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Kazuzinho posa para foto no Couto: sonho de jogar no Coxa. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Kazuzinho posa para foto no Couto: sonho de jogar no Coxa.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Lendário jogador do Coritiba no final da década de 1980, o atacante japonês Kazu tem hoje um ‘herdeiro’ no Alto da Glória. Conhecido como Kazuzinho, o maringaense Christian Kendji, que integra o time da categoria sub-17 alviverde, recebeu o apelido logo que chegou ao clube, em 2013 e hoje ganha destaque com a lembrança ao primeiro japonês da história a jogar no país.

Destaque da seleção brasileira no Sul-Americano sub-15 do ano passado, competição em que foi campeão e marcou um gol, o lateral-esquerdo incorporou a alcunha sem estresse. “Como sou descendente de japonês, o apelido pegou. Eu gosto, ficou bacana”.

Mesmo sem ver o Kazu original jogar no Brasil, já que o veterano ficou no país até 1990, dez anos antes de Christian nascer, o garoto demonstrou conhecer a história do jogador que inspirou seu apelido, citando sua passagem pelo Coritiba e sua fama no Japão, onde ainda joga pelo Yokohama FC, aos 48 anos, e hoje é chamado de rei. “Ele é um tipo de Pelé japonês”, compara.

Kazuzinho mora no alojamento do Coxa, sob as arquibancadas do Couto Pereira, e divide seu tempo entre os treinamentos, os estudos, mas não abandona a leitura e a fé. Em seu armário fica em destaque a figura de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, santa de quem é devoto, e o livro Uma vida sem limites, escrito pelo palestrante australiano Nick Vujicic, que nasceu sem os quatro membros devido a uma síndrome rara.

A influência para o garoto vem de exemplos mais próximos. Ele vem se espelhando nas experiências de Adriano (Barcelona) e Rafinha (Bayern), dois dos últimos grandes jogadores revelados pelo time alviverde e que jogam na mesma função do jovem. “Todos os profissionais que passaram por aqui, principalmente na minha posição, são um grande espelho. O histórico de grandes laterais que o Coritiba teve me motiva ainda mais”, avisa.

Kazuzinho arruma a cama no quarto do alojamento.Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Kazuzinho já sonha com o dia em que entrará no gramado do Couto vestindo a camisa alviverde, seguindo os passos dos sucessores coxas-branca. “Quando olho esse campo me imagino em um sonho, principalmente quando vou indo para o alojamento. Espero ter uma chance de entrar no campo com a camisa do Coritiba. Só de imaginar, arrepia”, admitiu.

As alegrias vividas em campo e o sonho de se tornar profissional não diminuem o sentimento de saudades da família, que só recebe o jovem no norte do Paraná uma vez a cada dois meses, quando a vida de aspirante a jogador dá lugar a do adolescente comum. Porém, Christian mostra determinação ao perseguir o objetivo de se tornar jogador. “Saudades de casa sempre tem, mas é um sonho que eu busco e eu vou continuar ate o fim. A gente fica de janeiro a dezembro [no alojamento], mas sempre que possível, geralmente a cada dois meses, eu volto para casa para matar a saudade”.

E o objetivo final do jovem lateral da base é comum à maioria dos meninos que almejam viver para correr atrás da bola: ganhar títulos, jogar na Europa e melhorar as condições financeiras de seus pais. “Quero chegar primeiro ao profissional e ganhar muitos títulos pelo Coritiba, para depois pensar em ir para a Europa e ajudar minha família, que é meu principal objetivo”, sentenciou.

Kazu, o original

Lendário Kazu em partida diante do Cascavel no Paranaense de 89.Arquivo/Gazeta do Povo

Kazuyoshi Miura chegou ao Brasil em 1982, aos 15 anos, mesma idade que hoje tem o jovem lateral, buscando se tornar profissional do futebol. O japonês ingressou na base do Juventus-SP e permaneceu no Moleque Travesso até 1986. Peregrinou por clubes menores, como o Matsubara, CRB e o XV de Jaú-SP até chegar ao Coritiba, em 1989, time que o projetou à fama, antes de brilhar no Santos. Campeão paranaense naquele ano e integrante de um dos times mais célebres da história recente alviverde, Kazu virou xodó da torcida em meio a craques como Oswaldo, Tostão e Chicão.

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