• Carregando...
 |
| Foto:
  • O Coxa de Willian chora a derrota para o Vasco
  • Palmeiras silencia o Couto Pereira: apito inimigo?
  • Atlético de Paulo Baier sucumbe diante do Flamengo

Três finais consecutivas de Copa do Brasil. Três decisões em que Coritiba e Atlético foram a campo, tecnicamente, em condições de bater os seus adversários. E nada de taças, apenas três vice-campeonatos para lamentar até o fim dos tempos.

O que acontece com os nossos times? Trata-se de "complexo de vira-lata"? Diante de Vasco, Palmeiras e Flamengo, pela ordem, a dupla Atletiba se encolheu? Foram problemas estruturais, técnicos, táticos? As "forças ocultas" nos prejudicaram?

Para Carneiro Neto, colunista da Gazeta do Povo, as frustrações recentes são explicadas por dois fatores. O primeiro: "Sentimos no aspecto emocional. Nem Atlético, nem Coritiba conseguiram encarar os adversários. Jogaram como times pequenos, não fizemos o que os gaúchos e mineiros aprenderam a fazer", aponta.

O outro motivo condena o nível de contratações – falta arrojo na montagem dos elencos. "O Atlético jogou com o meia Felipe no Maracanã, um reserva do Palmeiras. O Coritiba viu duas bolas importantes sobrarem para o volante Junior Urso fazer o gol, na final com o mesmo Palmeiras", comenta o jornalista.

Sobre a possibilidade de um sentimento de inferioridade contaminando os vestiários, parece improvável. "Não é comum em equipes de elite. Normalmente, os atletas adquirem confiança por terem vencido desafios importantes na caminhada", aponta a psicóloga Suzy Fleury, especializada no esporte.

A condição de "coadjuvante" do estado do Paraná e a "timidez" curitibana não alcançam os clubes – atingem, no máximo, às arquibancadas. "Pode ser algo que incomode o torcedor. Mas os atletas não vivenciam esse tipo de coisa", emenda Suzi, que trabalhou no Furacão no título nacional de 2001.

"Agora, pode ter havido uma dificuldade emocional. Devido ao desfalque de um jogador importante, uma marcação equivocada do juiz etc.", complementa a psicóloga.

Fatores "estranhos" também teriam impedido que o futebol do Paraná ostentasse mais três títulos nacionais. Para o zagueiro Pereira, hoje no Sport, o Coxa foi prejudicado nas duas oportunidades que decidiu a Copa do Brasil.

"Minha tese é polêmica. Perdemos as duas decisões por causa do árbitro. Neste caso podemos dizer que a camisa pesou a favor dos times do eixo Rio-São Paulo. Na bola, não", afirma o jogador, que defendeu por quatro anos o Alviverde.

A principal reclamação dos coritibanos está concentrada no jogo de ida com o Palmeiras, em 2012. O árbitro goiano Wilton Pereira Sampaio teria marcado um pênalti inexistente para os paulistas – o do primeiro gol, convertido por Valdivia – e deixado de anotar um de Márcio Araújo em cima de Tcheco.

Do campo para os bastidores, a política também teria sido primordial para dificultar a conquista da Libertadores da América pelo Atlético, em 2005. É a opinião do lateral-esquerdo Marcão.

"Pesou o fato de o adversário ser o São Paulo. Se não fosse um time brasileiro não teriam tirado a partida da Arena. E é óbvio que se tivéssemos jogado em casa a história poderia ter sido diferente. Tanto que pouco tempo depois jogamos com eles em Curitiba e metemos 4 a 2", relembra o atleta.

Hoje trabalhando nas categorias de base do Rubro-Negro, Marcão fala do episódio que envolveu a capacidade de público da Baixada. O regulamento da Conmebol previa espaço para 40 mil pessoas e o estádio não comportava. O clube correu para instalar arquibancadas tubulares e não foi autorizado a utilizá-las. "Curiosamente a Conmebol não usou os mesmos critérios em outras situações", complementa Marcão.

O fato de Coritiba e Atlético terem sido campeões brasileiros contra adversários de menor expressão, Bangu e São Caetano, respectivamente, revela algo? "Não tem fundamento. Os dois eliminaram adversários importantes na competição. E competência supera qualquer camisa", sentencia Tobi, ex-meia, campeão no Verdão em 1985.

***"Complexo de vira-lata": é a expressão criada por Nelson Rodrigues. O dramaturgo e escritor se referia ao trauma da derrota do Brasil para o Uruguai, na final da Copa do Mundo de 1950, no Maracanã. Para Rodrigues, o revés gerou um sentimento de inferioridade generalizado, curado só com o triunfo no Mundial de 1958.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]