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Rubens Bohlen foi reeleito para a presidência do clube com apenas 211 votos, 6,8% do colégio eleitoral paranista | Felipe Rosa / Tribuna do Paraná
Rubens Bohlen foi reeleito para a presidência do clube com apenas 211 votos, 6,8% do colégio eleitoral paranista| Foto: Felipe Rosa / Tribuna do Paraná

A eleição no Paraná ressaltou o desinteresse dos sócios na política do clube. Aclamado em disputa de chapa única, na noite de quarta-feira, o atual presidente Rubens Bohlen recebeu apenas 211 votos – 24 foram nulos e 6 em branco. Ao todo, a marca representa 6,8% do colégio eleitoral, de aproximadamente 3.500 pessoas.

Não ter havido concorrência pelo principal cargo da instituição não serve como desculpa. No pleito anterior, em novembro de 2011, Rubens Bohlen precisou de somente 412 votos para bater o grupo de Ivan Ravedutti, que recebeu 236.

Histórico de baixo comparecimento às urnas que já provocou uma reação do responsável por comandar o Tricolor por outro biênio (2014-2015). Bohlen sugeriu a abertura para os sócios-torcedores votarem.

"É uma proposta que eu pretendo colocar no Conselho [Deliberativo], dar uma oportunidade de a torcida se posicionar", declarou o dirigente, que terá Luiz Carlos Casagrande e Aldo Cozer como vice-presidentes.

Atualmente, são cerca de 4 mil os adeptos do Sempre Tor­­cedor. Para que este grupo passe a participar da vida política tricolor, é necessária uma mudança no estatuto do clube. Algo que partiria do Conselho Deliberativo e teria de ser aprovado por uma Assembleia Geral dos associados.

Presidente do Paraná entre 2010 e 2011, Aquilino Romani foi um dos votantes na última quarta. Ele diz ser favorável à abertura. "Vejo como uma mudança interessante. O sócio-torcedor se interessa mais pelo futebol. Mas acredito que para participar deveria ter, pelo menos, dois anos de associação ininterrupta", avaliou.

Primeiro presidente do Paraná, Aramis Tissot (1990/1991) tem uma ideia di­­ferente. "Creio que deveria haver uma separação total do futebol com o social. E o sócio de cada setor votaria no presidente respectivo da área", sugeriu outro participante da votação.

Ambos concordam que o engajamento tem sido pouco expressivo. "Desta vez acho que pesou o momento do time, a decepção com a derrota para a Chapecoense [1 a 0 na terça-feira], uma desmotivação geral", comentou Romani.

Diante desse cenário, Be­­nedito Barboza, presidente do Conselho Deliberativo, aproveita para contestar um "mito" que se criou sobre os sócios do clube. "Fizemos um levantamento do número de torcedores de outros times entre os sócios e é insignificante. Não é por isso que a participação é pequena", afirmou.

Para Barboza, o desinteresse é mais amplo. "É a própria cultura do brasileiro. Boa parte das pessoas quer apenas que o time ganhe, que esteja tudo bem dentro do clube, com a piscina, sem se preocupar muito com a política", disse.

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