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As punições impostas ao Grêmio, excluído da Copa do Brasil, e a torcedores da equipe gaúcha por causa de ofensas racistas ao goleiro Aranha, do Santos, parecem não ter sido suficientes para acabar com este tipo de atitude no futebol. Nesta segunda-feira (8), a Polícia Civil mineira instaurou inquérito para apurar denúncia de que o goleiro Igor, do Operário-MT, foi alvo de racismo durante partida contra a Tombense realizada no domingo pela Série D do Campeonato Brasileiro.

As supostas agressões ao jogador foram relatadas na súmula da partida pelo árbitro Antônio Carvalho Schneider, que expulsou Igor após o atleta chutar a bola em direção à torcida no estádio Antônio Guimarães Almeida, em Tombos, na Zona da Mata mineira. Com o relato na súmula, o caso também será analisado pela Justiça Desportiva.

Segundo boletim de ocorrência registrado por Igor, torcedores da Tombense teriam o chamado de "macaco", "afrodescendente", "velho", "baixinho" e "Aranha", em referência ao goleiro santista vítima de injúrias raciais por torcedores do Grêmio na semana passada. À Polícia Militar (PM), Igor alegou que, após ser xingado, chamou o árbitro para que ele tomasse providências contra as agressões. Mas, de acordo com o arqueiro, "nenhuma atitude foi tomada naquele momento".

Igor declarou ainda que, após ser xingado novamente e mais uma vez pedir, sem sucesso, que Schneider interviesse, identificou um dos torcedores que seria responsável pelas injúrias. O goleiro disse ainda que num momento em que o jogo estava paralisado, viu o mesmo torcedor fazendo gestos obscenos e chutou a bola em sua direção. Igor foi expulso e a PM teve que intervir para acalmar os ânimos.

Após deixar o gramado, Igor identificou Rafael Pereira de Castro de 32 anos, como um dos autores das injúrias racistas. "Eu vou até o fim. Vou abrir processo. Se vai envolver o clube ou vai envolver ele, não interessa. Vamos ver o que vai dar isso aí", disse o goleiro, em entrevista a emissoras locais de TV. Castro negou ter usado expressões racistas contra Igor. Segundo o tenente Wallace Miranda, o torcedor, que é negro, alegou que o arqueiro o "escolheu" para ser acusado após ficar nervoso por causa da expulsão. A Polícia Civil ainda vai ouvir os envolvidos no episódio.

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