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 | Alan Costa Pinto/ Tribuna
| Foto: Alan Costa Pinto/ Tribuna

Turbilhão de emoções

O meia Tcheco (foto) tem perdido o sono e vivido um "turbilhão de emoções" como ele mesmo define nesta decisão final da Copa do Brasil contra o Palmeiras. Líder do Coritiba, o meia de 36 anos não esconde a ansiedade com a partida derradeira do clube na competição. "Não consigo dormir com as lembranças do último jogo, com a mobilização da torcida para comprar ingresso e lotar o Couto", comentou ele, que deve se aposentar após o fim da partida (ainda não confirma oficialmente que vai pendurar as chuteiras). "Para que jogos históricos aconteçam, é preciso que existam coisas fora do comum. Nosso time vai ter de ser perfeito. Ainda parece que está nas nossas mãos", disse, emocionado.

Top 5

O sistema chamado de mata-mata tomou forma para valer nos anos 70, quando o jogo-desempate sumiu e tudo passou a ser decidido nos pênaltis. Viradas são possíveis. Relembre:

5 - Manchester United x Athletic Bilbao – Na temporada 1956/1957, os Red Devils perderam na Espanha para o Athletic por 5 a 3. No Old Traford, meteram 3 a 0 nos bascos e foram para a semi da Liga dos Campeões.

4 - Sporting Cristal x Racing – Na semifinal da Copa Libertadores de 1997, o Sporting Cristal, do Peru, perdeu para o Racing, em Avellaneda, na Grande Buenos Aires, por 3 a 2. Los Cerveceros golearam, no entanto, por 4 a 1 em Lima.

3 - Corinthians x Atlético – Nas quartas de final de 1997, o Atlético conseguiu uma vitória brilhante em São Paulo sobre o Corinthians por 2 a 1. Na volta, um desastre rubro-negro no Pinheirão: o Corinthians fez 6 a 2.

2 - Atlético Nacional x Olímpia – Se o Coritiba precisa reverter um 2 a 0, a inspiração é o Atlético Nacional na final da taça Libertadores de 1989. O Olímpia do Paraguai fez dois em casa e tomou dois fora. Nos pênaltis, vitória por 5 a 4.

1 - Rosario Central x Atlético-MG – O Atlético-MG abriu 4 a 0 na final da Conmebol de 95, atual Copa Sul-Americana. O Rosario Central fez 4 a 0 na volta, em Rosário, e ainda meteu 4 a 3 nos pênaltis. A inesperada vitória é até hoje muito lembrada pelos torcedores Canallas, tido como um dos clubes mais copeiros da Argentina.

Se foi o apoio da torcida coxa-branca o maior responsável por restaurar a confiança da equipe após o revés em Barueri, hoje o time tenta administrar esse impulso das arquibancadas para não perder a calma na decisão.

Na obrigação de fazer no mínimo dois gols – para tentar levar o jogo aos pênaltis – diante do esperado bloqueio armado no lado palmeirense, o Coritiba precisará exercitar uma impensada tranquilidade no momento mais intenso do clube no ano.

"A torcida vai querer que a gente ataque o tempo todo, mas não é bem assim. Se levarmos um gol temos de fazer quatro. Então, é respirar, ter inteligência e cautela", pregou o volante Sérgio Manoel, até para fazer valer o maior trunfo coxa-branca nesta noite.

"O Couto Pereira tem uma mística inexplicável. Somos muito fortes", acrescentou o jogador, respaldado pelos 100% de aproveitamento em casa na Copa do Brasil, tanto em 2011 quanto agora.

"Não podemos entrar na pilha da torcida. Eles vão querer que a gente faça dois, três gols ainda no primeiro tempo. Temos de ter calma, porque a afobação é perigosa", alertou o volante Willian.

Ele conhece bem o clima que move os torcedores, pois era frequentador assíduo do cimento do Alto da Glória antes de se tornar jogador. Ontem, ao saber durante a coletiva de imprensa que todos os ingressos haviam se esgotado, não se surpreendeu. "Quando acabou o jogo em Barueri, eu tinha certeza de que seria casa cheia. Essa torcida nunca nos abandonou", elogiou um dos jogadores mais identificados com o Coxa.

Até por isso – e pelo tempo de casa – Willian assume que aumentou a pressão para o clube sair do "quase". Em pouco mais de um ano – a final da Copa do Brasil contra o Vasco em 2011 foi no dia 8 de junho – a equipe bate pela terceira vez à porta da Libertadores.

Além das decisões, o Cori­­tiba perdeu a chance de se classificar para o torneio continental via Brasileiro, ao perder o Atletiba derradeiro do ano passado para o rival Atlético, que passou o Nacional inteiro na zona de rebaixamento.

"Batemos na trave duas vezes. Agora o peso é maior e vem junto com a responsabilidade de conseguirmos esse título", reconheceu Willian, que não atuou no clássico.

No atual elenco, Rafinha e Lucas Mendes são os únicos titulares na trinca de oportunidades de encorpar a história do clube. Como os dois não falaram à imprensa, coube a Sérgio Manoel, escalado para encarar a mais concorrida das coletivas deste ano, definir o que a final de hoje representa.

"É um jogo em que jogador que está sendo cobrado pode virar herói em um minuto. Pode mudar a vida de todos", encerrou, confiante.

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