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Alex revelou que se aposenta em dezembro e que vai procurar se “alienar” para curtir os últimos momentos da carreira | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Alex revelou que se aposenta em dezembro e que vai procurar se “alienar” para curtir os últimos momentos da carreira| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Reflexão

Meia revela mudança de ideia após conversas e mobilização de fãs

Alex confessou ontem ter encarado dois dias de muita reflexão e que, diante de tantos problemas enfrentados no Coritiba, se não fosse coxa, teria parado de jogar ainda neste primeiro semestre. Diante dessa angústia, a decisão de ficar e cumprir o contrato até o fim foi atribuída ao apelo dos colegas do grupo, a uma emblemática conversa com o ex-jogador e hoje dirigente Tcheco e à mobilização da torcida via mídias sociais. "Nem sei a quem agradecer, quem fez esse movimento, mas me deixou bastante emocionado e lisonjeado", afirmou o Menino de Ouro.

O capitão alviverde contou que chegou a dizer aos atletas que só voltaria ao clube para se despedir. "Falei com uns dez jogadores e eles me encheram muito o saco nesses dias", falou, em tom descontraído, durante pronunciamento no CT da Graciosa.

Colegas desde meninos, quando ainda se enfrentavam nas quadras de futsal, o contato de Tcheco e Alex foi importante na decisão do camisa 10. "Foi uma das conversas mais emocionantes da minha vida. Pela nossa história, por todo o contexto. Por acompanhar tudo no clube, por ter se aposentado recentemente [julho de 2013]. Conversei bastante com ele, que me fez repensar, e decidi parar no fim do ano", concluiu o capitão alviverde.

O fim antecipado da carreira esteve tão próximo que para persistir no Coritiba Alex adotará uma nova postura – ao menos externamente. O dia oficial do fico veio com data de validade para o adeus derradeiro – 8 de dezembro – e em tom ameno. Após um início de temporada marcado pelo racha entre elenco e o presidente Vilson Ribeiro de Andrade e "carimbado" com a eliminação na semifinal do Paranaense, a ideia no clube é baixar a fervura. Um cenário de calmaria para a largada no Brasileirão, onde a permanência de Alex representa um alívio e tanto. A contribuição do astro vai além da simples presença.

Disposto a não perturbar o clima já tenso, o contundente jogador evitou polêmicas no seu pronunciamento de ontem no CT da Graciosa. Revelou que pensou realmente em se aposentar no domingo, assumiu as divergências com o presidente – mas considerou-as superadas –, descartou envolvimento com a política coxa-branca e chegou a dizer que vai se alienar no clube.

"Vou tentar ser até um pou­­quinho alienado, coisa que nunca consegui. Às vezes, quando a pessoa é alienada, passa de uma maneira mais tranquila. Quando se é ignorante em uma situação pesada, essa situação passa à margem de uma maneira mais tranquila. É um trabalho psicológico forte que vou ter de exercer nos últimos meses", declarou.

"Eu me envolvo muito com as coisas do Coritiba fora do campo. Quando voltei para o Brasil, voltei com a ideia de me divertir. Nesses dois dias fixei essa ideia de me divertir e esse divertimento começa contra o Cene [jogo de volta da Copa do Brasil]. Vou ficar bem menos preocupado do que no ano passado", afirmou.

A prática, contudo, é diferente. Alex, que se manteve inteirado de todas as movimentações alviverdes mesmo quando estava em outro continente, não se exime da liderança que exerce no clube. Prova disso é que na terça-feira, enquanto ainda decidia seu destino, ele representava o elenco em uma reunião com o vice de futebol Paulo Thomaz de Aquino. No encontro, estabeleceu um prazo para o clube colocar a casa em ordem – entre pagamento de salários futuros, contratação de jogadores e planejamento. Até lá, dará uma trégua pelo bom ambiente. Depois...

A relação com o presidente Vilson Ribeiro de Andrade foi definida como mínima, "de patrão e empregado". As arestas, segundo Alex, teriam sido aparadas em dezembro, motivadas pelas críticas do dirigente que chegou a chamar os jogadores de "vagabundos" após a derrota de 2 a 1 para o Criciúma.

"Tive problemas ano passado e tivemos uma conversa muito longa. Eu coloquei meus pensamentos, ele os dele e ficou tudo resolvido. O que dizem é uma fofoca sem fundamento", definiu. A crise à época fez Alex pela primeira vez cogitar a aposentadoria. A segunda foi no domingo, com o fim da chance do penta, que era a possibilidade mais palpável de um último título na carreira.

Volta, Deivid?

O Coritiba conseguiu, ontem, um mandado de segurança derrubando a liminar que permitia ao atacante Deivid rescindir seu contrato com o clube. O desembargador da 1ª turma do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Paulo Ricardo Pozzolo, acatou a argumentação dos advogados do clube de que a tutela antecipada que permitia o rompimento tinha efeito irreversível e, portanto, constituía ato ilegal. Assim, Deivid terá de cumprir seu acordo, até abril de 2015, mas a decisão cabe recurso. Ontem o atacante anunciou sua aposentadoria.

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