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Ney Franco durante entrevista para a Gazeta do Povo: alívio. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Ney Franco durante entrevista para a Gazeta do Povo: alívio.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Para Ney Franco, a evolução do Coritiba no Brasileirão, com a saída da zona de rebaixamento, está diretamente ligada ao afastamento de parte da diretoria. Neste domingo (26), o Coxa enfrenta o Cruzeiro, às 18h30, no Mineirão, precisando vencer para se afastar ainda mais a área de degola - com 33 pontos, na 14ª colocação, está a apenas dois da ZR.

Em entrevista à Gazeta do Povo, o treinador abriu o jogo sobre a crise política no clube, que se agravou com a revelação em agosto de diálogos de WhatsApp com a participação de integrantes do G5.

Ney diz que houve pressão de diretores para que ele deixasse o clube. Principalmente após derrota para o Santos na 17ª rodada. “Só de os jogadores não ficarem ouvindo pessoas de dentro do próprio clube falando mal deles é meio caminho andado [para a reabilitação]”, ressalta sobre o afastamento de parte da diretoria.

Que lembrança você tem do jogo com o Santos?

Foi o pior momento. Além da derrota, tivemos uma semana muito conturbada. Quando o [Ernesto] Pedroso [vice-presidente responsável pelo futebol, que renunciou por desavenças com outros integrantes do G5] saiu, começaram a aparecer pessoas no vestiário querendo o cargo dele. Pessoas que não sabem como é o dia a dia do futebol. Começou a circular que já tinham até conversado com um novo treinador.

Quem eram essas pessoas no vestiário?

Não vou dar nomes.

Como você reagiu?

Existiu uma mobilização dos jogadores. Eu não queria me envolver nos problemas políticosdo clube e estava blindando o elenco. Mas de repente as pessoas da política começaram a entrar no vestiário.

Como agiam essas pessoas no vestiário?

Falavam mal de determinados jogadores. Que eles não poderiam jogar, que precisavam ser afastados.

Você pensou em sair?

Nunca. Estávamos fazendo a remontagem do elenco. E é só ver a escalação de hoje e dos primeiros jogos. É um time totalmente modificado e minhas indicações foram praticamente todas acertadas. Mas fiquei chateado com pessoas do nosso meio, que viam a dificuldade , fazer um movimento para trocar o técnico.

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Como você se defendeu?

A defesa maior foi dos jogadores . Alguns dirigentes deram entrevistas infelizes, atingiram os jogadores. Eles, os jogadores, perceberam, assim como eu. E o presidente sempre foi firme comigo. O Rogério Bacellar é uma pessoa séria.

Você se aproximou do presidente depois disso?

Sim. Havia muitos intermediários antes. Hoje tenho liberdade de falar direto com o presidente. E essa relação é muito importante para que não cheguem a ele informações distorcidas. Felizmente aconteceram alguns fatos e o clube está mais enxuto.

Quando estourou o caso do Whatsapp, o time enfrentaria o Grêmio. Como a notícia repercutiu no elenco?

Eles [alguns dos envolvidos nas conversas] estavam com a gente no hotel em Porto Alegre e tive que segurar os jogadores. Não chegamos a conversar sobre isso, mas estava no ar. Os jogadores estavam fragilizados, o treinador também, pois estávamos sendo criticados dentro do próprio grupo. Conseguimos nos fechar. Os jogadores se reuniram e esse é um grupo que tem muitos líderes. Eles se fecharam para sairmos dessa, porque se continuasse como estava, o Coritiba seria candidato a não conseguir reagir .

Você temeu por isso?

Houve um momento em que éramos o último, com oito pontos para sair da ZR. Mas foi um momento em que todos se uniram. Não jogamos a toalha, trabalhamos forte e estamos colhendo os frutos.

Você sentiu muito a saída do Pedroso?

Lógico. Ele era um cara que estava ao meu lado no dia a dia, alguém que eu confio.

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A evolução do time está relacionada com a saída dessas pessoas?

Sem dúvida. Só de os jogadores não ficarem ouvindo que pessoas de dentro do próprio clube ficam falando mal deles é meio caminho andado. Com certeza as mudanças têm relação direta com a melhora, porque o vestiário é sagrado. Decisões de vestiário não podem servir de informação em reunião de G5.

Houve pressão para a saída de jogadores?

Isso foi imposto, veio uma ordem. E eu não estava com força para segurar os jogadores. Mesmo assim alguns eu segurei, como o João Paulo. Hoje estou feliz pelo retorno que ele tem dado.

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Quantos você salvou?

Outros dois . Mas não vou citar nomes. Eles também estão em um bom momento.

Com que número você trabalha para evitar o rebaixamento?

Sempre batemos no 46 [mais quatro vitórias e um empate]. Esse é o número. As equipes de baixo começaram a ganhar e pontuar. De repente o número precisa aumentar para 47. É uma disputa muito grande, pois os debaixo estão melhorando.

E o seu futuro no Coritiba?

Meu futuro agora é até o final do ano. No momento certo vamos sentar e conversar. Não é momento para isso. Temos que esperar um pouco mais, principalmente até definição do próprio Coritiba no campeonato. No momento certo vamos conversar

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