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Fachada da sede social do Paraná, na Avenida Presidente Kennedy: grave crise financeira. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Fachada da sede social do Paraná, na Avenida Presidente Kennedy: grave crise financeira.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Símbolo da pujança financeira do Paraná na década de 1990, a sede social da Kennedy alcança 2015 em estado de emergência. A crise é vasta e atinge todos os setores do local, que corre o risco iminente de fechamento.

Os funcionários reclamam de até quatro meses de salários atrasados e ameaçam entrar em greve. São dois meses relativos ao mandato do ex-presidente Rubens Bohlen e mais dois da gestão do grupo Paranistas do Bem, que assumiu em março.

Além disso, no dia 10 de agosto o atraso nas contas de gás da sede atingiu três meses e a Companhia Paranaense de Gás (Compagás) cortou o suprimento. Desde então, as piscinas térmicas, saunas, chuveiros e demais instalações carecem de água aquecida.

A situação revoltou os associados. No dia seguinte ao corte, um grupo deles foi até o local reclamar, pedir reembolso de mensalidades e cancelamento das assinaturas. Para contemporizar, o presidente do Tricolor, Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, recebeu alguns sócios em sua sala para dar explicações.

Para completar, o Paraná enfrenta dificuldades para renovar o alvará da sede. Uma visita de agentes da Vigilância Sanitária no dia 6 de maio apontou três pontos que careciam de mudanças emergenciais: retirada de pontos de água parada com presença de limo próximos às piscinas térmicas; troca das grades de segurança; e substituição da estrutura de cobertura das piscinas aquecidas.

Segundo Casinha, os dois primeiros itens foram sanados. Por não ter dinheiro para trocar a cobertura das piscinas, porém, o clube pediu um prazo de 60 dias para resolver o problema. A dificuldade de renovação de alvará atinge ainda as duas lanchonetes da sede, que também correm risco de interdição.

O cenário catastrófico foi o gatilho para correntes de conselheiros arquitetarem projetos para o fim do braço social do Paraná. O que até então não passava de um boato de corredores, começou a assumir caráter oficial em reunião do Conselho Deliberativo no mês de junho. E ganhará consistência no próximo encontro dos conselheiros, no início de setembro.

“Do jeito que as coisas estão, não dá mais. Algo tem de ser feito”, admite Rodrigo Vissotto, presidente do Deliberativo. “Alguns conselheiros ficaram responsáveis por apresentar projetos que envolvem venda de patrimônio e readequação financeira. No entanto, ainda não ficou definido qual patrimônio seria vendido”, despista.

Presidente do Conselho Consultivo, Benedito Barboza admite a possibilidade de venda patrimonial, mas faz uma ressalva. “A chance de venda de patrimônio é uma realidade e está em discussão. Mas enquanto não tivermos projetos concretos, ficamos na especulação, que é destrutiva”, cobra. “Não podemos correr o risco de ver a receita de uma venda ser pulverizada como aconteceu com o Tarumã, em 2013”, adverte.

Casinha, por sua vez, nega qualquer chance de fim do social. “A sede tem uma história anterior ao Paraná. Tem mais de 100 anos, é de 1914. A solução é readequar. Não corre risco nenhum de fechar”, assevera. “Necessitaria de uma assembleia de sócios para aprovar”, emenda.

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