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O técnico Nedo Xavier não resistiu à má campanha do Paraná na Segunda Divisão do Brasileiro. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
O técnico Nedo Xavier não resistiu à má campanha do Paraná na Segunda Divisão do Brasileiro.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Pouco mais de dois meses após o anúncio da contratação de Nedo Xavier, no dia 1.º de maio, os números do Paraná na Série B demonstraram que o trabalho do treinador esteve sempre mais próximo do fracasso que do sucesso. Por isso foi demitido na tarde desta quarta-feira (8).

Foram 11 partidas à frente do time, com três vitórias, três empates e cinco derrotas. Aproveitamento de 36,4%. Fraca campanha que deixou o Tricolor à beira da zona de rebaixamento e culminou na demissão de Nedo. Confira cinco pontos que explicam por que o trabalho do curitibano não deu certo no Paraná.

Montagem do elenco às pressas com apostas em jogadores do “lado B” paulista

Entre 8 de abril, data da eliminação no Estadual, e 8 de maio, data da estreia na Série B, o grupo Paranistas do Bem, que assumiu a diretoria, fez terra arrasada no elenco. Foram 17 contratações, com número igualmente elevado de dispensas.

Paraná não embala na Segundona e técnico Nedo Xavier é demitido

Apesar do suspense da diretoria depois da derrota contra o Oeste, Nedo Xavier não é mais o técnico do Paraná. A demissão foi confirmada na tarde desta quarta-feira (8), no site oficial do clube.

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A maioria dos atletas garimpados pelo superintendente de futebol, Durval Lara Ribeiro, o Vavá, saiu do interior paulista. O teto salarial de R$ 400 mil, entretanto, limitou as opções. Restou trazer atletas de clubes que fizeram campanhas discretas no certame paulista.

Foram os casos do zagueiro Rodrigo, lateral-esquerdo Fernandes e atacante Henrique, ex-XV de Piracicaba; do zagueiro Léo Coelho, do volante Washington e do meia Rafael Costa, ex- Penapolense; do volante Éder, ex-São Bento; e do meia Marcos Paraná, ex-Mirassol.

Desgaste com o elenco

Dezessete contratações não foram suficientes para Nedo Xavier, que não hesitou em cobrar a diretoria por mais peças após cada resultado adverso. Recentemente, Nedo cobrou as chegadas de um camisa 10 e um centroavante que viessem “para resolver o problema”.

Chegou também a dizer que, se o atacante Henrique soubesse finalizar a gol, “não estaria no Paraná”. E ainda individualizou o mau rendimento da equipe argumentando que o problema do time estava no setor ofensivo.

Padrão de jogo

Chutões, desorganização tática, nenhuma evolução de um jogo para o seguinte. Em 11 rodadas, Nedo não foi capaz de dar a sua cara ao time, que esteve longe de alcançar um padrão de jogo próprio.

Os números comprovam a constatação. O Tricolor não consta entre os líderes de nenhuma estatística ofensiva da atual Série B, segundo levantamentos do site Footstats. A favor do treinador, o fato de o elenco ter sido montado às pressas e as seguidas lesões e suspensões. Em nenhuma oportunidade Nedo conseguiu repetir a escalação tricolor.

Transpiração

Desde o dia de sua apresentação, Nedo repetiu exaustivamente que o sucesso do Paraná na Série B passaria por um fator primordial: a transpiração. Ou seja, a entrega dos atletas em campo. A realidade, entretanto, demonstrou que raça e vontade não bastam. Faltou qualidade.

O melhor quesito do Paraná na competição sob a tutela de Nedo são justamente os desarmes certos: a equipe é a que mais roubou a bola dos adversários, segundo levantamento do Footstats.

Mandante enfraquecido

A promessa do treinador de transformar a Vila Capanema em um alçapão para os adversários esteve longe de sair do plano do discurso. Dos seis jogos em que atuou diante do torcedor, o Paraná venceu três e tropeçou outros três: dois empates e uma derrota. Aproveitamento de 61,1%, apenas o 9.º melhor da disputa. Fora de casa, a equipe ainda não venceu.

A união entre resultados ruins e futebol mau jogado refletiu nas arquibancadas. Rodada após rodada o público do Tricolor na Vila vinha caindo na Série B. Nem mesmo promoções da diretoria animaram os fãs. A média de público é de 2.500 pagantes por jogo.

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