Evitar o rebaixamento nas três rodadas finais da Série B representa não apenas a salvação do Paraná, como também a garantia para os jogadores de não passar o Natal com o bolso vazio.
De acordo com informações repassadas pelos dirigentes aos atletas, o pagamento de quatro meses de salários e cinco meses de direitos de imagem que a diretoria deve ao elenco será cumprido mais facilmente se a equipe garantir a permanência na atual divisão.
A expectativa dos mandatários é de adiantar verbas de tevê junto à CBF para poder quitar ao menos dois meses e meio dos ordenados em débito.
A negociação seria possível somente após a equipe conseguir evitar, matematicamente, qualquer possibilidade de descenso com 44 pontos e na 13.ª posição, o time comandado por Ricardinho precisa de apenas mais uma vitória para alcançar o "número mágico" estabelecido pelo matemático Tristão Garcia: 47 pontos.
A nova perspectiva de pagamento, aliás, amenizou o clima de revolta e o nervoso ambiente nos vestiários.
Os constantes problemas financeiros que assolaram o time em 2014 transformaram a atmosfera interna do clube em um caldeirão neste fim de temporada. Protestos e até mesmo a chance de greve não estão descartados pelos atletas em caso de novo descumprimento dos diretores.
O elenco reclama principalmente do distanciamento do presidente Rubens Bohlen e do vice Celso Bittencourt, que não aparecem no dia a dia para dar explicações sobre os atrasos. A tarefa de dialogar, então, recai toda sobre o gerente de futebol, Marcus Vinícius.
Na terça-feira, os jogadores foram surpreendidos no hotel em que estavam concentrados, antes da partida com o Atlético-GO, com a presença de integrantes da torcida uniformizada Fúria Independente. O tom da conversa, porém, foi de apoio. Os organizados prometeram ajudar os atletas a cobrar a diretoria, desde que o grupo evite a queda à Série C.
O treinador Ricardinho, por sua vez, deixou claro nas últimas semanas sua posição quanto ao problema: a obrigação de seus comandados é de, antes de qualquer coisa, salvar o Paraná. Após isso, devem focar em buscar seus direitos.
Procurados pela reportagem, o vice Celso Bittencourt e o gerente Marcus Vinícius afirmaram que o assunto salarial é tratado internamente no clube.
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