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| Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo

Sucessão

Presidente não comparece à apresentação de Toninho

O presidente do Paraná, Rubens Bohlen, não compareceu ontem à apresentação de Toninho Cecílio. Segundo a diretoria do clube, o dirigente viajou para São Paulo, onde iria participar de um congresso de gestão no futebol.

Durante o pedido de demissão de Ricardinho, o ex-treinador insinuou que a cúpula tricolor era ausente e não atendia seus pedidos de contratação e até de conversas. A crítica atingiu diretamente o homem-forte do clube, que soube do desligamento pela imprensa.

Em entrevista o blog Bola no Corpo, da Gazeta do Povo, Bohlen disse que na quinta-feira – após uma cobrança feita aos jogadores no gramado do Boqueirão – foi convocado por Ricardinho para uma reunião tão logo terminasse o jogo com o Barueri. O ex-funcionário queria conversar no vestiário da Vila. Como estava de cabeça quente, o presidente preferiu não ir. Mas pressentiu as intenções do técnico.

Nesta segunda-feira, na chegada de Cecílio, nada de polêmica. "Queria agradecer ao Ricardinho pelo caráter, profissionalismo e transparência em seu trabalho", disse o superintendente Celso Bittencourt, um dos representantes da direção paranista.

Mas a saída do antigo treinador ainda é incompreendida. Ricardinho reclamou da falta de presença da alta cúpula do clube no dia a dia da equipe. "Era uma opção dele não ter dirigente no vestiário antes, durante e depois das partidas", seguiu Bittencourt.

Procurado pela reportagem, o ex-técnico do Paraná, Ricardinho, não atendeu as ligações.

Marketing

A saída do técnico Ricardinho fez com que a programação do marketing do clube mudasse. O ídolo da torcida era uma das estrelas de uma festa de lançamento da nova coleção de uniformes, que seria hoje, na Sede Kennedy, mas foi cancelada. O novo uniforme 3, inclusive, é uma alusão ao penta estadual de 1997, usada pelo ex-treinador quando jogador. Os fãs, que esgotaram a pré-venda dos três modelos (a principal, mais próxima do primeiro uniforme da história do clube; a segunda, inspirada na branca usada no título da Série B de 1992), poderão retirar suas camisas na Sede Kennedy a partir de amanhã.

Matemática

Com base na média de pontos obtidos a partir de 2006, o Paraná precisa de mais 13 pontos (quatro vitórias e um empate) para escapar do rebaixamento e 30 para subir à Série A (dez vitórias). Pela mesma lógica, o Tricolor não tem mais chance de ser campeão.

Mesmo sem experiência anterior, Ricardinho foi técnico, conselheiro e em alguns momentos era o rosto da diretoria no vestiário paranista.

Com uma série de investidas no mercado do futebol, Toninho Cecílio, 45 anos, chega para suprir as lacunas deixadas pelo ídolo tricolor.

O paulista de Avaré foi zagueiro, dirigente e até sindicalista, além de ser graduado em Publicidade e Propaganda pela Unip (Universidade Paulista). É neste perfil polivalente que o clube aposta para fechar a Série B sem sustos e disputar o Paranaense em 2013.

"Isto [a diversidade de experiências] me ajudou muito a ser um melhor técnico. Pude entender melhor o mundo do futebol e trabalhar melhor com as comissões técnicas e outros dirigentes", afirmou Cecílio na chegada.

Sobre como lidar com o grupo neste momento de instabilidade, frase de efeito: "O mundo do futebol é duro e eu tenho de ser duro. Alguns momentos até podem ser de descontração, mas, na dúvida, opto pela seriedade", avisou.

O novo treinador do Paraná foi zagueiro de clubes como Palmeiras, Cruzeiro e Botafogo, além de uma passagem pelo Coritiba em 1996 – era reserva da dupla Gralak e Zambiazi. Com a camisa palmeirense, no entanto, chegou a ser capitão entre 1986 e 92.

Tão logo parou de jogar, teve uma breve passagem como técnico e virou dirigente. "Outros treinadores como eu tiveram essa vivência de ser dirigente – como o Caio Júnior no Coritiba; e o Dorival Júnior no Figueirense. Isso ajudou muito na carreira deles", destacou.

Com cartola, Toninho Ce­­­­cílio passou pela Por­­­tuguesa Santista, Fortaleza e Palmeiras – de 2007 a 2010. Depois voltou à prancheta para treinar o Prudente, Vitória, São Caetano, Americana e Avaí. Não tem títulos, nem acessos. O melhor foi chegar à semifinal do Paulistão de 2010 pelo Prudente.

Cecílio não trabalhava desde a saída do Avaí, ano passado, quando foi demitido faltando quatro rodadas para o fim da Série A. Naquela oportunidade, a equipe estava a oito pontos de escapar da ZR, de onde não conseguiu sair mesmo com um novo treinador.

Na transição entre ser cartola e ‘professor’, Toninho foi ainda presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo. A gestão ajudou a elaborar o anteprojeto da Lei Zico, promulgada em 1993, que acabou com a Lei do Passe no Brasil e foi embrião da Lei Pelé, atualmente em vigor.

Para o desafio na Vila Capanema, o técnico pretende aproveitar o legado de seu antecessor. "Vi o Paraná jogar algumas vezes neste ano e gostei de ver um time leve, abusado e que procura o gol. Está bem montado taticamente, fruto de um bom trabalho. Só temos de diminuir esta oscilação de desempenho, principalmente fora de casa", afirmou.

A estreia será sexta-feira, às 21 horas, contra o Joinville, em Santa Catarina. Ontem à tarde, no Boqueirão, Cecílio comandou o primeiro trabalho com o grupo.

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