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Banco estatal garante receita para quatro confederações

A Caixa Econômica Federal (CEF) patrocina atualmente as confederações brasileiras de Ciclismo (CBC), Ginástica (CBG), Atletismo (CBAt) e Lutas Olímpicas (CBLA). Apoia também o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Os últimos acordos foram sacramentados em 2013, visando ao quadriênio que termina em 2016, com os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro.

O acordo com a CBAt é de longa data. Irá completar 15 anos na Olimpíada e foi crescendo consideravelmente com o tempo. Em 2007, ano dos Jogos Pan-Americanos, também no Rio, o investimento foi de R$ 10,5 milhões.

Atualmente, é de R$ 90 milhões para o período de 2013 a 2016. Já a ginástica irá receber no quadriênio R$ 35 milhões; o ciclismo, R$ 17 milhões; e as lutas, R$ 11,2 milhões. O suporte ao Comitê Paralímpico é ainda mais robusto, de R$ 120 milhões.

Depois da determinação da CBF, seguindo orientação da Fifa, de restringir a atuação de investidores, o futebol brasileiro pode sofrer mais um considerável baque financeiro. Principal patrocinadora de clubes no país, a Caixa Econômica Federal (CEF) acena com a possibilidade de diminuir – ou até mesmo retirar – o apoio aos times. Com reflexo imediato no futebol local.

INFOGRÁFICO: Veja os acordos que o banco mantém com clubes brasileiros

Atualmente, 15 equipes, das três principais divisões do Brasil (Atlético, Coritiba e Paraná entre elas), estampam a marca do banco em seus uniformes. Em troca, a estatal despeja nos clubes a bagatela de R$ 112 milhões por ano – os contratos, em sua maioria, terminam no primeiro semestre deste ano.

Nem mesmo a manutenção do baiano Jorge Hereda na presidência da CEF tranquiliza os clubes. Principal incentivador da estratégia de se investir no futebol, Hereda está abaixo do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que prega o enxugamento de custos por parte de todo o governo federal. A interrogação aumenta com a Olimpíada do Rio, no ano que vem, cada vez mais no horizonte e a confirmação de que a presidente Dilma Rousseff pretende mesmo abrir o capital do banco, dois pontos que influenciam diretamente na política de investimentos da CEF.

"O plano de marketing esportivo da empresa ainda está em elaboração. Em 2014, a Caixa investiu cerca de R$ 236,5 milhões em patrocínios esportivos, nas modalidades: atletismo, ginástica, lutas associadas, ciclismo, paradesporto, futebol e corridas de rua", resumiu a estatal em nota encaminhada à Gazeta do Povo. O banco não atendeu ao pedido de entrevista.

A dúvida atinge em cheio o futebol paranaense. A primeira baixa foi sentida na semana passada. Por causa de dívidas, o Paraná perdeu a Certidão Negativa de Débitos (CNDs), requisito essencial para ser patrocinado pela Caixa. Por isso, não terá o contrato renovado, deixando de receber R$ 2 milhões por ano.

Segundo Aldo Luiz Coser, vice-presidente tricolor, o clube até foi procurado pelo banco, mas a falta da certidão inviabilizou a renovação. "Já temos conversas avançadas com outras empresas. Vem coisa boa aí", disse ele, sem entrar em detalhes. Especula-se que uma montadora de automóveis oriental substitua a Caixa no uniforme paranista.

Mesmo com um contrato um pouco mais longo, terminando apenas em maio, o Coritiba já abriu, mesmo que timidamente, contato com o mercado. Tenta se antecipar a qualquer surpresa. O vice-presidente alviverde, André Macias, tem reunião agendada com a CEF, em Brasília, na próxima semana. Irá tratar de uma possível renovação – o Coxa recebe R$ 6 milhões por ano da estatal. "Após essa reunião posso falar mais", despistou. "É começo de gestão e estamos organizando a casa. Esperamos manter o patrocínio, já que temos portas abertas na Caixa", acrescentou Ricardo Guerra, outro integrante do G5 coritibano.

Na sequência, em junho, acaba o contrato de patrocínio do Atlético, também de R$ 6 milhões. A reportagem entrou em contato com o departamento de comunicação do clube para saber qual o posicionamento do Rubro-Negro em relação ao assunto. Por e-mail, o Atlético informou que não atende a Gazeta do Povo.

A possível contenção de despesas da CEF, com o fim do suporte a times de futebol, não surpreende o consultor de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi. "É uma morte anunciada, não ia durar eternamente. Ficaram reféns deste investimento e certamente não vão conseguir valores iguais em empresas privadas", ressaltou. "Sem contar que é um grande mau exemplo para o país uma entidade pública investir tanto em clubes que devem muitos milhões para o governo", fechou. Estimativas apontam para uma dívida dos clubes com a União na casa de R$ 3,7 bilhões.

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