• Carregando...
 |
| Foto:

O Paraná vive uma incerteza em relação ao CT do Ninho da Gralha, com o risco de perder o centro de treinamentos para o empresário Léo Rabello, que pediu o imóvel como garantia no processo movido pela rescisão da venda do meia Thiago Neves, em 2007. Uma realidade bem diferente de 20 anos atrás.

Em 1994, o Tricolor era o time mais forte do estado não só dentro de campo. O clubetinha com um patrimônio estimado na época em US$ 500 milhões, entre terrenos, estádios, ginásios e a grande sede social, além de apartamentos e investimentos no mercado financeiro. Naquele ano, o Paraná chegou a ter 35 mil sócios.

Entretanto, o não pagamento de tributos e direitos trabalhistas, além da inadimplência com credores, fez com que a vida financeira paranista se tornasse um caos, forçando o clube a se desfazer de parte de seu patrimônio para pagar dívidas.

A Gazeta do Povo levantantou o que aconteceu com parte do patrimônio tricolor desde a fusão entre Colorado e Pinheiros.

Vila Capanema

Além do estádio Durival Brito e Silva, o terreno de 55,3 mil metros inclui a piscina desativada e a área de estacionamento. A proximidade com o Centro faz da casa paranista um dos estádios mais bem-localizados em Curitiba. Entretanto, o local nunca foi propriedade do Paraná.

O estádio foi construído em 1947, no terreno da extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA), pelo Clube Atlético Ferroviário, e usado na Copa de 1950. Mas desde 1972, quando o Ferroviário se fundiu ao Britânia e ao Palestra Itália para formar o Colorado e um grupo de engenheiros da RFFSA reivindicou a devolução, a Vila Capanema nunca mais saiu da pauta jurídica do clube.

Em 2013, a Justiça decretou que o estádio é patrimônio do governo federal, que herdou o espólio da RFFSA, e deu um prazo para o clube deixar o terreno. O clube recorreu da decisão.

Enquanto isso, o Tricolor tenta um acerto com a prefeitura para viabilizar um novo estádio. O município receberia a Vila Capanema do governo federal para a construção de um complexo administrativo e, como forma de indenizar o Tricolor, construiria um novo estádio no terreno da Vila Olímpica do Boqueirão. O Paraná já encaminhou ao prefeito Gustavo Fruet uma proposta para deixar a Vila e aguarda uma resposta.

Vila Olímpica do Boqueirão

A Vila Olímpica do Boqueirão tem como principal elemento o estádio Erton Coelho de Queiroz, casa do Pinheiros antes da fusão de 1989. Na frente, o clube tinha uma das antigas sedes sociais, com um salão, churrasqueiras, piscinas, fechadas há três anos e que devem ser reabertas ano que vem. O elenco do Paraná vinha usando o salão como refeitório no período em que treinou na Vila Olímpica esse ano.

Pouco utilizado para partidas, o estádio vinha sendo o local de treino da equipe principal, após ser readequada a pedido de Ricardinho em sua primeira passagem pelo comando do time, em 2012.

Mas como ainda havia carências, entre elas a qualidade ruim do gramado, o Tricolor optou por fazer um acordo esse ano para a treinar no CT Barcelos, no bairro Caiuá. Dessa forma, o estádio passará a ser o local de mandos de jogos das categorias de base.

Caso o Paraná entre em acordo com a prefeitura de Curitiba e a União, o local pode receber um novo estádio.

Sede administrativa da Kennedy

A sede social do Paraná, na Avenida Kennedy, na Vila Guaíra, está em uma área de 35 mil metros quadrados. Conta com salão social para bailes e shows, bar executivo, restaurante, o memorial tricolor, e estrutura de parque aquático e canchas esportivas.

Apesar do clube não ter perdido sede administrativa, um dos principais espaços está arrendado. Em 2012, o Paraná cedeu os salões de festas para uma empresa de eventos por 20 anos. A medida foi para ajudar a sanear os problemas financeiros do clube. A empresa de eventos se comprometeu a reformar o local, como parte do contrato.

Por outro lado, há pressão, por parte da maior torcida organizada paranista, a Fúria Independente, que esse ano exigiu a venda de todo o patrimônio social para que o Paraná viva apenas do futebol. O temor dos torcedores é perder a sede por leilão, o que faria com que o Tricolor recebesse muito menos do que o real valor do local.

Ninho da Gralha

O local onde se encontra o CT Ninho da Gralha era a antiga sede campestre do Água Verde, um dos clubes que deu origem ao Paraná. Como o Tricolor não utilizava a estrutura, em 2004 ela quase foi penhorada. Com 260 mil metros quadrados, em 2008 foi decidido que o terreno abrigaria o novo centro de treinamentos das categorias de base. Hoje, o clube corre risco de perder o centro de treinamentos no processo movido pelo empresário Léo Rabello pela negociação do meia Thiago Neves em 2007.

Sede do Tarumã

Com 52 mil metros quadrados, a sede tinha um parque aquático com piscinas, quadras de tênis, futebol suíço e futebol de areia, que era utilizada pelos sócios. Mas uma execução fiscal, no valor de R$ 1,08 milhão, levou a sede a ser penhorada.

No dia 4 de abril de 2013, o imóvel foi arrematado em leilão por R$ 30 milhões por um grupo que pretende erguer no local um shopping. A maior parte do dinheiro ficou pouco tempo com o clube. No mês seguinte, o Tricolor divulgou que usou R$ 27,1 milhões para pagar dívidas com o INSS, Receita Federal, além de dívidas trabalhistas.

Britânia

A área de 60 mil metros quadrados do antigo estádio do Britânia, na Avenida das Torres, no Guabirotuba, era cogitada como área para projetos futuros quando houve a fusão que formou o Paraná em 1989. O parque Paula Soares tinha campos de futebol e cancha para beisebol.

Em 1998, o terreno acabou negociado e hoje funcionam no local um hipermercado e uma loja de materiais esportivos. O episódio é lembrado até hoje pelos paranistas como um exemplo de venda que lesou os cofres do clube. O dinheiro da venda do terreno pouco adiantou a melhorar a situação tricolor.

Subsede Guaratuba

O Paraná tem dois terrenos em Guaratuba, que, juntos, somam 485 mil metros quadrados. O plano era criar uma sede do clube no litoral. No entanto, a diretoria não deu uma utilidade para os terrenos até hoje. Além disso, os imóveis também foram dados pelo clube como garantia em ações judiciais. Entretanto, como é área de preservação, o clube teria dificuldade em construir algo nos dois terrenos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]