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Presidente Sandro Rosell convocou reunião de emergência para discutir a contratação de Neymar | Albert Olivé / EFE
Presidente Sandro Rosell convocou reunião de emergência para discutir a contratação de Neymar| Foto: Albert Olivé / EFE

No Brasil, Rosell é acusado criminalmente por fraude

Nem só de problemas com a contratação de Neymar vive Sandro Rosell. Padrinho de casamento de Ricardo Teixeira, o dirigente entrou na perigosa mistura de dinheiro público, políticos e a CBF. E assim, o cartola espanhol se viu no meio de investigações, auditorias e uma devassa em sua vida e da empresa Ailanto Marketing.

Notas fiscais da empresa foram emitidas ao governo do Distrito Federal para organizar em 2008 uma partida entre Brasil e Portugal, como forma de exibir Brasília, à época candidata a sede da Copa-2014, para a Fifa e Teixeira. A Ailanto recebeu R$ 9 milhões para organizar a partida. Parte das despesas foi paga pela federação brasiliense. A hospedagem dos atletas tem a suspeita de ter sido superfaturada. Além disso, o dinheiro da bilheteria da partida, organizada a pedido do governo, ficou com a federação.

Em um notebook da sócia de Sandro Rosell, foram encontradas remessas de R$ 1 milhão para o exterior da Ailanto para a conta do cartola em Barcelona, além de cheques nominais e repasses de R$ 705 mil a Ricardo Teixeira. Hoje, Sandro Rosell enfrenta duas ações na Justiça de Brasília, movidas pelo Ministério Público do DF.

Na ação civil, a promotoria pede a devolução do dinheiro por parte da empresa. Na ação criminal, o cartola e sua sócia são réus, sob acusação de fraude e de se beneficiar ilegalmente da contratação sem licitação.

Folhapress

O presidente do Barcelona, Sandro Rosell, renunciou nesta quinta-feira (23) ao cargo. Acusado de ter sonegado o valor real da contração de Neymar, muito mais cara do que o revelado, o dirigente se reuniu nesta noite na Espanha com a junta diretiva do clube e entregou o cargo de forma irrevogável, conforme anunciou em entrevista coletiva. José Maria Bartolomeu, vice-presidente, assume a presidência imediatamente e fica até 2016

Depois de enumerar suas conquistas à frente do Barcelona, clube que ele presidia desde julho de 2010, o dirigente, em discurso lido todo em catalão diante de centenas de jornalistas, afirmou que renunciava ao cargo para preservar o clube e também a sua própria família.

"Esta época de êxito teve também momentos sofridos. Ser presidente significa colocar em risco a minha própria família. Nos últimos tempos, abriram um processo contra mim por apropriação indevida e acusam que a contratação de Neymar foi irregular. Tenho que ser compatível com a defesa do clube. A confidencialidade é essencial no mundo do futebol, caso contrário pode prejudicar o clube", explicou ele.

"A junta diretiva é quem lidera o clube. Não quero que ataques injustos contra mim prejudiquem a imagem do clube. Acabo de apresentar minha demissão à junta diretiva. Foi uma hora, um privilégio ter sido presidente do Barcelona. Desejo o melhor ao novo presidente", disse ele, completando o discurso.

O caso Neymar

O pedido de renúncia ocorre diante das investigações da Justiça de irregularidades na contratação do atacante brasileiro Neymar.

O Barcelona anunciou que a contratação de Neymar junto ao Santos custou 57 milhões de euros (cerca de R$ 180 milhões) - valor declarado às autoridades espanholas. Entretanto, segundo reportagem do jornal madrilenho El Mundo, o custo real seria de 95 milhões de euros (aproximadamente R$ 300 milhões).

A Justiça espanhola concordou em abrir processo contra Rosell, quarta-feira, por apropriação indébita, mediante denúncia do sócio do clube Jordi Cases. Depois de examinar os contratos envolvidos na negociação, o juiz Pablo Ruz confirmou que há "elementos suficientes para admitir uma investigação" do dirigente catalão.

Segundo o jornal Mundo Deportivo, Rosell teria tomado a decisão de renunciar à presidência por causa da pressão sobre ele e de ameaças que sua família teria sofrido. Se a renúncia for confirmada, o vice, Josep Maria Bartomeu, assume o comando do clube.

Nos supostos contratos secretos estariam 8,5 milhões de euros que iriam para o pai de Neymar. O Barcelona ainda teria pago 7,9 milhões para reservar eventuais promessas que surgissem no Santos e mais 9 milhões de euros para jogar um amistoso contra o clube.

A essa conta ainda deveriam ser somadas comissões para a realização de projetos sociais nas favelas, num valor de 2,5 milhões de euros. Outros 2 milhões seriam usados para buscar novos craques no Brasil, além de 4 milhões de euros para atrair investidores brasileiros. Desse valor, outros 5% de comissão ao pai de Neymar mais uma vez seriam adicionados.

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