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João Paulo Medina trabalha para reorganizar o futebol coxa | Henry Milléo/Gazeta do Povo
João Paulo Medina trabalha para reorganizar o futebol coxa| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

João Paulo Medina não tem medo de errar: o Coritiba é o maior desafio de sua carreira. Formado em Educação Física, mestre em Educação e autor de nove livros, o professor de 66 anos admite que precisará dividir a responsabilidade para mudar o rumo do futebol alviverde.

"Não é o desafio para uma pessoa só", garante ele, que gostou da receptividade da nova diretoria e da comissão técnica comandada por Marquinhos Santos. "Todos estão imbuidos no sonho de transformar o Coritiba", afirmou.

O objetivo, segundo ele, é criar no clube uma gestão saudável e vitoriosa, capaz de contornar a crise financeira que atormenta o Coritiba – o presidente Rogério Bacellar estima a dívida coxa-branca em mais de R$ 200 milhões. "É sim o maior desafio da minha carreira", reforçou, lembrando que no ano 2000 desenvolveu trabalho semelhante no Internacional.

Enquanto toma pé da real situação do Coritiba, Medina faz um apelo para ser chamado de CEO (sigla em inglês muito usado no mundo corporativo para diretor executivo) e não de diretor de futebol. É uma tentativa de se desassociar dos trabalhos já realizados no clube – inclusive pelo seu antecessor, Felipe Ximenes, que deixou o Alto da Glória em desgraça com parte da torcida.

"Eu tenho a ideia de que a compreensão de um CEO não é muito conhecida no futebol, mas sim no mundo empresarial. Mas terei um papel muito mais estratégico na montagem de uma estrutura complexa do futebol", disse.

Segundo Medina, a ideia é criar uma nova filosofia de trabalho que permita ao clube o perfeito funcionamento, independentemente de quem o comande. "Não estou aqui para implantar meu projeto, mas sim para trazer um projeto que propicie o clube ser construído coletivamente", detalhou ele.

Traduzindo, Medina quer que o Coritiba tenha uma gestão integrada para todas as categorias (modelo já seguido, por exemplo, no rival Atlético). O impacto também será sentido na condução das contratações.

"As avaliações serão muito mais apuradas e menos apressadas. Para isso precisamos do acompanhamento não só de um diretor, mas sim de um modelo que será implantado com as características do clube e alinhado com o pensamento do treinador, que afinal é o responsável pelo desempenho da equipe."

A opção de trabalhar de forma integrada é para tirar dos ombros do técnico toda a responsabilidade pelo desempenho do time em campo – para o bem ou para o mal. Por isso fez questão de fazer uma espécie de entrevista de emprego no momento em que definiu o novo contrato do técnico Marquinhos Santos, maior (dois anos), mas com um salário inferior ao que recebia no ano passado.

"[O treinador] tem de ser da minha confiança. Seria errado começar fazendo o contrário", avisou. "Temos de entender as necessidades do treinador até para que ele possa ser responsabilizado", emendou.

O dirigente não promete títulos de imediato, pois sabe que a realidade do clube não é fácil. "Ficou claro que o Coritiba vai dar atenção a sua gestão e isso coloca limites em relação a formar equipes supercompetitivas", fechou.

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