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| Foto: Antonio More/ Gazeta do Povo

Eleições

Após três desistências, oposição tenta emplacar novo candidato

Restando 15 dias para o fim do prazo das inscrições para as eleições no Coritiba, a oposição segue sem um nome oficial para concorrer à presidência. O nome mais cotado, o empresário André Macias, tem evitado falar com a imprensa. Porém, pelo o que a reportagem da Gazeta do Povo apurou, ele está pensando sobre o assunto, deverá ter algumas reuniões no final de semana e só deverá ter uma resposta definitiva na próxima segunda-feira.

Macias é o quarto nome que chega ao público, como contou o ex-vice-presidente, Ernesto Pedroso. "Tínhamos um candidato que era o Ricardo Guerra, que se declarou impedido por acontecimentos comerciais da família dele. Posteriormente lançamos o Marcelo Almeida, que declinou porque foi falar com outros presidentes, outros dirigentes do Coritiba, e não achou por bem se manter candidato. Buscamos o Rogério Barcellar e não foi bem aceito pelo grupo de negócio", disse.

Diante disso, Pedroso afirmou que também não ia "dar a cara a bater". "Eu não vejo condições de unanimidade, seria incoerência da minha parte ser candidato. Acho que não é o meu momento ainda e não gostaria de ser", resumiu.

O presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, confirmou ontem que está participando da organização de uma chapa da situação para o pleito do dia 13 de dezembro, apesar de não estar definido se o dirigente encabeçará o grupo ou não. O fato é que no departamento de futebol ele não terá os companheiros que estiveram ao seu lado na maior parte do mandado.

Entre os funcionários que tiveram grande participação em sua gestão e não estão mais no Alto da Glória estão o técnico Marcelo Oliveira e o diretor de futebol Felipe Ximenes. Entre os companheiros na diretoria já estiveram juntos Paulo Thomaz de Aquino, José Fernando Macedo e Ernesto Pedroso. Um outro grupo de conselheiros afirmou ontem, por meio de nota oficial, que está trabalhando para montar essa chapa, mas nenhum nome foi revelado.

Enquanto isso, as críticas de ex-aliados ficam cada vez mais intensas. Pedroso, mesmo garantindo que não participará de qualquer chapa, não economizou ontem em entrevista para a Rádio Transamérica. Tudo focado em uma centralização do presidente e em um poder excessivo dado a Ximenes.

"Não houve cisão, houve um desentendimento de pessoas que conviviam com ele. Existia um interesse muito grande no ‘eu’, eu acho que o ‘nós’ é uma coisa muito importante", afirmou Pedroso, admitindo que, na sua opinião, é correto dizer que o grupo que coordenava o clube, chamado de G9 e que depois tornou-se G5, virou G1. "Não houve a procura de agregar e sim de sair pessoas de perto porque foram se sentindo fora do circuito do clube".

Algo respondido pelo próprio Vilson para a Gazeta do Povo, de maneira discreta para não abalar uma amizade de mais de 40 anos.

"Em todas as reuniões [do G5] ele estava lá quando podia, participando. Está nas atas", disse Vilson, negando uma possível carreira solo. "Tive de tomar decisões, às vezes o consenso não existia. A decisão final é do presidente porque no fim quem paga a conta é o presidente", acrescentou.

Andrade ainda garantiu que ouvia as opiniões, mas que às vezes era necessário tomar uma atitude, o que seria natural do sistema presidencialista. "Trocar o treinador, contratação de jogadores, são temas mais polêmicos, há muitas opiniões. Às vezes tem de trazer para o presidente algumas decisões", afirmou.

Pedroso focou bastante da artilharia também no trabalho de Ximenes. "Foi uma barbárie. Não a gastança, a forma de fazer. O professor de Deus, o homem que sabia tudo, que mandava em tudo. Ninguém conhecia nada, todo mundo era burro em torno dele, ele era o homem da bola, ele conhecia o jogador, passado, presente, futuro e trazia quem ele bem entendia. Mas até a minha gestão havia um certo respeito", afirmou, indignado. Ele ocupava o cargo de vice-presidente de futebol do Coxa em julho de 2012.

Vilson afirmou que sabia das divergências entre Pedroso e o ex-diretor remunerado. "Ele tinha problemas pessoais com o Felipe. Os dois eram importantes e como presidente eu tentei conciliar. Eu gostaria que ele também continuasse", afirmou, sempre ressaltando que não vai perder uma amizade de tanto tempo por opiniões políticas diferentes. Divergências que devem ficar ainda mais claras no clube a cada dia que se aproxima o fim do período de inscrições das chapas, no dia 13 de novembro.

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