Jogadores e técnico do Paraná atacam diretoria após se salvarem da queda

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O alívio que sucedeu a vitória do Paraná por 2 a 1 sobre o Icasa, na noite de ontem, em Juazeiro do Norte, logo deu lugar a um desabafo geral do elenco e comissão técnica sobre a precária situação financeira vivida pelo clube.

Se por um lado o triunfo sobre os cearenses decretou a permanência do Tricolor na Série B, por outro, a tranquilidade na tabela permitiu aos atletas e ao técnico Ricardinho quebrarem o longo silêncio. Desde que o treinador chegou, em setembro, o assunto vinha sendo tratado de forma interna.

Com quatro meses e meio de salários e cinco meses e meio de direitos de imagem atrasados, o volante Edson Sitta cobrou duramente os mandatários por uma mudança de postura. Ele ainda enalteceu a coragem do grupo que, mesmo em meio a tantos problemas, não esmoreceu na luta contra a degola.

"É até difícil de falar. Nós não expusemos, mas muitos atletas aqui passam dificuldades, até mesmo necessidades. Ninguém abaixou a cabeça. Tem de ser mudado o conceito de todos, o respeito ao próximo, tanto pelo profissional, pelo trabalhador, quanto à linha de trabalho. Muitas vezes as coisas são encobertas, somos taxados de mercenários, mas não sabem o que passamos", desabafou Sitta.

Ricardinho, que desde a sua chegada ao clube evitou tocar no assunto, apoiou os jogadores em suas críticas. Para o pentacampeão, se o Paraná não mudar a sua forma de gestão, o futuro do clube se tornará insustentável.

"Não dá para viver dessa forma, deixar os jogadores com quatro meses e meio de salários atrasados em plena Série B, uma competição que dura oito meses. O Paraná é um clube grande, mas se não houver mudança, compromisso, um projeto para o ano que vem, o time não vai conseguir resultados. E para isso mudar, o Paraná tem de rever seus conceitos e ser mais profissional, tem de cumprir seus compromissos", cobrou Ricardinho, que revelou ainda que a diretoria não repassou novidades sobre o pagamento dos atrasados.

"Não temos novidades. Nos passaram que agora o clube não tinha condições de realizar nenhum tipo de pagamento. É um profissionalismo extremo destes jogadores pois, infelizmente, perspectiva a gente nunca teve", completa o técnico.

No jogo, Thiaguinho e Adaílton marcaram para o Tricolor, enquanto Lucas descontou para os donos da casa. No fim da partida, com dois expulsos — o Icasa teve um atleta excluído —, o Paraná penou para segurar o resultado.