certeza no que estamos fazendo", disse o técnico Juan Ra­­món Carrasco.

O treinador, que teve o seu nome gritado pelos torcedores em Pa­­ra­­naguá ao final da partida, comenta que o time pode evoluir no campeonato. "Como falei quando cheguei, só as vitórias vão dar a injeção de credibilidade à equipe. De partida em partida, vai ficando mais sólido e com melhor distribuição em campo", apontou.

Carrasco comemorou o fato de não ter tido a meta vazada no Pa­­ra­­naense, mas reclamou da falta de objetividade do ataque, que cria oportunidades, mas não as transforma em gols. "Falta mais contundência nas várias vezes que chegamos ao ataque. Pouco a pouco, quando a equipe encontrar uma melhor transição e mais rapidez, quem sabe po­­deremos ganhar com mais vantagem", fechou.

O setor defensivo, que goza de moral com o comandante, entretanto, admite que o Atlético ainda sofre muitos riscos durante os jogos e que alguns detalhes precisam ser corrigidos para manter a defesa ze­­rada. "Não tomar gol é sempre bom, mas eles [Rio Branco] criaram oportunidades. Se fossem um time um pouco mais qualificado, poderíamos ter tomado gols", alertou o za­­gueiro Gustavo.

Depois de duas partidas fora de casa – três longe de Curitiba, já que jogou a primeira como mandante em Ponta Grossa –, o Atlético volta a atuar na capital, na quarta-feira, às 17 h, contra o Roma. O jogo será no Ecoestádio, a segunda "casa" temporária do Furacão no ano.

Bruno Furlan admite jogar improvisado

O sistema tático de Juan Ramón Carrasco, que privilegia os atacantes, chegou a deixar quatro jogadores de frente no segundo tempo, com Marcelo, Ricardinho, Bruno Mineiro e Bruno Furlan.

Bom para o jovem Furlan, 19 anos, que entrou no intervalo do jogo no lugar de Marcinho e aproveitou a oportunidade dada pelo treinador para marcar o gol que fechou a vitória sobre o Rio Branco. Foi a primeira partida dele neste Paranaense.

Apesar do tento, o jogador não escondeu que tem ficado um pouco confuso sob as ordens de Carrasco, principalmente por atuar em posições nas quais não tem intimidade. O negócio dele, diz, é jogar na frente, buscando o gol.

"Sou jogador de ataque e entrei para jogar no meio. O professor tem me improvisado na lateral esquerda nos treinamentos. Mas não tem problema, o importante é ajudar o Atlético", comentou.

Ele despontou no Rubro-Negro em 2010, na Copa São Paulo, mas não conseguiu se firmar no time profissional. Foi parar na Bielorrússia, emprestado ao Dínamo de Minsk no ano passado, e retornou no início da temporada ao CT do Caju. A partir de agora, não quer deixar a oportunidade escapar novamente.

"A minha volta tem sido muito boa. Venho treinando bastante e não importa se entrar durante os jogos ou ser titular. Eu quero mesmo é estar jogando", fechou o atleta, que a exemplo do treinador, teve o nome gritado pelos torcedores após a partida.

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